Terceiro estágio: barganha

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Não foi muito difícil para Izuku convencer Kirishima, a acompanhá-lo em sua nova jornada. O ruivo também sabia que aquela cidade não fazia bem para si. Mesmo que tentasse evitar o loiro, não tinha como não se lembrar dele. Aquela cidade o fazia lembrar de Bakugou, e Kirishima não queria continuar vivendo no passado. Queria seguir em frente. Tinha que seguir em frente. Recomeçar. Ficou extremamente feliz quando soube que Deku havia recebido uma proposta de emprego em outra cidade. Um emprego melhor e que pagava muito bem. O esverdeado não exitou em convidar o amigo ruivo, que prontamente aceitou. Izuku achava que precisaria da ajuda de Mina, para convencer o amigo, já que acreditava que mais cedo ou mais tarde, Bakugou iria de alguma forma, atormentar a vida do ruivo. Principalmente, sua futura esposa, teve que fazer Mina prometer – isso com ele e Kirishima de joelhos perante a rosada – que não tomaria satisfações com Toga. O tempo foi passando, mais rápido do que Kirishima gostaria. O bolo estava pronto. Suas malas e a mudança também. A cidade não era muito longe da atual, então poderia facilmente ir de moto. Deku havia conversado com Bakugou por telefone, explicando os motivos dele e de Eijiro não puderem comparecer ao casório. O loiro foi bem compreensivo, compreensivo até demais. Todos esperavam que ele desse um show, que gritasse e xingasse Midoriya e Kirishima de todas as ofensas possíveis que ele conhecia, e olha que o vocabulário de ofensas que Bakugou conhecia era extenso. Katsuki apenas desejou uma boa sorte para Deku, e pediu que eles continuassem mantendo contato. O esverdeado concordou, manteria contato com o amigo de infância, só não contaria que Eijiro viria junto com a mudança. O que parecia não fazer muita diferença, já que o loiro não notou que fazia semanas que Kirishima não aparecia mais em casa.


Bakugou estava feliz. Finalmente poderia se livrar daquela louca. Estava contribuindo com uma investigação para a polícia federal, e tinha que manter um papel: o de apaixonado por Himiko Toga e conseguir todas as informações sobre a loira e mandá-las para os federais. Era um trabalho perigoso, já que a mulher tinha ligações com gente barra pesada. Se sentiu mais aliviado quando notou que Kirishima estava morando com Deku, havia ressentimento de sua parte deixar o ruivo sozinho, algo poderia acontecer com ele e Bakugou não estaria por perto para ajudar. Aqueles três meses foram um dos piores de sua vida, não tinha paz, nem do lado dos federais, nem do lado de Himiko. E por falar em Himiko, que mulher irritante! Por várias vezes, Bakugou teve que contar até mil para não explodir a cabeça daquela mulher. A pior parte foi ter que transar com ela. Ele se sentia sujo fazendo isso, não sentia qualquer tipo de prazer ou tesão pela loira, o que o ajudava nessas horas, era as memórias que tinha com Kirishima. Sentia que fazendo aquilo, estava traindo o ruivo, mas era por uma boa causa. O agente Todoroki sempre deixava claro isso, e era frustrante não poder dar uma boa surra em Touya toda vez que o moreno abria a boca para o acalmar. Ele podia ser um ótimo agente da lei, mas era um péssimo coach. Mas no final, todo o seu esforço estava valendo a pena. Era maravilhoso encarar Toga vestida de noiva, dentro da igreja, sendo presa na frente de todos que a conheciam. A ideia de fazer a efetuação da apreensão no dia do seu casamento foi de Todoroki. O loiro logo concordou, era a maneira mais fácil de explicar toda a situação que havia se metido. Via a mulher gritar com os dois oficiais que a arrastavam para fora da igreja, outros convidados sendo presos também. Um verdadeiro carnaval. Toga olhava com raiva para o loiro, amaldiçoando o ex-noivo, que tinha um sorrisinho no rosto de satisfação. Ao seu lado, Mina gravava tudo, a rosada estava boquiaberta.

– Você não pode fazer isso comigo! Você disse que me amava!

– Já fiz. E eu nunca te amei e nunca, ouviu? Nunca iria te amar.

– Vai se arrepender Katsuki Bakugou. Vai se arrepender!

Não ligou para as ofensas que ela lhe dirigia, e sabia que ela não podia mais o ameaçar. O circo tinha fechado para Himiko Toga, uma das maiores contrabandistas de diamantes do país. Finalmente poderia voltar para a sua antiga vida. Poderia voltar para Kirishima. Poderia ser, em muitos anos de negação, honesto com o homem que amava e que, ele sabia, que também era correspondido. Só esperava que não fosse tarde demais.

Estágios de um amor não correspondidoOnde histórias criam vida. Descubra agora