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Michael lutou muito para acordar cedo naquele dia, sua rotina de sono não era a melhor de todas nas férias, normalmente estava indo dormir naquele mesmo horário. Mas ele precisava do emprego, ou iria ter que aguentar seu pai o encarando como se estivesse decepcionado por longos meses até esquecer disso.

Ele achou que talvez encontraria Luke ao sair de casa, mas o loiro não estava lá. Talvez ele tivesse saído mais cedo justamente para não o encontrar, até que faria sentido.

Michael sabia onde ficava a cafeteria e se lembra de ter ido lá algum dia, realmente tinha uma parte dela onde eles vendiam discos, não entendia o motivo, mas achava aquilo uma boa ideia. Talvez seja por isso que Hemmings gosta tanto do lugar. Será que ele continua chato quando está trabalhando? Ou ele fica muito mais chato? Clifford tinha medo da resposta.

Não demorou muito para que ele chegasse de skate até o local, indo até o balcão onde pôde avistar Luke com seu avental de barista enquanto fazia algum café. Michael tirou os fones de ouvido e se sentou em uma das cadeiras do balcão, sorrindo para o loiro.

─ Bom dia, loirinho! ─ Ele disse com todo a sua falsa vontade de estar ali, e Hemmings percebeu aquilo já que apenas levantou o olhar para o garoto e seguiu fazendo seu trabalho. ─ Bom humor contagiante, como sempre. Deve ser isso que mantém a clientela, né? Você exalando alegria e conforto.

─ Você tá atrasado ─ Ele ainda parecia focado no trabalho enquanto falava. ─ O gerente disse que eu preciso te supervisionar e mais tarde, ele decide se você fica ou não. Aí quando ele chegar vai ter umas perguntas pra você, mas se você usar o cérebro vai ir bem.

─ Calma, você não me disse que ia precisar pensar pra trabalhar aqui. ─ Ele tentou parecer sério falando aquilo, mas falhou miseravelmente, rindo no final da frase. Michael nunca foi bom em testes, principalmente os psicológicos, mas tinha boas expectativas de que o chefe iria gostar dele. ─ E quando ele chega?

─ Acho que de tarde, melhor você começar logo.

Ele observou o loiro entregar o copo de café para uma garota que estava esperando, Luke parecia educado e gentil falando com ela. Era praticamente outra pessoa. Mas ele logo virou o olhar para Michael como se perguntasse "por que você ainda tá aqui?". Clifford demorou um pouco para entender, ele já tinha esquecido que precisava trabalhar.

─ Eu não posso, Luke. Vou desmaiar de sono.

─ Seria legal se alguém tivesse um café pra te acordar, né?

─ Sim! Me dá um! Por favorzinho, Luke. Eu nunca te pedi nada. . . não hoje. ─ Michael disse com sua melhor carinha de cachorro que caiu da mudança, mas o outro garoto apenas negou com a cabeça. ─ Você é maligno.

─ Você tem que pagar pelo café também, sabia? Não é assim que as coisas funcionam.

─ Não faz nem sentido trazer dinheiro pra comprar coisa no lugar que vai me dar o dinheiro. Odeio o capitalismo.

─ O capitalismo também te odeia.

─ Trabalhar é muito difícil, Luke. ─ Ele disse antes de deitar a cabeça sobre o balcão, quase caindo no sono ali mesmo.

─ Para de reclamar, você literalmente nem começou ainda. ─ Luke deu um tapinha na cabeça de Michael, o fazendo levantar e o olhar bravo. Bravo até perceber que o loiro o entregava um copo de café com seu nome escrito. ─ Vai lá.

─ Valeu, loirinho! ─ Michael disse sorridente ao pegar o copo e logo tomar um gole da bebida, estava extremamente bom. Talvez tenha sido chute de Luke, mas aquele era o seu favorito.

noisy boy ── muke!Onde histórias criam vida. Descubra agora