"O que mais me atrai nos animais é que eles não usam palavras,
eles usam sentimentos."
- Chico Xavier.
Embaixo da superfície, eu sinto-me sufocar com meus pensamentos e memórias.
A maternidade me enchia de medo. Todo e qualquer sentimento que eu esconderá ao sentir que havia vida dentro de meu ventre, chegou á borda do âmago de meu ser.
A ideia de ter um filho me fazia querer chorar, não sabia como cuidar de uma criança e tinha medo de que o fruto do meu ventre faria em seu futuro. Tinha receio de me tornar como minha genitora.
Mas o medo é natural e existe em tudo aquilo que é desconhecido, que não temos controle. O medo nos protege e nos mantém vivos. O medo garantiu a nossa existência até aqui. Mas o medo também aprisiona. Isso porque 90% dos nossos medos não acontecem. Eles existem apenas dentro da gente.
No fundo do lago vejo túneis subaquáticos e entro, tentando, de alguma forma, acessar o mar para ir a La Push. Olhando os desenhos nas paredes do túnel, encosto minhas mãos, a procura de apoio. O oxigênio que passava por minhas guelras era baixo, havia muita poluição no túnel em que eu havia escolhido entrar... Significava que aquele era o caminho para o mar.
Passando por um dos túneis , vejo desenhos que não deveriam estar naquelas paredes. O que parece ser uma sereia, segura um punhal em sua mão direita e seu corpo serpenteia o corpo do tritão de cabelos compridos. O tritão está sentado sobre um triângulo de pedras, o qual se assemelha a um trono. O desenho representava o assassinato do rei, concluo. Porém... O desenho da assassina, filha do rei, estava rasurado, haviam formatos estranhos e um desenho de um tritão acima.
As escritas em canto abaixo do desenho, estavam ilegíveis. Mas se podia compreender meramente. "Ás vezes o nosso maior inimigo é quem mais confiamos. E, ás vezes, o que achamos ser verdade, é uma mera mentira."
O grito ensurdecedor de agonia de uma sereia, soa em meus ouvidos. A memória de quando Donna foi mantida em cativeiro pela BCE. Sem pensar, nado com toda minha força que tenho, até chegar ao fim do túnel, o qual continha grades de ferro. Forço a grade, empurrando e batendo meu ombro contra as barras de ferro fincadas na saída do túnel. Tomo impulso para atravessar as barras e, enfim, consigo passar por elas. Logo gritando alto, ao sentir meu corpo ser eletrocutado por alguém vindo da superfície.
.
Sinto minha cabeça doer e minha cauda se contrai ao sentir que fios se enroscavam na mesma. Espasmos de choque cercam onde eu estou e, enfim, minha mente clareia. Eu estava presa.
Presa por paredes transparentes, eu sinto medo ao ver que estou mantida em um laboratório.
— A nova cobaia acordou.— Uma voz masculina chega em meus ouvidos e eu sibilo para o inimigo, o qual sorri com escarnio.— Que ótimo te ver novamente, cobaia 5123.
Com irritação, eu bato na parede transparente com minhas mãos e arranho a mesma com raiva, vendo o carcereiro, meramente conhecido por mim, rir de forma asquerosa, enquanto me encara.
— Sabe... Quando todas as da sua espécie forem extintas, eu me tornarei o rei.— O homem fala e sorri maleficamente ao me ver confusa.— Eu sou Nature, o filho bastardo do rei. Mais humano que peixe.
O choque passa pela minha face, me mantendo incrédula. Pequenas correntes me deixam em pânico quando tocam o pé da minha barriga, com sagacidade, seguro as correntes de choque com ambas as mãos, sentindo o formigar por todo o meu braço.
— Não deveria contar todos os nossos planos a ela, não concorda?— Uma voz feminina soa no laboratório, porém não avisto sua face.
— Senhorita Condoisselé.— Nature a cumprimenta.— Só estava tentando impor medo nela.
Eu não estava com medo dele e isso não era um segredo, era um fato. Bato minha cabeça contra a parede, concluindo que ela era um tipo de vidro resistente. Socando o vidro diversas vezes, ele finalmente trinca e mais correntes elétricas se depositam em meu corpo, até eu sentir-me molenga.
— Uma pena que agir assim só vai me deixar mais irritada.— A mulher diz, caminhando em direção ao aquário retangular que eu estava sendo mantida.— Eu não tenho pena de você. Pelo contrário, eu quero você morta, minha querida filha.
Capítulo não revisado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um romance entre raças.
FanficSaindo de Bristol Cove, após sua raça fugir para o oceano Atlântico, Ryn se põe a descobrir mais sobre os humanos. Ao que parece, o mundo tinha muito mais a oferecer, do que Ryn, jamais poderia imaginar. Alice e Jasper estavam vivendo pacatamente, j...