Capítulo 5

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(Mama – My Chemical Romance)

Calum Hood

–Hey, Cal – Luke toca meu ombro, fazendo a bebida no meu copo balançar – O porteiro acabou de avisar que Andara está subindo.

–Beleza. –sorrio.

É muito bom saber que ela vem mesmo, que está se esforçando. Tem o péssimo costume de passar os momento ruins isolada naquele chalé sem sair por nada, como se estar fora da cidade fosse salvar sua pele. As vezes eu entendo, tenho vontade de nunca sair de lá também, mas é impraticável. Fica fácil se perder em certos paraísos ilusórios, acontece que a vida ainda é o que acontece do lado de fora. No mundo real.

A realidade não espera por ninguém.

Já é minha segunda semana de volta em Los Angeles e ainda procuro a raiz do que tanto a assombra. Não se parece em nada com os problemas que eu já vi. Dessa vez ela guarda em sigilo, sofrendo sozinha, me deixando em um labirinto escuro de possibilidades ruins.

Os comprimidos. Toda a tinta nas paredes. A exposição. Tudo me deixa preocupado.

Agora que a banda voltou ao trabalho, a todo vapor para construir nosso terceiro álbum só vou até o chalé a tarde, para passamos a noite juntos. Em certas noites dormimos, outras não. Pareço um detetive obcecado procurando pistas, mas não faço ideia do que estou fazendo.

Não vejo mais suas telas e o quarto dos fundos, onde ela guarda o material e as telas prontas, agora é território proibido, mas as manchas de tinta continuem aumentando por todas as paredes e móveis da casa. Ela costumava pintar a noite, as vezes durante a madrugada toda enquanto eu assistia como se fosse meu filme favorito. Bem, era até melhor do que meu filme favorito, agora não acontece mais.

Mas a realidade amarga é que eu não tenho escolha, exceto confiar nela. Quero ajudar sem sufoca-la, não cabe a mim resolver isso. Minha garota precisa do meu apoio, não que eu seja mais uma pessoa fazendo pressão para que ela seja feliz. A dizendo para esquecer a morte do pai, a mandando sair, ser uma 'pessoa normal', uma Hendrix glamorosa e sociável como o costume. Minha Andara funciona a parte desse mundo raso e acelerado que vivemos, e a amo por isso.

Já fizemos progresso, na exposição de Artes e visitar sua família. Hoje faremos  novamente, mais uma parte do caminho, ela aceitou sair a noite e não vai ser só comigo.

Me certifiquei o lugar é bom. A cobertura do prédio da gravadora, no centro. Quando Ashton e eu descobrimos as poltronas e o pequeno jardim aqui em cima, começamos a tirar o máximo de proveito do ambiente, durante o dia ou para relaxar no fim das semanas corridas que tivemos. Compramos bebidas e alguma decoração, luzes coloridas para os cantos do peitoril do prédio, trouxemos o aparelho de música, montamos a playlist e depois a lista de convidados.

Convidados que, a propósito, são tão obcecados por Andara quanto eu.

–Olha, sua noiva chegou. – Ashton implica comigo.

–Você fala demais. – reclamo – Sossega.

–Como eu vou sossegar? Cara, meu melhor amigo quer se casar!

Luke dá risada, concordando.

–Calum, o intocável. Calum, o independente. Calum o : "para com isso Luke, o amor é uma merda". – o loiro me dá uma cotovela brincalhona.

Reviro os olhos em protesto. Não sei o que fiz pra merecer esses caras.

–Não se preocupa em explicar. – Michael balança a cabeça – A gente sabe, é a Andara e vocês simplesmente funcionam juntos de um jeito que a gente nunca vai entender. Etc e tal. –ele recita o que já expliquei várias vezes para escapar deles.

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⏰ Última atualização: Jul 17, 2021 ⏰

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