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A cozinha estava silenciosa, completa e totalmente, o oposto do normal, quando você teria cinco filhos pequenos gritando e causando travessuras. Suas mãos estavam enroladas em uma caneca de café que esfriava, um cigarro pendurado em seus lábios, um prato de torradas não comidas na sua frente, de horas atrás, feito por Polly, antes de ela levar as crianças para o dela. Você não poderia tê-los aqui, não esta noite, não depois que a bomba que Poll caiu sobre você esta manhã.
Bem, talvez 'bomba' não fosse a palavra certa. Você teve um pressentimento por semanas, um que você empurrou para fora de sua mente, estômago borbulhando de estresse (ou enjoo matinal, talvez). Porque, é claro, uma parte sua sabia que você estava grávida - é claro que sabia, inferno, você já tinha cinco delas. Essa, entretanto, seria a primeira gravidez pela qual você chorava; realmente, verdadeiramente, tristemente, chorou, desde que você descobriu sobre a existência de Katie, no seu aniversário de dezesseis anos. Katie, no entanto, se transformou em uma surpresa pela qual você ficou em êxtase.
Você não podia ver isso acontecendo, desta vez, no entanto.
Você torceu a aliança no dedo, aquela que tirou várias vezes esta semana, dizendo a si mesma que era só devido aos dedos inchados. Não era, no fundo, você sabia disso. Pela primeira vez em doze anos de casamento, você de repente pensou em não se casar. Você e John tiveram algumas discussões horríveis ao longo dos anos, mas de alguma forma, foi o não discutir que fez você pensar em deixar John. Os pensamentos traidores estiveram girando em sua cabeça por um tempo, fazendo você chorar até dormir na cama fria e vazia metade do tempo - porque John nunca mais voltava para casa antes do amanhecer.
Foram as longas noites, a preocupação e o medo paralisante, de que seu trabalho resultasse em um final terrível - com ele ou um de seus filhos mortos. Nunca foi algo que você tinha pensado tão profundamente antes, já que as crianças cresceram sem incidentes (Katie faria treze anos em algumas semanas), mas com o conhecimento de um novo bebê, vieram as ansiedades que você sempre tinha quando estava grávida, mas desta vez dez vezes. Seu cérebro esteve assombrado o dia todo, com imagens de seu recém-nascido sendo alvejado por um dos muitos inimigos que o Shelby tinha, ou levado como Charlie foi. Ocorreu-lhe o quão ingênuo você tinha sido antes, ao deixar as crianças vagarem pela rua, sozinhas. Você não poderia ajudar, mas -
A porta se abriu ruidosamente, rangendo as dobradiças que John havia prometido consertar meses atrás. Você saltou de susto, a mão quase alcançando a arma legal que estava no balcão, antes de ouvir o som familiar de John tirando os sapatos no corredor, fazendo mais das marcas familiares de arranhões no papel de parede que você escolheu você mesma quando John lhe mostrou esta casa pela primeira vez, quando colocou as mãos sobre seus olhos, guiou você pela rua com cuidado, Katie, uma criança pequena naquele ponto, pendurada nas costas. Quando ele riu, quando você abriu os olhos, deu-lhe as chaves frias, quando você chorou de alegria hormonal, jogando os braços em volta dele. Quando ele ainda tinha tempo para estar com a família, quando você se sentia mais como um tesouro do que como um fardo.
