Capítulo 4:

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Horrorizado com a súbita intromissão na nossa privacidade eu me sentei apressadamente no braço do sofá ajeitando minha calça enquanto isso.

— ... da reunião das duas horas está aqui.

Precisei de alguns segundos intermináveis de pânico para perceber que Shum e eu ainda estávamos sozinhos na sala, que a voz que eu tinha ouvido vinha de um alto-falante. Shum se sentou na outra ponta do sofá, parecendo irritado, com a respiração ofegante. A braguilha da calça ostentava o volume de uma ereção impressionante.

Apavorado, imaginei com que aparência eu deveria estar. E já tinha passado da hora de voltar ao trabalho.

— Meu Deus... — Shum passou as mãos pelo cabelo. — Estamos no meio do expediente. E na porra do meu escritório!

Eu me levantei e tentei me recompor.

— Espere. — Ele veio até mim e abaixou minha calça de novo.

Furioso com o que quase havia acontecido quando eu deveria estar trabalhando, dei um tapa nas mãos dele.

— Pare com isso. Me deixe.

— Fique quieto, Matt — ele disse com um sorriso, pegando nas mãos a barra da minha blusa de seda preta e a recolocando no lugar, de modo que ficasse ajustada e que os botões formassem de novo um arco perfeito em torno dos mamilos. Depois ele levantou minha calça de volta, alisando-a com suas mãos seguras e competentes.

Shum vestiu o paletó, acomodando-se dentro dele antes de ajustar a gravata. Chegamos à porta no mesmo instante e, quando me abaixei para apanhar minha pasta, ele me acompanhou no mesmo movimento.

Então pegou meu queixo e fez com que eu olhasse para ele.

— Ei —ele disse com uma voz suave. — Está tudo bem?

Minha garganta queimava. Eu estava excitado, irritado e morrendo de vergonha. Nunca tinha perdido a cabeça dessa forma antes. E detestava o fato de isso ter acontecido com ele, um homem cuja noção de intimidade sexual era tão asséptica que me deixava deprimido só de pensar.

Livrei meu queixo do seu toque.

— Eu pareço estar bem?

— Você está lindo e louco para trepar. Me deixou com tanto tesão que até dói. Estou a ponto de voltar para aquele sofá e fazer você gozar até não aguentar mais.

— Não dá pra acusar você de não ser direto — resmunguei, deixando claro que não estava ofendido. Na verdade, a brutalidade do desejo dele era um potente afrodisíaco. Apanhando a alça da pasta, eu me pus de pé sobre as pernas bambas. Precisava me afastar dele. E, quando o dia de trabalho terminasse, precisava de um tempo sozinho com uma boa taça de vinho.

Shum também se levantou.

— Vou apressar tudo aqui para terminar até as cinco. Aí desço pra pegar você.

— Não, senhor. Isso que aconteceu agora não muda nada.

— É claro que muda.

— Não seja arrogante, Shum. Posso ter perdido a cabeça por um momento, mas isso não significa que eu queira o mesmo que você.

Seus dedos agarraram a maçaneta da porta.

— Você quer, sim. Só não quer que seja da maneira como estou oferecendo. Só precisamos alinhar alguns pontos.

Outra vez a linguagem de negócios. Fria e impessoal. Comecei a me irritar de novo.

Pus minha mão sobre a dele e abri a porta, passando por baixo de seu braço para empurrá—la. Seu secretário se levantou rapidamente, assim como a mulher e os dois homens que esperavam por Shum. Ouvi quando ele disse:

Todo seu - ShumdarioOnde histórias criam vida. Descubra agora