Sempre estarei esperando por você

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 – Padin! Padin! Padin!

O grito da criança se fez presente perto da casa de praia. Era verão, o clima quente pedia por coisas geladas e refrescantes. A casa de tamanho médio ficava perto da praia quase que deserta, bastava apenas atravessar a rua e descer as escadas de madeira, para entrar em contato com a areia branca. Bakugou estava na cozinha, cortando alguns legumes para o almoço que preparava. Ao ouvir a voz infantil invadiu a sua audição, pela janela da cozinha o loiro conseguia ver a menina de sete anos correndo nas escadas e parando na calçada, olhando de um lado para o outro e atravessando a rua na faixa de pedestres. A menina tinha longos cabelos brancos, presos em duas marias chiquinhas baixas. Vestia um short vermelho que ia até o joelho, uma blusa sem mangas amarela e chinelos da mesma cor. A menina abriu a portinha do quintal dos fundos, correndo pelo gramado e adentrando a cozinha.

– Padin! Padin!

– O que foi pirralha?

– Me ensina a surfar?

Parou de cortar os alimentos e olhou para a sua afilhada. Tsubaki crescia a cada dia que passava, podia se lembrar do dia em que ela nasceu. Izuku havia resolvido fazer uma pequena reunião com os amigos, fazendo o convite para Katsuki e Mina serem os padrinhos de sua filha. O casal de amigos aceitaram na hora, emocionados com a consideração do ex Midoriya. O esverdeado começou a chorar de alegria, mas não demorou muito para a alegria se transformar em desespero quando a bolsa estourou. Bakugou achou que perderia a mão com a força que Izuku aplicava, Mina quase bateu o carro, enquanto Shoto tentava acalmar o marido. Os gritos que o esverdeado dava, ficaram marcados na memória do loiro para o resto da vida. A quantidade de ofensas que Izuku jogava para cima do marido, era assustadora e mostrava as vantagens que ser amigo de Bakugou dava: a criatividade na hora de ofender alguém. Mas após o nascimento da pequena Todoroki, Bakugou recebeu uma série de ameaças de Izuku, que se um dia, a filha dele falasse uma ofença, o loiro não teria mais algumas partes essenciais do corpo. Riu com a lembrança, achando graça e sentindo medo do amigo cumprir a ameaça. A paternidade mudava as pessoas.

– E o seu pai deixa?

– O papai Izu deixa. Mas o vovô diz que é de gente sem vergonha e que não tem futuro. Mas o tio Dabi me diz para parar de ouvir ele, que ele tá ficando caduco. Padin, o que é caduco?

– Caduco, é uma pessoa que está ficando velhinha e não consegue pensar direito. Mas não é educado falar isso das pessoas. Principalmente do seu avô.

– Ahhh... então é por isso que o tio Hawks sempre bate na cabeça do tio Dabi?

– Sim. E você também não deve bater nas pessoas.

– Tudo bem. Mas o senhor vai me ensinar? O tio Natsu já tá me ensinando, mas eu queria praticar. O senhor vai me ensinar?

– Depois do almoço. Sobe e tome um banho.

– Padinnnn...

– Sem manha. Vamos, vamos...

A albina fez um bico, tentando fazer a famosa carinha de cachorrinho abandonado, fazendo os olhos verdes brilharem. Aquilo podia funcionar com Shoto, mas não com Izuku e Katsuki, mas isso não a impedia de tentar. Não teve escolhas a não ser obedecer o padrinho e subir as escadas em direção ao banheiro do segundo andar. Bakugou gostava da nova vida que estava levando. Não ficava muito tempo no trabalho. Os finais de semana eram sagrados para a sua família, principalmente com o nascimento do seu primeiro filho. Yuki era a sua vida, sua luz. Agora entendia a forma como Shoto e Izuku agiam em torno de Tsubaki. O seu menininho era o seu mundo, havia moldado tudo à sua volta para ser o mais presente possível na vida do pequeno loiro. Em alguns dias ocorreria a festa de quatro anos do seu pequeno príncipe, e o quintal da sua casa, iria virar um verdadeiro campo de guerra cheio de crianças. Mas gostava daquela bagunça, significava que a sua vida estava nos eixos, nos seus eixos de felicidade. O resto do dia Katsuki passou em meio às ondas, rindo das tentativas da afilhada de se manter em pé na prancha. Não demorou muito para a albina dormir, havia gastado toda a energia naquele dia. Terminou de tomar banho, indo conferir como Yuki estava e dando um beijo na testa de boa noite no filho, em seguida, adentrou o quarto em que Tsubaki sempre ficava quando vinha passar algumas férias em sua casa, dando um beijo na testa e fechando a porta. Adentrou ao quarto, vendo o seu marido lendo um livro da faculdade.

– Ela dormiu?

– Como uma pedra. Me surpreenderia se depois do tempo que passamos na praia, ela estivesse alguma energia. Eu estou morto. Posso dormir por uma semana. – Escutou a risada do marido, sorrindo com aquele som que tanto amava – Fico feliz que você esteja aqui.

– E eu fico feliz por estar aqui. Por ter essa família. Por você ter me esperado esse tempo todo.

– Sempre esperarei por você Kirishima. Sempre.

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Estágios de um amor não correspondidoOnde histórias criam vida. Descubra agora