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AVISOS: violência extrema, exposição de cadáver, transexualidade, transfobia, bissexualidade, homossexualidade, abuso de álcool e outras substâncias, psicopatia, transtornos mentais, automutilação, relação psiquiatra - paciente, pedofilia, estupro. 

Fanfic harlivy au. Sim, mais uma, meus amores. Venham se divertir comigo, rs. 

A Dra. Romeno é uma personagem original feita à imagem e semelhança da dignissima Amy Adams. Pode ser que outros personagens originais apareçam e, quando acontecer, colocarei nos avisos o nome do artista para vocês visualizarem o rostinho.

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A paciente tamborilava a ponta dos dedos sobre a mesa metálica, e de seus lábios carnudos saía um assovio enervante, cínico. Os olhos azuis grandes e expressivos contornavam a vasta sala, concentrando-se no que havia além das paredes de vidro: uma pequena e densa floresta que abrigava o Asilo Arkham, um hospital psiquiátrico feito para criminosos considerados insanos.

Por conta das consultas semanais que aconteceram durante todos aqueles anos dentro daquela sala, Harley Quinn já estava mais do que habituada aquela imagem que parecia ter saído direto de um filme de terror dos anos 80. Provavelmente era por isso que ela apreciava tanto ficar longos minutos em silêncio observando o mover dos galhos, ouvindo o ruído dos pequenos animais que viviam ali.

A médica reparava em sua paciente com atenção, especialmente em seus gestos tão conhecidos por ela. A Dra. Romeno não deixava escapar nada, nem mesmo um único suspiro que fosse. Ela se dedicava integralmente a todos os seus pacientes, ninguém poderia negar isso, porém havia um esforço a mais em relação àquela criatura de olhos gélidos e cabelos loiros que todos ali dentro do hospital já haviam reparado. Era como uma espécie de obsessão. Romeno queria desvendá-la, mas a imprevisibilidade do comportamento de Harleen Frances Quinzel deixou isso impossível apesar dos seus esforços árduos ao longo dos anos.

— Está ansiosa? — perguntou com um ligeiro entusiasmo que não passou despercebido a loira sentada à sua frente.

Harley demorou mais dois segundos antes de dirigir seu olhar para sua psiquiatra, fitando os olhos azuis cristalinos da médica, olhos estes que não conseguiam esconder nada, o que não parecia nada bom para sua profissão.

— Para quê? — fingiu-se de desentendida. Aprendeu bem cedo a fingir, a jogar, e se viciou nisso. Era difícil parar. E ela não queria fazê-lo.

— Para o grande dia. O dia pelo qual eu acredito que você tenha aguardado durante todos esses anos, Harleen.

— Refere-se a amanhã?

— Sim.

Amanhã enfim Harley sairia do maldito hospital, retornando ao mundo lá fora depois de quinze anos.

— Não mesmo. — deu de ombros e manteve um sorriso zombeteiro. — O que há de bom lá fora que não tem aqui além de álcool, cigarro, uma cama decente e praias? — debochou. — Se bem que em Gotham não há praias... — coçou o queixo e então exibiu seus dentes num sorriso megalomaníaco.

Valentina sorriu de volta. Estava acostumada com os joguinhos da loira.

— Sente tanta falta assim de beber e fumar?

— Por que isso parece te surpreender, Doutora? — reclinou-se em sua cadeira e cruzou os braços na altura dos seios.

— Bem, você foi trazida para cá tão nova. Não imaginei que desse tempo para se viciar.

— Eu te contei que o alcoolismo está no sangue da minha família, Doutora. E que comecei a fumar com doze anos. — Dra. Romeno assentiu. — E, apesar dos meus pedidos, vocês nunca me deixaram dar um trago se quer.

Instinto SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora