- Não estou vendo nada. - falei quando ele disse que tínhamos chegado.
- Que horas são agora? - perguntou.
- Não faço ideia, meu celular acabou a bateria.
- O meu também. - disse.
- Bom, eu chuto que agora devem ser 5h30 e você?
- Acho que 6h10 ou 6h15. - respondeu.
- Vamos sentar aqui e esperar o sol nascer, então. - falei.
- Se forem 5h30, vamos ter que esperar 1h30 aqui. - disse.
- Eu posso esperar e você? - perguntei.
- Também. - respondeu.
[...]
O sol demorou uma eternidade para nascer, demorou tanto que eu comecei a achar que na verdade eram 00h00.
- Acho que agora vai. - disse assim que o céu começou a ficar claro.
- Depois de mil anos. - falei rindo.
- Já consigo ver um raio de sol. - falou.
- Onde? - perguntei.
- Ali, olha. - apontou para o nada.
- Finalmente. - sorri.
Ele se levantou e estendeu a mão para eu levantar.
- Mas o que é aqui? Estamos no meio do nada. - perguntei.
- Na verdade não é aqui. - disse e apontou para o lado. - É ali.
- Uau. Caramba isso é... incrível. - comentei assim que me virei para olhar.
Do meu lado direito, porém longe de mim, tinha uma fileira de bancos bem na beira do morro. E a vista era 100% para o mar.
- Eu venho aqui quase sempre, Scott vinha muito comigo mas a frequência diminuiu. Louise começou a vir tem um tempo, mas parou de vir depois que as aulas voltaram. - disse.
- Isso é ruim? - perguntei ao ver que ele ficou tenso.
- Não é ruim, só é estranho. Scott e eu éramos muito, muito próximos e Louise entrou para o grupinho junto com a Anna e com o Lucas, porém eles estão se afastando cada vez mais. Anna pelo visto saiu de vez, Louise e Scott estão juntos e isso deixa os nossos rolês com um clima estranho, e Lucas se mudou mas eu ainda consigo sentir a energia positiva daquela criatura aqui. - falou.
- Eu nunca tive amizades como a de vocês, então realmente não sei o que dizer. Mas imagino que seja normal, já que vocês logo farão dezoito anos e cada um vai seguir seu rumo. - falei, tentando ajudar sem piorar.
- Às vezes eu só queria não ter crescido. - disse.
- É, eu também.
- Como você era criança? Imagino que você era aquela menina que ficava sempre calada e com várias bonecas e coisinhas rosas do lado. - falou e eu ri.
- Ei, eu era bem diferente disso. Na verdade, eu era bem extrovertida, conversava muito com todo mundo e adorava essas coisas que a sociedade considera de menino. - falei.
- Sério? É quase impossível te imaginar desse jeito. - disse e riu.
- Sério, eu era bem diferente de hoje. E você? Tenho certeza que você era aquelas crianças atentadas. - perguntei.
- Eu era mesmo, dei muito trabalho para os meus pais. Eu adorava fazer bagunça e comecei a amar fugir de casa quando fiquei adolescente. - disse.
- Você fugia de casa? - perguntei, quase chocada.
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O Garoto Da Pista De Skate
Novela Juvenil[ EM ANDAMENTO ] Eu não sou a garota perfeita, não tenho amigos e muito menos um namorado. Minha vida é um caos e quase sempre minha única saída é ler, estudar e andar de skate. Depois que meus pais me disseram que eu seria "obrigada" a ir morar na...
