𝑬𝒔𝒑𝒆𝒓𝒂𝒏𝒄̧𝒂 𝒑𝒐𝒓 𝒖𝒎 𝒇𝒊𝒐 | 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝒒𝒖𝒂𝒕𝒓𝒐

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Capítulo não revisado.

Meus olhos ardiam conforme se abriam, me dando uma visão nada agradável: Echo e Bellamy agarradinhos me encarando no canto da sala. Namoral, qual a função do cunhado(a) em uma relação? É tão estranho pensar que exista alguém que faz o tapado do seu irmão que você viu crescer se sentir... merda, por que eu tô pensando nisso?

Eu: Água... - Echo correu para pegar enquanto eu lutava para me escorar na cabeceira da cama sem cair para o lado.

Bellamy: deixa que eu te ajudo... - se pôs ao meu lado rapidamente.

Eu: sai... - ele é tão cínico que me olhou confuso diante da minha hesitação.

Bellamy: e essa agora?

Eu: "e essa agora?"?! - Echo se aproximou hesitante, quase que com medo. E é bom ela ter mesmo, porque assim que eu estiver 100%, vou me certificar de quebrar cada dente do Bellamy.
‐ Imbecil... - murmurei pegando o copo d'água das mãos de Echo.

Levei o copo até os lábios e quase tive um treco. A água estava quente, quase como se as geladeiras tivessem pifado de vez. Olhei ambos surpresa, recebendo apenas um olhar triste, o que só confirmou minha teoria.

Eu: faz quanto tempo?

Bellamy: três dias. - sua resposta não foi bem aceita por Echo, que o olhou feio.

Echo: depois falaremos disso. - seu olhar martelou Bellamy, o que fez um leve sorriso se formar em meus lábios.
- como se sente? - seus olhos deixaram de ser ameaçadores ao cruzar com os meus.

Eu: eu me sentiria melhor se o Bellamy não estivesse aqui.

Bellamy: mas o que foi que eu fiz agora?!

Eu: não sei... deixa eu ver... "o que tá tentando provar? Que mudou?" - ainda não consigo acreditar que ele teve coragem de dizer isso ao Murphy. Pedi tanto a ele que se algo acontecesse comigo, ele o protegeria... é bom saber com quem eu não posso contar.

Bellamy: Megan, não foi bem assim...

Eu: ah, não? - ele se calou contrariado.
- então como foi?

Bellamy: ...

Eu: vamos, diga. Estou te dando a chance de se explicar.

Echo: Megan, eu acho melhor você descançar agora...

Eu: não, Echo. Agora eu quero saber o porquê do meu irmãozinho ter feito a ÚNICA coisa que eu pedi para ele não fazer.

Bellamy: eu falei no momento da raiva, está bem?

Eu: não, Bellamy, não está bem. - as lágrimas sempre querendo me acompanhar nos piores momentos.

Bellamy: Megan, eu... - seus braços se abriram, prontos para um abraço caloroso, mas meu corpo o empurrou quase que instantaneamente.

Eu: você nada. - ao colocar os pés no chão, pude notar que a temperatura estava realmente a ponto de nos matar.

Echo: calma lá - levantei os pés rapidamente ao sentir cada camada de pele ser queimada pelo chão extremamente quente.

Eu: cadê a Raven? Ela deveria estar monitorando a temperatura... - encarei Echo apreensiva.

Echo: não tem mais necessidade - meus olhos se estreitaram confusa, era quase visível o ponto de interrogação sobre minha cabeça.
- concertamos o foguete Trindade. - ela quase não conseguia controlar o sorriso ao me dar a notícia.

Eu: o que? Como? Quando?

Echo: isso é irrelevante agora. O importante é: vamos pra casa. - uou, ouvir isso... é realmente bom. Mas... ainda sim, como conseguiram fazer isso em tão pouco tempo? Eu só estou dormindo faz dois dias... fora os outros dois de fingimento pra ouvir fofoca alheia. Não me julguem.

Bellamy: foi o Murphy.

Eu: ...

Bellamy: foi ele quem flutuou e fundiu as pernas de pouso.- foi tudo que ele disse antes de sair do quarto.

Eu: ele... fez mesmo isso? - Echo assentiu acariciando minhas mãos.
- não dá pra acreditar...

Echo: caramba, que fé que você tem nele, hein? - riu boba.

Eu: não, não é isso, é que... ah, sei lá... - eu realmente não consigo acreditar que ele tenha se arriscado assim. Isso não é nem um pouco do fetio dele. Aposto que é um clone mal feito do meu Murphy.

Eu estava concentrada em Echo, quando notei alguém atrás da porta. Dava para ver apenas seu cabelinho pela brecha aberta da porta.

Eu: que coisa feia, senhor Murphy, ficar ouvindo conversa... - ele entrou meio desconcertado.

Murphy: tenho mais o que fazer pra ficar ouvindo vocês conversando. - ele se escorou na parede, colocando apenas o pé direito contra a mesma. Parecia até um badboy daquelas revistas que a mamãe tinha... droga, acho que a temperatura continua subindo.

Echo: aham, sei...

Todos: ...

Echo: bom, vou ver como o Bel tá - concordei e ela saiu, me deixando a sós com o senhor engraçadinho. Péssimo momento. Temperatura alta, declarações interrompidas há dois dias atrás...

Murphy: como você tá? - aponto de arrancar as minhas calças e transar com você.

Eu: bem. - sorri gentil.

Murphy: então eu já vou indo...

Eu: não! - ele se virou surpreso.
- quer dizer... tanto faz - fingi desinteresse, mas a essa altura já é inútil.

Murphy: tá desesperada, hein, Blake? - se virou para mim rindo audacioso.

Eu: vai se fuder, Murphy - eu realmente tenho que aprender a controlar esse meu sorriso bobo toda vez que ele age que nem um idiota.

Murphy: ah, eu bem que quero, mas sem você não tem graça... - riu malicioso.

Eu: pera, que?

Murphy: tô brincando, idiota - eu ainda vou morrer com essas brincadeiras dele. Limites, Murphy! Limites!
- fico feliz que esteja bem.

Eu: você flutuou... - alguém teria que tocar no assunto mais cedo ou mais tarde.

Murphy: ...

Eu: por que fez isso?

Murphy: auto-preservação.

Eu: não, Murphy. É sério. - me levantei mesmo sentido o chão queimar a sola de meus pés.

Murphy: ah, Megan, não sei... - disse irritado.
- você faz perguntas muito difíceis. - seu rosto contia uma expressão "irritada", mas isso não era, nem de longe, o que ele estava sentido.

Eu: será que... você está preocupado com seus amigos?

Murphy: não! Eu não tô nem aí pra vocês. - me encarou irritado e eu não aguentei. Comecei a rir dele, fazendo-o revirar os olhos.
- nossa, que engraçado - ironizou.

Eu: é, eu sei... - eu ainda ria a beça quando me toquei que estava praticamente em cima dele.
- é, você já viu que eu tô bem, né? Agora some. - acabei prendendo o ar numa ação involuntária de desespero, talvez por seu rosto estar tão próximo do meu.

Murphy: mas nem fudendo... - eu ia rebater quando suas mãos grudaram nas minhas bochechas, puxando meu rosto para um beijo molhado e desesperado. Aproveitei a deixa e colei nossos corpos, que anciavam um pelo outro. Minhas mãos estavam sem rumo em seu peitoral, já as suas sabiam exatamente aonde ir.
- Aí! - exclamou assim que subi sob seus pés, já que os meus não aguentavam mais o chão quente.

Eu: desculpe... - sorri torto.

Murphy: cala boca - fui puxada para cima com uma força surreal. Passei minhas pernas envolta de sua cintura animada, enquanto minhas mãos puxavam seus cabelos de forma bruta. Ele gemia manhoso toda vez que eu fazia isso, e eu amo ouvi-lo dizer meu nome dessa forma.

Raven: MURPHY, MEGAN! - fomos interrompidos por batidas incessantes na porta.

Murphy: porra, Raven! Precisa ser agora?!

Raven: se não quiserem morrer, sim! - Murphy me encarou assustado, quando de repente ouvimos um barulho equivalente a uma chuva de balas. Achei que teríamos mais tempo, talvez uma, ou duas semanas... pelo visto eu estava errada.

The 100: Jonh Murphy Onde histórias criam vida. Descubra agora