Capítulo 55 Despedida!

15 3 0
                                    

Pela manha Júnior saiu e foi ao ponto de encontro onde o motorista ia pegar o garoto, chegada a hora combinada o carro estacionou no lugar combinado,sentada na frente junto com o motorista estava Helena.
O motorista desceu e abriu a porta para que Júnior, entrasse no carro , ele entrou no carro na parte de trás e pediu a Helena que fosse se sentar
com ele:
- Dona Helena, pode vir sentar aqui comigo por favor?
- Claro que posso, disto isso Helena saiu do carro e foi se sentar atrás junto ao fragilizado garoto.
Júnior passou o caminho todo chorando e segurando as mãos de Helena, naquele momento não haviam lugar para palavras, só havia tristeza e solidão.
Assim que o carro chegou a casa dos avós de Eduardo, Júnior pulou do carro e encontrou dona Helena e seu Raul a sua espera diante a grande porta de entrada da casa, sem dizer nenhuma palavra os três se juntaram em um só abraço e cada um chorou pelo mesmo motivo.
Passado o impacto do primeiro momento entraram na casa, dona Odete e o seu Raul levaram o garoto para a grande sala que dava vista para um jardim lindo e tinha ao fundo a vista de uma enorme montanha.
-Obrigado por ter vindo disse seu Raul.
Eu que agradeço pelo carinho de vocês, disse de forma automática o garoto, tão sem vida quanto o seu amor que havia morrido.
Passado uns minutos serviram um chá para aquelas pessoas da sala, um dos empregados havia chego em outro carro, e levou consigo uma caixa dourada para uma mesa de centro onde haviam fotos de família, dentre elas a foto do Eduardo com seus pais , ele ainda menino. Júnior não estava entendendo nada do que estava acontecendo e resolveu perguntar:
- O que está acontecendo? Que caixa é essa?
Seu Raul explicou ao garoto que naquela caixa continha as cinzas do seu neto, e que aquelas cinzas seriam jogadas no jardim da frente da casa, seria o término do funeral de seu neto.
Júnior se levantou e foi caminhando junto a dona Odete e seu Raul, todos os empregados iam um pouco a trás , e foi ao som de uma musica que Eduardo gostava muito que suas cinzas foram jogadas delicadamente ao vento, fazendo suas cinzas se espalharem pelo jardim da propriedade. A música que tocava era uma das preferidas de Eduardo, e pelo acaso da vida se tratava da Música Eduardo e Mônica ( Legião urbana), aquele espetáculo fúnebre acabou um tempo depois, no final todos bateram palmas para o jardim, pois seria ali a morada de uma pessoa muito amada.
Triste fim de uma existência, e muita ironia do destino, Edu havia morrido da mesma forma que seus pais.
Não havia mais nenhuma vida naquela casa, Júnior ainda dormiu no quarto de Eduardo, revivendo tudo o que tinham passado até aquele momento, Júnior chorou sobre o travesseiro que pertencia a Eduardo.
Pela manhã se levantou e se arrumou, pois iria voltar a Bragança, tomou café com os avós de Eduardo, mas a cadeira vazia na mesa não permitiu que ninguém conseguisse comer nada, os avós de Eduardo sabiam do amor que ele tinha por Júnior, com isso fizeram Júnior prometer voltar para ver eles outras vezes.
Júnior agradeceu pelo carinho que havia recebido daquela família e entrou no carro de volta a Bragança, dessa vez voltou sozinho, pois Helena ficou em Orypaba onde também estava Hellen.
Ao cruzar a saída do condomínio Júnior em seu íntimo jurou nunca mais voltar naquele local, assim doeria menos!
Este amor, Júnior conservou as memórias boas e ruins, bem como as folhas de plátanos onde estava a folha gigante, um postal de Campos do Jordão e o perfume de Eduardo, que daquele dia em diante passou a ser o preferido de Júnior, não por ser caro, mas por ser o cheiro do seu gigante, as folhas seguem intactas até hoje, seguem guardadas como uma memória física do seu amado.

Me ame pouco, porém por muito tempo!Onde histórias criam vida. Descubra agora