Capítulo 19 Um Júnior diferente.

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Passado toda a folia do carnaval, a vida havia voltado a sua rotina, porém Júnior passou a se esconder menos, assumiu o seu cigarro que por muitas vezes era a única testemunha de sua tristeza, aos poucos começou a mudar a forma de se vestir, não que ele estivesse tentando se revoltar contra o mundo, mas ele só queria ser um pouco mais ele mesmo.
Um dos professores havia passado um trabalho para ser feito em grupo, como era de se esperar os amigos se juntaram para discutir o tal trabalho, ficou decidido que o trabalho iria ser feito na casa de Jéssica, pois se tratava de uma chácara e com isso teriam mais espaço para o trabalho.
A mãe de Júnior embora fosse daquelas super protetoras começou a dar mais liberdade ao filho, até ela notava que o garoto estava mais feliz, ao seu modo de mãe ela tentava dar todo o apoio e suporte ao filho, com isso ela até incentivava o garoto a sair de casa com seus amigos, então ir para a casa de Jéssica não seria nenhum problema.
Havia chego o dia do tal trabalho, nosso grupo era um misto de meninas e meninos, Júnior tratou de sair cedo de casa, já havia se informado com Jéssica qual ônibus teria que tomar e em qual ponto descer, tomou o ônibus e foi para a zona considerada rural de Bragança Paulista, Júnior desceu do ônibus no lugar certo, encontrar a chácara foi fácil, pois havia um portão vermelho e duas letras enormes escritas no muro ao lado do portão, essas letras eram as iniciais dos sobrenomes dos pais de Jéssica.
Não havia campainha, então Júnior bateu no portão, quando deu por sí entendeu o porque não havia campainha, pois ouvia latidos e mais latidos vindo de dentro da propriedade, para sua sorte Júnior amava os animais, especialmente os cães, aos poucos o portão foi aberto por um senhor com um olhar altivo e com cara de poucos amigos, na hora o garoto pensou : Já sei quem a Fina puxou !
Feita as apresentações o senhor José deixou o garoto entrar na propriedade, de início o garoto ficou meio receoso com os cães, mas passados alguns minutos os cães e o garoto já eram bons amigos, ao entrar na varanda da casa, Júnior encontrou Jéssica que lhe apresentou a sua pequena família, sua mãe Deusa era a típica mãe italiana, com aquele sorriso largo e enigmático no rosto, havia também sua irmã mais velha e seu cunhado, todos foram simpáticos com o garoto.
Aos poucos os outros foram chegando para o tal trabalho que alias seria uma maquete sobre a Grécia Antiga, coisa que o Sr. José era um grande conhecedor!
Uma das nossas amigas veio de carro trazida pelo pai, o carro entrou na propriedade e a garota seguia fora do carro, foi quando o dog alemão preto que era de Jéssica apareceu e coitada da Naty, ela entrou em desespero e entrou dentro do carro do seu pai literalmente pela janela do motorista, passado o susto, Júnior que já não aguentava mais caiu na risada pelo ocorrido, com isso todos acabaram rindo da situação que havia ocorrido a pouco, o dia passou tranquilamente. Sr José pai de Jéssica ajudou em muita coisa do trabalho, contando inclusive algumas histórias aos garotos, aquele senhor já não dava mais tanto medo, tinha bondade em seu olhar, e seus olhos sempre brilhavam ao olhar o desempenho de sua filha Jéssica, certamente aqueles dois eram mais parecidos do que pensavam, naquele dia o Sr José virou o Tio José e foi nesse dia que Júnior adotou e foi adotado pela família de sua amiga.
Júnior voltou para casa pensando em como seria bom ter vivido a vida toda junto a seu pai, será que um dia seu pai sentiria algum orgulho do filho? Será que algum dia haveria brilho nos olhos de seu pai ao olhar o filho? Naquele momento ele só queria que o Sr Caio não tivesse abandonado o filho e a esposa, porém essa não era a vida de Caio, essa era a vida de outra pessoa, ao mesmo tempo Caio agradecia a Deus pelo seu padrasto, que era uma pessoa simples, porém de um coração gigante. 

Me ame pouco, porém por muito tempo!Onde histórias criam vida. Descubra agora