𝗆𝖼 𝗉𝖺𝗂𝗏𝖺 𝖨

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sem conexão com a realidade.
contém: palavras de baixo calão;
consumo de bebidas alcoólicas;
violência verbal e física.
pedido: ""sn" com ciúmes + reconciliação"

×××

Isabela.

Ajustei o biquíni vermelho no meu corpo antes de gravar um story biscoitando no espelho do quarto. Fui rápida gravando o vídeo, editando e postando, saí de dentro da casa logo depois. A casa, que na verdade era uma mansão, ficava há alguns metros da praia, eu é que não ia ficar enfurnada lá dentro.

Era aniversário do Ryan, vulgo Tubarão e sendo o Ryan, é claro que não seria algo pequeno. O cara pegou logo uma ilha pra fazer a festa de aniversário, durante três dias. E como já é de se imaginar, muita bebida, droga, e mulher pra todo lado.

O lugar era lindo, típica vibe tropical, repleto de coqueiros, pequenos quiosques pela orla, e agora, devido a festa, cheio de barcos ancorados. Muitas pessoas espalhadas também. Havia um paredão de som que tocava uma playlist de pagode alto, um bar enorme onde três barmans trabalhavam, além deles, pelos menos 6 freezers cheios de cerveja. s

── Chega aí, narizinho. ── Daniel foi quem me abordou perto do bar, ele me chamava assim desde do dia que me conheceu.

── Eai. ── sorri divertida pra ele, o astral que ele tinha contagiava qualquer um. Ele me entregou um copo de caipirinha de morango que carregava em uma das mãos.

── A que tu gosta, fia. ── se referiu a caipirinha, já que era a minha preferida. Bebi sentindo a refrescância do morango com a ardência da vodka ── Está como a bebida dos deuses? ── disse do jeito engraçado que ele falava e eu ri concordando, ele se virou para o barman e disse "você é foda, lindão" e eu gargalhei junto ao barman dessa vez, de fato, a caipirinha estava boa.

── Aí, você viu o Davi? ── perguntei pelo meu namorado e vi Daniel negar rápido com a cabeça e responder:

── Vi não. ── disse e logo depois deu um tchauzinho com a mão e saiu indo na direção de um grupinho que estava na piscina.

Eu não acreditei nele, óbvio. Sabia que se Davi tivesse fazendo alguma merda pela ilha os amigos dele iriam se fingir de sonsos só pra acobertar, isso claro, incluía o Daniel.

Então me pus a procurar pelo lugar até onde meu olhos alcançavam.

Não o achei.

Franzi o cenho e bebi mais um gole da caipirinha andando pra fora dos limites da casa em direção a praia. Mais uma lancha chegava e esse era o motivo para Ryan e mais alguns amigos dele estarem próximos do mar, no entanto, Davi não estava com eles.

Olhei pros lados o procurando, já estressada pelo seu sumiço. Porra, eu sei que ele pode simplesmente estar no banheiro ou conversando com algum amigo, mas também não sou otária, com tanta mulher aqui é fácil ele dar perdido com alguma. Com homem, toda precaução é pouca.

Ainda na orla da praia eu olhei para os lados, forçando a visão. Até que o vi um pouco afastado dali, encostado num coqueiro conversando com uma morena. Respirei fundo e comecei a caminhar até lá, nenhum dos dois pareceu notar minha presença se aproximando.

Eu e o Davi estamos juntos a pouco tempo, e eu preciso confessar que esses últimos meses foram os melhores da minha vida, a gente vive tudo junto, rola uma parceria daora. Mas eu sei que nesses relacionamentos com artista, nunca existe fidelidade, o cara pode amar a namorada/mulher mas se aparecer uma outra, esquece, ele não vai dispensar.

── Saudade das nossas saídas... ── consegui ouvir enquanto me aproximava deles. A voz enjoada dela foi o suficiente pra fazer meu sangue ferver. Me exaltei mais ainda quando vi a mão no peito dele.

── Que merda é essa? ── caminhei mais rápido praticamente pulando em cima deles para afastá-los ── Você 'tá louca? ── me virei pra ela questionando, o seu rosto debochado me testando.

── Qual foi Isabela? Não faz cena. ── Davi se colocou entre nós e segurou meus ombros com um olhar sério, como se me repreendesse.

Eu é quem devia repreendê-lo. Filho da puta.

── Você tava aqui com ela por que em? ── perguntei o olhando e devolvendo o mesmo olhar que ele me deu.

── A Julia é minha amiga, para de surtar. ── brigou comigo e eu fiz questão de afastar seu toque dos meus ombros.

Eu cresci numa casa onde só tinha mulheres, minha mãe e minhas tias me criaram junto com minhas primas, e se tem alguma coisa que eu aprendi e herdei de criação, é o pavio curto, o orgulho para não aguentar desaforo nenhum, o sangue de barraqueira, sou assim desde pequena.

Olhei por cima de seu ombro vendo a moreninha sorrir convencida e piscar pra mim, ridícula. Foi tão rápido, que só pude ver a minha caipirinha atingir seu rosto em cheio.

── Ri mais piranha. ── falei vendo seu rosto furioso e foi minha vez de rir.

Vi de longe algumas pessoas olhando e gravando nossa discussão, então recobrei meu juízo e respirei fundo em busca de calma, ainda era o aniversário do Ryan. Mó sacanagem fazer cena na festa dos outros.

Logo vi Ryan caminhando até nós com dois amigos, incluindo Daniel, ao mesmo tempo que percebi a tal Julia indo embora. Davi nem me olhou, só saiu de perto com a cara feia, devia estar puto. E que fique, e fique bem longe dessa garota, eu é que não vou pagar de corna e trouxa, nunca!

── Ô viado, a cara da mina 'tá cheia de morango. ── Ryan gargalhou quando chegou perto de mim e eu acabei rindo alto também.

── Ficou pique moranguinho a coitada. ── Daniel gastou também.

── Ih Paiva ficou bolado. ── o outro cara que os acompanhava falou, eu não me lembrava do seu nome.

Gastei com eles sobre isso, o que foi suficiente pra me acalmar e me deixar mais humorada. Pareço até bipolar.

×××

cara, não gostei

vou fazer reconciliação em outro capítulo.

𝗺𝗲𝘂 𝗹𝘂𝗴𝗮𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora