4

553 50 24
                                    


"Oh amor, amor

Como eu deveria saber

Que tinha algo errado aqui? [...]

Me mostre como você quer que as coisas sejam

Me diga, amor, porque eu preciso saber agora."

Hit me baby one more time - J2 Epic Trailer Version

Todas as suas estruturas foram abaladas com aquela informação, era nítido. Não tinha como disfarçar. O impacto daquela notícia foi tremendo a ponto de um mal estar súbito lhe invadir, fazendo-a quase cair se não fosse o amigo e parceiro segurá-la pelo braço.

— Você está bem? — o loiro fez uma pergunta estúpida e retórica.

Claro que não. Os dois sabiam disso. Como ela poderia estar bem?

Flag sabia sobre Harley Quinn, assim como o chefe deles, Jim Gordon, assim como todas as outras pessoas com acesso à televisão, celular etc. O país inteiro ficou sabendo do ocorrido há quinze anos. Ninguém falou em outra coisa durante mais de um ano. O massacre natalino em Gotham City virou capa de diversos jornais e revistas. Virou assunto dos programas de televisão mais famosos dos Estados Unidos. E claro, o nome Pamela Isley, a única "sobrevivente", vazou. E logo todo mundo sabia quem ela era e da natureza de sua relação com a assassina. Pelo menos parcialmente.

Os jornalistas voaram como abutres atrás de informação. Os vizinhos, os colegas de escola, todos estavam dispostos a dizer qualquer merda para ter cinco segundos de fama. Todos disseram que Pamela e Harley eram "inseparáveis", amigas desde muito cedo, tão íntimas que chegava a ser suspeito. Então logo os rumores de que eram amantes se espalharam, mas isso nunca foi confirmado pela ruiva a ninguém. Ninguém exceto seu marido Ethan Matthews.

— Estou ótima! — respondeu rispidamente e praticamente o empurrou. — Me explique direito essa história de livro. Quando foi isso?

— O livro foi lançado há um mês e meio.

Sua cabeça começou a latejar e dar várias voltas, como se estivesse na porra de uma montanha-russa. Aquela história toda era tão absurda que não dava para acreditar.

Harley estava fora de Arkham há quanto tempo para ter tido tempo de elaborar um livro com uma história daquelas? E como diabos ela poderia ter escrito algo que, literalmente, aconteceu logo depois? O livro era a prova da sua culpa e ao mesmo tempo um álibi? Por que diabos ela escreveria um livro denunciando seu próprio assassinato? E a pergunta mais importante: Por que ela mataria aquele infeliz de aspecto ridículo na cama?

Bem, a última pergunta Pamela sabia a resposta.

Por diversão.

Harley matava por diversão. Sempre foi assim. Desde o primeiro animal que ela matou até o assassinato de suas famílias.

— Certo... — a ruiva respirou fundo, passou a mão pelo rosto, tentando se conter ao máximo para suas emoções não virem à tona, mas estava transpirando de nervoso. — O que Gordon disse além disso?

— Para nós irmos atrás dela no endereço que me enviou por mensagem.

Os olhos verdes se esbugalharam.

— Ele já a localizou?

— Sim. Não foi difícil por conta de ter virado uma autora famosa. Ele entrou em contato com a editora de seu livro e explicou o motivo pelo qual precisava do endereço dela, essas coisas. Mas olha, eu posso ir sozinho, se você quiser.

Instinto SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora