𝑨 𝒄𝒂𝒎𝒊𝒏𝒉𝒐 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒔𝒂 | 𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝒄𝒊𝒏𝒄𝒐

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                     John Murphy

Megan saltou para cima de mim em um ato involuntário de desespero ao ouvirmos aquele barulho, o que não é de se esperar de um Blake, já que são conhecidos por sua famosa bravura, coragem e blá, blá, blá. Lorota. Não passam de uns covardes chorões.

Porém... sentir seu coração acelerado sobre o meu, suas pequenas mãos agarrando com força minhas costas, suas pernas ao redor de minha cintura me apertando contra si com toda sua força era como se... eu fosse sua base. Eu sei que parece loucura, mas me fez sentir como algo no qual ela confiasse, se sentisse segura a ponto de jogar todo seu corpo.

Raven: vocês estão bem?! - seus olhos encararam os meus sem reação por uma fração de segundos.

Megan: me põe na cama. - pediu e eu rapidamente a coloquei.
- Raven, Murphy, preparem o foguete. Pegarei apenas o básico e já encontro vocês lá.

Eu: como assim "Murphy"? Tá achando mesmo que eu vou deixar você aqui?

Megan: isso é uma ordem, Murphy!

Eu: não sei se eu já comentei, mas eu não recebo ordens. - Seus olhos queimavam de raiva, o que não me afetou nem um pouco. Ela odeia quando a desobedecem, o que chega a ser engraçado, pois eu amo contrariá-la.

Revan: estamos sem tempo para as briguinhas bestas de vocês! Eu quero os dois lá embaixo em um minuto! Entenderam?! - apenas nos calamos. Raven consegue ser bem ameaçadora quando quer.
- E Murphy - me virei para encará-la.
- dê um jeito nisso. - seu olhar foi até os pés praticamente fritos de Megan. Foram suas últimas palavras antes de sair furiosa, xingando ou chamando meio mundo. Não consegui diferenciar muito bem. Deveríamos parar de aceitar estrangeiros na arca, sempre com esses sotaques nada audível.

Megan: olha pra baixo - quando ela disse isso eu pensei que ia despencar para o inferno, mas era apenas o piso feio e manchado da arca.
- é um piso falso, bem nesse em que você está encima. - fui me abaixando conforme ela falava, já tentando abrir aquilo. Algo de importante deve ser, Megan não se arriscaria a ficar aqui sem necessidade.
- abrá-o rápido e pegue a caixa. - era apenas uma mini caixa vermelha com umas iniciais feitas á mão. Tá de sacanagem que eu tô me arriscando por isso?!
- agora podemos ir - ela rapidamente desceu da cama e pegou o objeto de minhas mãos. Seus pés novamente voltaram a ficar vermelhos como o fogo.

Murphy: minha vida seria tão mais fácil se você não existisse. - a peguei contra sua vontade - como eu sei disso? Levei três tapas ao colocá-la novamente na cama. - Retirei meus tênis e os encaixei em seus pés rapidamente.

Megan: o que pensa que está fazendo?!

Murphy: evitando que você fique sem os pés.

Megan: ponha os seus tênis agora!

Murphy: cala boca e corre. - Foram minhas últimas palavras antes de acelerar o passo para fora do quarto. Comecei a caminhar de forma acelerada pelos corredores, mas pude notar alguns gemidos de dor vindos de trás de mim. Seus pés estavam protegidos pelos sapatos, mas ainda assim, machucados e debilitados. Os meus ardiam um pouco, mas acho que dou conta de carregá-la.

Megan: John, não, os seus...

Eu: eu não sou um fracote que nem você. Apenas relaxe. - falei tentando acalma-lá. Passei um de meus braços por suas pernas e o outro segurei suas costas. Suas mãos se agarraram a minha nuca e seu rosto se perdeu em meu peito. A ouvi sussurrar um "obrigado" em meu ouvido, fazendo todos os meus pelos se arrepiarem pelo vapor quente de sua boca. Se essa garota tivesse ao menos uma noção do quanto mexe comigo...

Eu andava meio lento por conta da dor que estava sentindo na sola de meus pés, mas nem que eu chegasse manco até aquele foguete, eu chegaria lá. Me recuso a nos deixar morrer aqui, hoje, depois de tudo que passamos.

Bellamy: graças a Deus! Onde vocês estavam?! Quer saber?! Isso não importa! Venham rápido. Faltam apenas a gente para o foguete decolar! - Bellamy surgiu de um dos corredores desesperado.
- Venham. - ele rapidamente recolheu a irmã de meus braços.
- Murphy, seus pés... - a está altura eu já estava deixando marcas de sangue por onde passava.

Murphy: eu estou bem. Vamos logo. - ele concordou rapidamente e nós corremos em direção ao foguete Trindade. Em direção á Terra.

                 
                        Megan Blake


Bellamy corria comigo nos braços em direção a porta do foguete. Nós logos entramos, mas John vinha um pouco lento, seus pés devem estar...

Eu: JOHN! ME PONHA NA CADEIRA DE CONTROLE E PEGUE ELE! AGORA! - Murphy sorria maroto para mim antes de desabar no chão, fazendo todos dentro do foguete se assustarem aos meus gritos. Bel correu até ele, logo averiguando sua respiração. Meu coração batia dez vezes mais rápido que o normal, minhas mãos se fecharam junto aos meus olhos não querendo acreditar naquela cena a minha frente. Meu John não poderia estar morto. Não...

Raven: Emori, não! - quando olhei a garota já havia arrancado o cinto e saltado para fora da nave.

Emori: John, acorda! Por favor! - suas lágrimas se embolavam nas palavras me fazendo entrar em choque.

Bellamy: Emori, ele está vivo! - Bel a segurou pelos ombros tentando acalma-lá.
- Você precisa me ajudar a colocá-lo na cadeira. Você entendeu?! - "vivo"? ah... acabei soltando um ar de alívio que nem sabia que havia prendido.

Eu: vamos, Emori! Traga ele! - ela tentava ao máximo controlar o choro, mas eu querendo ou não, sabia que ela o amava. E ver a pessoa pela qual você mataria e morreria desmaiada no chão... não é bem uma situação na qual mantemos o autocontrole.
- que se dane - retirei meu cinto e corri até eles.

Raven: puta que pariu! Nós vamos morrer! Andem logo com esse saco de
estrume! - quando notei, Raven já estava ao meu lado arrastando Emori para dentro da nave enquanto eu e Bellamy segurávamos Murphy pelos braços.

Monty: eu ligo a nave!

Bellamy: pronto. - o colocamos em seu acento enquanto Raven garantia a segurança de Emori, que estava que nem eu há alguns segundos atrás: em choque.

Nós estávamos todos desesperados com tudo que estava acontecendo quando ouvimos outra explosão vinda da sala de controle, não muito longe da nave, para o nosso azar.

Eu: todos: coloquem o cinto! - me joguei na cadeira de comando da nave e iniciei os protocolos para lançarmos o foguete no ar.
- Monty, fica de olho no oxigênio de todos. Raven, cuide dos motores e os mantenham aquecidos - por mais irônico que seja - e Emori... cuide dele. - Foram minhas últimas palavras antes de nos lançar em direção a Terra.

The 100: Jonh Murphy Onde histórias criam vida. Descubra agora