Capítulo 17: 07/05 - Nossa música

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Uma música

Era sexta feira! O final de semana já começava amanhã, finalmente. Tive uma semana de muito trabalho e gravações. Os dias em RJ, o fim do BBB, novas oportunidades e trabalhos. Eu merecia um descanso, né? Por isso, havia decidido ficar off esse final de semana, indo para o sítio do namorado da Roberta, o Ricardo. Meus planos eram realmente descansar a cabeça da internet e da fama por alguns dias.

Arrumando minhas malas no quarto, desejei estar indo para outro lugar. Na última vez que vi o Rodolffo alguns dias atrás, ele havia me feito o convite de ir para Goiânia qualquer dia. O qualquer dia podia ser hoje, mas não era. O convite não foi reiterado por ele, e eu não queria ser afobada e me auto convidar para ir. Devia ser algo voluntário. Não queria que ele pensasse que eu já estava com saudades, mesmo sendo verdade: já estava. O chá que aquele homem me deu não consigo nem descrever em palavras. Arrepiei só de lembrar.

Hoje não havíamos conversado ainda. Não cobro isso dele, sei como é a correria do dia a dia, juntado com a distância que estávamos um do outro. A vida adulta é assim, as coisas não funcionam da forma como queríamos que funcionassem. Reflexão.

Abri meu Whatsapp, cheio de conversas acumuladas por falar nisso, e fui até sua conversa: última mensagem enviada por mim ás 23h da noite passada. Um "boa noite, saudades". Como eu era canceriana. Desliguei o celular, se eu continuasse olhando aquela foto de perfil dele por mais um segundo, iria mandar mais mensagens.

Fechei a mala. Procurei um boné para levar comigo. Graças ao Rodolffo, eu tinha opções. Escolhi o boné preto que ele usou na última vez que nos vimos, que tinha a seguinte frase: "eu bebo, cê beija, eu bebo cerveja", e já o coloquei na cabeça, iria pegar a estrada com ele. Foi uma forma que encontrei para tê-lo perto de mim.

Estava pronta para partir. Desci até o andar debaixo com minha mala e já encontrei o Higor com suas malas prontas também, me aguardando enquanto fazia uma refeição na cozinha.

– Pronto bonecona? – Higor disse.

I was born ready!

(...)

Chegamos no sítio, e como eu já havia dito, o objetivo era descansar e ficar off das redes sociais. Tivemos bons momentos, uma retomada de contato e conexão com a natureza. Admiramos a lua, bebíamos vinho, fazíamos uma fogueira.

No sábado, dia seguinte a nossa ida, o Ricardo namorado da Robs e dono do sítio, resolveu chamar alguns amigos dele para ir lá e fazer uma social. Ninguém se opôs a essa ideia, ao contrário, uns concordaram até demais.

– Se os amigos forem gatos pode chamar todos, se for feio não. – Higor disse, fazendo todos da mesa rir.

– Higor já te falei que não tenho amigo gay! – Ricardo disse, rindo.

– Que você saiba né Rica... – A bonecona estava terrível. Caímos na risada, o Higor era uma peça.

– E você Sarah? Só escolher o amigo que cê quiser que nós chamamos. – Rica disse.

– Ah... eu não tenho tipo não. – Comentei, indiferente.

– O tipo dela é cantor sertanejo, 1,77, moreno, alto... se tiver algum que se encaixe nessas descrições, pode chamar! – Roberta disse.

– Nesse caso sim. – Levei no esportivo e cai na risada, mostrando a língua em tom zombeteiro.

Meus amigos não me levavam a sério faz tempo. Não era segredo meu envolvimento, por mais que eu tentasse disfarçar. Depois da última vez que ficamos, descobri que foi sério o que era para ser brincadeira.

Sentimento divididoOnde histórias criam vida. Descubra agora