Capítulo 8:

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Harry passou a mão pelos cabelos e bufou.

— Não acho que você queira isso.

De repente eu me senti cansado, exaurido de tanto lutar contra mim mesmo por causa dele.

— Quero, sim, de verdade. Foi... um erro.

Ele cerrou os dentes.

— Não foi. A maneira como me comportei depois é que foi um erro.

Olhei bem para ele, surpreso com sua capacidade feroz de negação.

— Eu não estava falando de sexo, Harry, estava me referindo ao fato de concordar com o tipo de relação que se estabeleceu entre nós, estava na cara que ia dar errado desde o começo. Eu deveria ter seguido meus instintos.

— Você não me quer mais?

— Não é isso. É que...

— Não como eu disse no bar, de verdade.

Meu coração disparou.

— Do que você está falando?

— De tudo. — Ele chegou mais perto. — Eu quero ser seu.

— Não foi isso que pareceu no sábado. — Apertei ainda mais os braços.

— Eu estava... inseguro.

— E daí? Eu também.

Ele pôs as mãos na cintura, depois cruzou os braços como eu.

— Por favor, Matthew.

Vi que ele estava remoendo alguma coisa e senti um fio de esperança.

— Se é isso que você tem a dizer, estamos conversados.

— Não estamos, não.

— Se você vai entrar em parafuso toda vez que a gente transar, não temos nem por que começar.

Ele estava visivelmente escolhendo as palavras.

— Estou acostumado a ficar no controle, eu preciso disso, e você mandou essa ideia para o espaço na limusine, eu não soube como lidar com isso.

— Jura?

— Matthew. — Ele chegou mais perto. — Nunca fiz isso antes, pensei que nem fosse capaz, agora que aconteceu... não posso abrir mão, não posso abrir mão de você.

— É muito simples, Harry, por mais que o sexo seja bom, uma relação puramente sexual pode mexer seriamente com sua cabeça se o convívio com a outra pessoa não fizer bem pra você.

— Nada disso, admito que pisei na bola, não posso mudar o que aconteceu, mas tenho o direito de ficar puto se você não quiser mais sair comigo por causa disso. Você impôs as regras e eu concordei, mas você não abriu mão de nada pra se adaptar a mim, precisamos encontrar um meio termo. —Seu rosto estava carregado de frustração. — Você precisa ceder pelo menos um pouco.

Olhei bem pra ele, tentando entender o que estava acontecendo e aonde aquilo ia chegar.

— O que você quer, Harry? Perguntei calmamente.

Ele me abraçou e segurou meu queixo com uma das mãos.

— Quero continuar me sentindo como me sinto quando estou com você, só me diga o que preciso fazer, e não se comporte assim quando eu fizer bobagem, é tudo novidade pra mim, um aprendizado.

Pus a minha mão sobre seu coração e senti que estava disparado, ele parecia ansioso e apaixonado, e isso me levou ao limite. O que eu deveria responder? Deveria seguir meus instintos ou usar o bom senso?

Todo seu - ShumdarioOnde histórias criam vida. Descubra agora