Albus queria ser Rose

Capítulo 1

Oi! Passando rapidinho para avisar que essa short-fic tem 5 capítulos já escritos, e eu pretendo publicar um toda sexta ❤❤❤

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Pov. Scorpius

Scorpius olhou para o pisca-pisca do carregador na escrivaninha de seu quarto, a única luz visível em meio a escuridão. Já devia passar da meia-noite, o que significava que o dia seguinte seria terrível para acordar cedo, mas Scorpius tinha um motivo para a falta de sono. Um motivo com nome e sobrenome: Albus Potter. Sim, Potter! E como seu pai ficaria surpreso com isso.

Albus estivera quieto a semana toda e naquele dia parecia que as coisas tinham se agravado. Ele quase não reclamou na aula de feitiços e nem fez resistência quando James, seu irmão mais velho, roubou o cartão de dinheiro que sua mãe enviara através das harpias, na hora do jantar... Muito estranho.

Em um impulso, acendeu o abajur.

Olhou para o lado e, confirmando suas suspeitas, observou o tom de verde característico da íris de Albus, mostrando que não era o único acordado. Sem conseguir conter a ansiedade, se levantou e caminhou curtos três passos até a cama do Potter, não precisando dizer nada antes que ele se afastasse e desse espaço para Scorpius se deitar também, como costumavam fazer. Bem que, desta vez, o movimento pareceu demorar um pouco mais do que o usual...

O efeito ao se deitar foi instantâneo: Albus cheirava a suéteres tricotados e café quente, sendo sua própria definição de casa. Poderia dormir na hora, se ainda não estivesse preocupado com a quietude do melhor amigo.

- Hum... Tá tudo bem? – sussurra, para não interromper demais o silêncio do quarto.

Albus vira a cabeça para olhar para ele, mas não chega a encará-lo nos olhos.

- Tá... – responde, sem muito entusiasmo.

Scorpius observa o rosto de Albus a meia luz: As sobrancelhas arqueadas levemente para baixo, a boca relaxada, mas em linha reta, as pálpebras caídas...

- Você parece... Chateado. – Conclui.

Albus dá de ombros.

- Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? – fala o Malfoy, também desviando o olhar para o teto.

Albus suspira.

- Sabe, Scorp, às vezes... eu queria ser a minha prima. – diz Albus, após um momento, e Scorpius fica surpreso com o que, para ele, era uma súbita mudança de assunto

- Porque você gostaria de ser a Rose? – questiona, as sobrancelhas franzidas.

- Sei lá. – fala, mas percebe que o loiro não aceitaria algo tão vago como resposta, portanto explica – Você gosta dela.

- E daí? Eu também gosto de você. – afirma.

- É... – Responde Albus, e completa em uma voz tão baixa que Scorpius só escuta abafada – Mas não desse jeito.

- Ãhn? Nós somos amigos...

Scorpius parecia cada vez mais confuso. Tinha uma leve impressão que a cama havia começado a se inclinar, junto de seus pensamentos.

- Eu sei... Eu sei. – Fala Albus – Esquece isso.

- Al?... O que você quis dizer?

- Eu não quis dizer nada, Scorp. – diz, com a voz aflita, deixando o coração do Malfoy apertado.

Por que ele estava dizendo aquelas coisas? Que Scorpius "não gostava dele daquele jeito que gostava de Rose". Mas de que jeito? Scorpius gostava de Albus de todos os jeitos que pudesse imaginar. Jeitos demais, inclusive.

Balançando a cabeça para dispersar os pensamentos, ele muda um pouco o rumo da conversa, que só o colocaria em uma posição extremamente embaraçosa.

- É porque a Rose finalmente aceitou ir comigo a Hogsmead no fim de semana?

- Não! – Falou Albus, em um tom claro de "sim" para Scorpius. – É só que...

- É só que o quê? – insiste o loiro e então se senta, olhando para a forma embaçada de Albus a alguns centímetros dele na cama. O de olhos esverdeados não parecia animado em olhar nada que não a parede, e isso já estava incomodando-o.

- Não é nada, eu já disse!

- Albus! Assim fica difícil...

- Por que você insiste tanto em me entender?

- Talvez por que você seja meu amigo?!

Isso pareceu ser a gota d'água.

- Vai embora, Scorpius!

- O quê? – pergunta, incrédulo com a agressividade das palavras.

- Só... Vai dormir.

Após alguns segundos tentando recuperar as palavras, Scorpius se afasta indo em direção a sua cama, se jogando nela sem saber se o que sentia era raiva, humilhação ou outra coisa. Talvez frustração. Ele esperava que alguma coisa acontecesse, mas agora não sabia dizer o quê.

- Tudo bem. – Foi tudo o que disse antes de se deitar, também virado em direção a parede.

Não acho que seja preciso dizer que nenhum dos dois dormiu bem naquela noite. 

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PS: Também publicado no Spirit (com o mesmo usuário), porém essa daqui está revisada e eu mudei algumas coisas para fazer mais sentido... 

Bjo