The 100: Jonh Murphy

𝑫𝒊𝒔𝒄𝒖𝒔𝒔𝒂̃𝒐 𝒓𝒆𝒗𝒆𝒍𝒂𝒅𝒐𝒓𝒂 | 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝒕𝒓𝒆̂𝒔

𝐉𝐨𝐡𝐧 𝐌𝐮𝐫𝐩𝐡𝐲

Droga! Droga! Droga! Tanta hora pra porra do capacete explodir, mas nãoooo, tinha tinha que ser bem na hora que ela ia dizer que me ama... que merda eu to pesando? Eu sou mesmo um egoísta do caralho. Ela tá ali, inconsciente, e eu aqui, agindo que nem um idiota pensando só em mim, como sempre.

Bellamy: ela tá bem. Agora quer parar de ficar andando de um lado para o outro?! Tá me irritando!

Eu: desculpa estar preocupado com a SUA irmã!

Bellamy: isso é culpa sua. Se não tivesse expulsado todo mundo da sala de comando, talvez alguém tivesse reparado na rachadura no capacete!

Eu: vai se fuder, Bellamy! A culpa é de vocês que não verificaram essa porcaria direito! - se passassem menos tempo com papo furado, isso não teria acontecido. Mas é sempre mais fácil me culpar, não é mesmo?

Bellamy: o que tá tentando provar? — ele caminhou até mim extremamente irritado. Seus olhos me encaravam de forma repulsiva, algo que eu já estou até acostumado a receber de outras pessoas... exceto do Bellamy.
— que mudou? Que é alguém melhor mesmo depois de ter nos traído diversas vezes? Você só fode tudo, Murphy! - eu nunca senti tanta vontade de gritar com o Bellamy como agora, mas de alguma forma as palavras se entalaram na minha garganta. Eu queria gritar com ele, socá-lo, mas... bem no fundo eu sabia que ele tinha razão.
— ela não estaria ali se não fosse por você! - chorar é uma droga, principalmente na frente de outras pessoas. Isso mostra que você é vulnerável. Pena que não é algo que possamos controlar. Embora eu lutasse para segurar as lágrimas que insistiam em cair, acabei não conseguindo as conter ao ver Megan atrás de Bellamy desacordada.

Echo: já chega! Bellamy!

Eu: você tem razão. - sou sempre eu quem fode tudo. Primeiro quando a fiz proteger aquela menininha... quase a mataram por isso. Depois a fiz ir atrás de mim no esconderijo dos terrestres. Quase a pegaram. E isso é culpa minha. Eu sempre me priorizo, mas o problema é que ela também faz isso, e sempre se coloca em perigo pra arrumar as cagadas que eu faço. É, no final das contas o Bellamy tem razão: eu sou um merda que arrisca a vida de todos a minha volta.

Bellamy: não, Murphy, não foi isso que eu quis...

Eu: eu vou ajudar a Emori com... seja lá o que ela faça pra passar o tempo nessa porcaria de lugar. - sai antes de ouvir o famigerado "não foi isso que eu quis dizer". Não, não, imagina.

É uma droga ser culpado por tudo. E é uma droga maior ainda não poder falar sobre isso com ninguém, por que as únicas pessoas que você confia certamente jogariam isso na sua cara na primeira oportunidade que tivessem. Mas eu não as julgo, eu sou egoísta mesmo, sempre me coloco acima de tudo e de todos. Não é algo da qual eu me orgulhe, mas foi graças a isso que me mantive vivo esse tempo todo. Tudo era tão mais fácil quando eu achei que Megan estivesse morta, pelo menos eu poderia voltar a pensar só em mim. Não que eu esteja reclamando... ah, para com isso, Murphy, ou vai acabar enlouquecendo.

Emori: tá tudo bem com você?

Eu: está atrapalhando meus pensamentos. Vaza. - voltei a afundar minha cabeça em minhas mãos.

Emori: simpático como um coice de cavalo...

Eu: o que quer, Emori? - antes que eu me desse conta do que estava acontecendo, ela se sentou ao meu lado.

Emori: ela vai ficar bem...

Eu: eu não tô afim de te ouvir... - fui interrompido pela mesma, antes que terminasse minha frase. Depois sou eu quem não tem educação.

Emori: o Bellamy é um cuzão. ‐ levantei o olhar, surpreso.
— ele só está preocupado com a irmã, embora tenha sido bem filho da puta te dizendo aquilo.

Eu: aonde quer chegar?

Emori: que se o que ele te disse te atingiu, você não é o Murphy que conhecemos. Nem pelo qual Megan se apaixonou. - era meio assustador o jeito com qual ela falava.
— sei que já está cogitando a ideia de se afastar dela, para não machuca-lá e blá, blá, blá, mas... não se esqueça, Murphy, ela já se sacrificou muito por você para desistir dela tão fácil assim. ‐ essa é a conversa mais estranha que já tive com Emori, e olha que ela gostava de falar sobre teorias da conspiração enquanto transavamos.

Eu: por que tá me falando isso?

Emori: por que eu te amo. - deu de ombros entediada.
— quero que seja feliz e sei que a ama.

Eu: Emori... - caralho, que merda. O que eu falo? Eu sinto que qualquer palavra que saia da minha boca nesse instante vai ser mal interpretada.

Emori: não estou com vocês desde o início, mas sei que vocês têm um passado. Então... me faz o favor de não desistir dela, beleza? ‐ ela se levantou e sorriu para mim. Apenas assenti constrangido. É foda quando sua ex te da conselhos amorosos. Ela ia se distanciando quando se virou para mim rindo.
— aí, só tô dizendo isso por ela... eu ainda te odeio. - revirei os olhos, mas acabei não contendo um sorriso que se formou em meu rosto.

Eu: valeu...

Emori: te odeio! — foram suas últimas palavras antes de sumir. Foi bem... esclarecedor ter essa conversa com Emori. Eu preciso aprender com meus erros. Vai ser uma missão difícil, já que eu não erro, isso na minha perspectiva. Mas vou me esforçar ao máximo... pelos meus amigos — se é que eu tenho —, e principalmente pela Megan.

...

Eu: Raven, prepara o traje.

Raven: o que tá fazendo, Murphy? - revirou os olhos tediosa.

Eu: indo flutuar. - seus olhos se arregalaram surpresa, eu acho. Eu também não estava esperando tal atitude de mim, mas se é isso que eu preciso fazer pra voltar a ser valorizado — se é que algum dia fui —, farei.