Onde Harley Quinn e Pamela Isley se conhecem desde crianças e são almas gêmeas às avessas.
Ou
Harley tem sede de sangue, despreza e sente ódio de todos, menos de Pamela Isley.
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"Fiquei sabendo que você encontrou outra pessoa
E no início eu achei que fosse mentira
Levei todas as minhas coisas que faziam barulho
O resto eu poderia viver sem."
Somebody Else - The 1975
A cabeça de Pamela Matthews estava bastante confusa.
Ela chegou ao local do crime completamente desestabilizada, nem sabia como conseguiu dirigir até lá. Suas pernas estavam enfraquecidas e seu juízo afetado pelo álcool, mas, em especial, pelo encontro com a ex amante.
Assim que se aproximou, Pamela viu no olhar de Flag que ele sabia que ela havia bebido, mas nada disse. Apenas balançou a cabeça negativamente com o cenho franzido e a acompanhou até o corpo de Bruce Wayne, que estava largado no chão de sua enorme sala de estar.
O milionário, dono da editora na qual Harley Quinn havia lançado seu livro há poucos meses, foi assassinado da mesma forma brutal que Johnny Kid: com dezessete punhaladas feitas com um picador de gelo. O pressuposto era óbvio. Quem matou o astro do rock também havia matado o empresário.
— Ele foi morto a que horas? — questionou a ruiva ao legista que examinou o corpo, finalmente dizendo algo. Ela queria disfarçar a embriaguez aos outros, pelo menos.
Flag estava de braços cruzados. Gordon falava na rua com policiais locais que chegaram primeiro ao local.
— Pela rigidez post mortem, eu diria que há umas setenta e duas horas.
— Tudo isso? — perguntou chocada. — Então... Bruce não morreu hoje.
— Obviamente. — Flag a cutucou, dando um sorriso sardônico. Ela era a mais inteligente da dupla, então era ridículo ter de ver Pamela dizer aquele tipo de coisa só porque estava... Alterada. Coisa que nunca aconteceu antes. Antes de Harley Quinn voltar à sua vida. — O que isso significa? Por que está com essa cara?
Matthews o puxou pelo braço para longe, levando-o até o corredor onde podiam conversar sem serem ouvidos.
— Você sabe que eu tenho seguido Harley. — murmurou para ele.
— Sei, e não estou de acordo.
Pamela revirou os olhos.
— Isso não vem ao caso. Eu preciso saber que horas ele foi morto. Porque eu a segui durante toda essa semana até às 21h, o máximo que consegui. Se esse assassinato foi cometido nesse tempo, então significa... — parou de falar ao concluir o raciocinio dentro da própria cabeça, ficando boquiaberta.
— Que ela não matou Bruce Wayne e que talvez nem tenha matado Johnny Kid.
— Exatamente.
— O que fez você mudar de opinião tão rápido? — ele olhou seriamente para os olhos verdes dela, lhe encarando de braços cruzados. — Estava furiosa e convicta da culpa da Harley, mas de repente está super suscetível a acreditar na inocência dela só porque não a viu fazer nada suspeito em quê? Cinco dias? Ou será que algo mais aconteceu que você não está me contando?
