MARCH 16. 2001

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Não sei se seria o correto a se fazer, mas eu estava disposto. Admitir algo assim era complicado, ainda mais para mim, Niall havia desaparecido, me deixou na mão e agora estou aqui falando com as paredes do meu quarto. Queria somente alguém para desabafar, pra mim seria ótimo se não fosse pelo fato de eu ser um anjo e não poder contar para ninguém, queria ligar para Gemma, mas não tinha o número dela, ela seria uma ótima companhia agora. Lembrei-me das vantagens de ter alguns poderes e num instante meu celular já chamava o número dela, queria conversar, tomar um café, sei lá, qualquer coisa para me distrair desses pensamentos sórdidos.

Alô? – sua voz estava acelerada.

― Gemma? – respondi logo.

Sim, Harry? – como ela sabia?

― Sim querida. Então, está ocupada agora? – fui direto.

Na verdade não, porque? – senti uma certa ansiedade.

― Pode vir aqui em casa, preciso conversar com alguém e pensei em você. – ela ficou em silêncio. – Gemma?

Ual! Tudo bem, me informa o endereço. – informei o endereço e finalizei a chamada.

Dei uma ajeitada na casa, não que estivesse bagunçada mas era sempre bom, estava nervoso, era primeira vez que alguém desconhecido viria aqui, isso era até estranho. Meus pensamentos se voltaram pala Louis, porque isso de novo? Estava pensando em como ele é delicado, como tudo a ele é proporcional ao seu tamanho, menos suas asas, que são gigantes e ainda me pergunto o porque disso. Retomo ao que estava fazendo e corro para a cozinha, faço um suco e algo para comermos ao longo do dia. Alguns minutos depois a campainha toca, corri para atende-la e lá estava ela, com aquele sorriso no rosto, abri mais um pouco a porta para que ela pudesse entrar e assim fechei e fui até ela.

― Que bela casa, e que bela vista. – ela riu olhando ao redor.

― Sim, eu gosto bastante daqui. – sorri de volta. – Pode sentar, quer uma água, suco? – ia saindo em direção a cozinha.

― Não, obrigada. – suas bochechas ficaram coradas.

― Tudo bem. – gargalhamos.

Sentei-me no outro sofá e demos inicio a conversa, ela já não estava mais tímida como no começo, conversamos sobre muitas coisas conforme o passar do tempo, ela me disse sobre sua infância, foi um pouco triste porém com um final feliz, eu quase não falei de mim, afinal não tinha e nem podia dizer nada além de “foi boa”. Começamos a falar sobre livros, uma coisa que interessava a ambos, estava começando a achar que ela é minha versão feminina, afinal, éramos bastante parecidos em tudo, e, por alguma razão eu sentia mesmo que podia confiar nela, enquanto ela falava ia chegando mais perto de mim, minha cabeça novamente nas nuvens, dessa vez pensando se deveria contar a verdade a ela ou não. Senti uma proximidade maior da sua parte, e quando me retomei percebi que ela tentará me beijar. Hesitei, sem perceber minhas asas se abriram a fazendo dar um pulo até a porta, meus olhos mudaram de cor e o que eu menos queria agora era que ela fosse embora. Respirei fundo tentando me acalmar, ela não podia tentar me beijar sem me avisar antes, e mesmo se avisasse, eu não poderia fazer isso, enquanto caminhava até ela completamente assustada, vi a porta da sala se abrir e Louis adentrar por ela.

No momento em que me deparei com Louis senti como se eu estivesse engolindo gelos, meu coração disparou, achei que iria ter um ataque fulminante, ver seus olhos azuis ficando cinzas, isso era de matar qualquer um, e eu agora apenas tentando entender o porque de estar nervoso com sua presença.

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