FORT LAUDERDALE, FLÓRIDA. ESTADOS UNIDOS. 2018
O sol agraciou mais uma manhã de verão, propiciando um clima perfeito para uma boa e velha caminhada na enorme faixa de areia da cidade. Tirando os postos salva-vidas, parquinhos e mobiliários urbanos para a prática de exercícios, a cidade exalava tranquilidade e riqueza. Principalmente com bares, cafés e restaurantes à beira-mar, praticamente voltados para atender turistas no começo de mais uma alta estação.
Escolhendo o caminho mais cênico, contornando devagar os locais e cumprimentando os donos de estabelecimentos conhecidos, um casal, cujas feições faciais denunciavam o traço fraterno deles, trotou até um banco, onde finalizam os exercícios diários.
De origem ameríndia, a mulher desfez o coque e os cabelos lisos caíram até as costas. Depois pegou a garrafa de água presa na cintura e tomou um bom gole antes de oferecer ao parceiro, que estava sentado.
Enquanto o homem de cabelos raspados e perfil musculoso hidratou-se, a mulher olhou para o mar azul e a areia branca da praia e observou banhistas espalhados, curtindo a manhã, completamente alheios ao que acontecia ao redor. Queria ficar daquela maneira por mais tempo, mas uma ligação a fizera mudar os planos. Pois além de a enviada de McNeal estar chegando, o Pantera voltara a agir.
E agir em meio às escavações, que revelariam mais sobre as origens de um povo envolto em mistérios, deixava-a inquieta. Claro que iria ajudar na busca, mas se perguntava sobre as intenções por trás daquele roubo e se o famoso ladrão Pantera Cor-de-Rosa sabia do poder que estava em suas mãos. Não importava agora, pois faria seu trabalho e procuraria entender o ladino quando o capturasse.
— Ansiosa? — Indagou o rapaz enquanto alongava as pernas.
— Em mexer com coisas além de nossa compreensão? — Levou as duas mãos aos quadris. — Amando. Não vejo a hora de chegar e chutar alguns traseiros, principalmente do ladrão que teve a audácia de roubar um artefato perigoso. — Cruzou os braços. — Já lhe contei que ele é o maior do planeta e ninguém nunca o capturou? Lindo, não?
— Não precisa hiperventilar. — O rapaz inclinou-se para frente e observou a paisagem. — Já não basta a Naz ao telefone.
— Você sabe como ela é com recuperações, ainda mais dessa magnitude. — Suspirou e se sentou ao lado dele. — Só não gosto de tudo isso ser repentino. Sou especializada em proteção, não em recuperação.
— Perder a calma em situações como esta é receita para o fracasso. — O tom monótono, sério e compenetrado o fazia parecer um robô. — Ainda mais lidando com um ladrão tão habilidoso quanto a reputação que o precede.
— É mais do que isso, Elan. — Ela voltou-se para ele. — Estou preocupada com os efeitos que isso pode ter na nossa sociedade. Se souberem que a pedra reapareceu...
— Então vamos recuperar antes que eles saibam. — Elan abriu um sorriso de canto de boca. — E capturar um ladrão internacional no processo.
— Não sei... — Ela estirou as pernas usando os braços do banco como apoios.
— Alegre-se, Naomi. — O homem olhou o relógio de pulso quando este apitou. Oito horas. — Finalmente poderei ver você em ação depois de muito tempo protegendo presidentes e primeiras-damas.
— Engraçadinho. — Deu um tapa no braço musculoso e franziu o cenho para ele — Não queria explorar ruínas ou procurar relíquias de deuses antigos se eu tivesse escolha.
Elan grunhiu ao pegar a mão que ela ofereceu para ele levantar. Ambos caminharam lentamente para a casa enquanto absorviam a calmaria antes da tempestade que vinha da Europa. Além de precisarem estar completamente no auge daforma física, teriam que lidar com muitas variáveis desconhecidas.
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Portal das Almas [Degustação]
Aventura"A estrutura da história foi o que mais me chamou a atenção. A forma como as peças são apresentadas está muito perto dos livros de autores consagrados. Uma das melhores obras que li no Wattpad. Me lembrou da escrita de Dan Brown." - Tay Alves, aval...