Capítulo 30: 05/07 - Se ainda existe amor

971 51 35
                                    

Se ainda existe amor

Em um stories do Instagram posto uma foto da janela do avião, prestes a descer no aeroporto, às 7h da manhã. Onde?

(...)

Era quase 14h da tarde, e estava um calor de matar na grande São Paulo. Andando pelas ruas de carro após uma manhã turbulenta de trabalho, olho o movimento da cidade e me recordo de qual foi a última vez que estive ali, quase um mês atrás. Melhor não lembrar disso, melhor não pensar nisso. Era São Paulo, e São Paulo continuava bela, como sempre.

Em uma parada do sinal vermelho, observo a rua através do vidro semiaberto. Do outro lado da rua, uma mulher loira andava na calçada, de costas para o carro. Observei: o cabelo tinha a cor familiar, a forma de andar era familiar, o corpo, a forma de se vestir. Fechei o vidro escuro para observar direito: era ela e eu não queria ser visto. Continuei olhando a mulher, com o coração um pouco mais acelerado que o normal. Será que era ela mesmo?

Ao atravessar a rua pela faixa de pedestre, a mulher vira o rosto em direção ao carro, de forma que ficasse visível sua face. Respiro fundo com a decepção: Não era a Sarah. Passei rapidamente a mão pela cabeça... que viagem foi aquela.

O motorista estacionou o carro no estacionamento do shopping, onde íamos almoçar e passar parte da tarde. Eu e Bella descemos do carro e caminhávamos em direção a entrada do estabelecimento.

Ao chegar lá, fomos parados por diversos fãs que me reconheceram, mesmo de óculos escuros e máscara (proteção contra covid-19). Após algumas fotos, autógrafos, conversas com fãs, finalmente chegamos a um restaurante no centro do Shopping center. Pegamos uma mesa, retirei os óculos e a máscara.

– E aí, o que vai ser? – Bella disse, pegando o menu com o garçom que nos serviu.

Fizemos os pedidos e aguardamos sentados à mesa, bebendo uma água com gelo.

– O que tem pra hoje em São Paulo? – Perguntou Bella, com o celular nas mãos.

– Descanso eu acho. Por mim a gente ia embora hoje ainda... – Respondi.

– Amanhã cedo dá mais tempo de aproveitar aqui. Não fica tão cansativo. – Disse ela, me olhando. Aguardava alguma outra resposta.

– Pode perguntar Bella, cê quer saber se vou ver alguém? Não, não tenho amizade gostosa aqui mais. – Falei.

– E a Sarah? cê não queria resolver as coisas?

– Querer até quero, mas vou ficar quieto, mais na minha. Se ela quiser me procurar... – Respirei fundo.

– Ela tá solteira, cê viu? Azedou aí pra bastiana. – Iza riu, recitando uma frase minha que tinha viralizado na internet e virado meme. – Se ocê ver ela, não fala isso não, pelo amor de Deus. – Também comecei a rir. "Azedou ai, bastiana?"

– Nem conversar a gente conversa mais. Mas azedou pelo visto, com o cara lá.

O garçom chegou com nossos pratos de comida, colocando-os a mesa.

– Fico na esperança dela me ligar, mas é orgulhosa demais. – Falei, assim que ele saiu.

– Posta uns stories assim: "localiza aí bebê"! Vai que cola. – Ela riu.

– Fiz isso hoje de manhã, menos a parte do localiza aí. Mas nem meus stories ela vê, eu acho.

Continuamos a mesa do restaurante comendo e conversando, entre risadas. Uma sobremesa foi servida.

Depois de alguns minutos, pedimos a conta: eu e Bella ainda tínhamos um cinema para ir hoje. O garçom chegou até nossa mesa com a conta. Entreguei o cartão de débito para ele. Com a conta paga, eu e Bella nos direcionamos até a saída do restaurante, indo até o centro do Shopping, à procura de onde ficava o cinema.

Sentimento divididoOnde histórias criam vida. Descubra agora