Hazel
"O ar que nos mantém vivo também nos mata."
Estou sentada em minha escrivaninha enquanto tento ouvir os comunicados do rádio, a três dias os televisores simplesmente pararam e a energia também, apesar de não precisarmos tanto de energia ainda assim é estranho.
Em pleno ano 2120 a luz faltar é algo inacreditável, por sorte a cem anos atrás foi criado aparelhos funcionais a partir da luz solar, oque me permite ter meu celular funcionando mesmo sem energia elétrica para carrega-lo.
— Parece que os militares estão tendo problemas com a tal cerca.— diz meu irmão entrando em meu quarto.
— Me pergunto oque é essa tal "cerca".— digo o olhando se sentar na ponta da minha cama.
— Nem na televisão, nem nas redes sociais e muito menos nós rádios eles explicam.— ele solta um suspiro.— Só sei que tem algo de errado, muito errado acontecendo nesse outro lado da "cerca".
— Faz duas semanas que vejo todos assustados por causa disso.
— Um amigo disse que a cerca serve como uma fronteira, porém foi construída a 20 anos atrás.— diz ele.
— Tony, acho melhor você ir fazer compras, nunca se sabe oque pode acontecer.— digo.
— Você tem razão Hazel, logo estarei de volta, vou aproveitar para ver se descubro algo.— ele diz se levantando e saindo do meu quarto.
A mais ou menos duas semana foi divulgado que metade da população está separada por uma tal cerca, e do outro lado dessa cerca estava havendo algo grande no qual não foi revelado.
Acredito que eles não querem gerar pânico na população ou coisa do tipo, mas tenho um mal pressentimento.
Meu pai, um homem muito importante para o exército está do outro lado dessa cerca e desde que ele foi a uma semana... não nos deu mais notícias. Espero que esteja bem.
Sinto meu celular vibrar, um número no qual eu não conheço me liga, logo atendo a ligação.
— Olá, tem alguém aí?— escuto uma voz masculina do outro lado da linha. Tento reconhecer mas falho miseravelmente.
— Sim.
— Oh meu deus, finalmente alguém tá respondendo!— ele aparenta estar animado pela minha resposta.— Escute, eu encontrei um telefone com seu número como favorito.
— De quem é o telefone?— pergunto.
— Eu realmente não faço ideia, apenas sei que você deve significar algo para essa pessoa...— ouço suspirar.— Tinha um pouco de sangue na tela... espero que esta pessoa esteja bem.
— O que aconteceu?— pergunto aflita.
— Como assim oque aconteceu?— sua voz expressa confusão.— Isso quer dizer que o mundo não está acabando onde você está?
— E deveria?
— Eu não esperava por isso...— sua voz muda drasticamente.
— Me conte oque aconteceu — peço calmamente.— Eu preciso saber.
— Certo... eu não sei como começar a dizer isso sem parecer um lunático — diz ele em um tom triste.— A propósito, me chamo Sam.
Ele começa a me contar oque está havendo, e nunca na minha vida que eu imaginei que isso iria acontecer.
"As pessoas mudaram, elas não parecem mais humanas... são mais como mortos"
"Algumas atacam umas a outras... e se alimentam, são como monstros, isso aconteceu a mais ou menos duas semanas, nem eu sei mais direito, estou perdendo a noção de tempo..."
Após ouvir toda sua explicação deduzo que Sam esta em meio um "apocalipse", me vi várias vezes vendo filmes e lendo livros neste tema... nunca imaginei que realmente existiria.
— Escute Sam — digo.— Por enquanto as coisas estão seguras onde estou, não sei por quanto tempo, mas estão.
— Você não tem ideia de quanto isso me deixa feliz...— Consigo ouvir um barulho vindo do fundo.— A não, ouça, não estou só.
— Tem alguém com você?
— Sim, a Anna — ele suspira.— Ela não está bem, está ferida, uma dessas coisas mortas mordeu ela.
Acredito que quando você é mordido por uma dessas coisas você se transforma em uma, pelo menos era assim nos filmes antigos que eu assisti.
— Sam, você precisa deixa-la.
— O que?— ele fala surpreso.
— Se ela foi mordida significa que logo ela irá se tornar uma dessas coisas.
— Pensando bem... acho que você tem razão — Ouço gritos no fundo.— Droga, ela começou a gritar, está atraindo monstros para cá.
— Saia daí agora Sam!!!— grito aflita.
— Acalma-se, estou indo — Ouço algumas movimentações e logo Sam desliga a chamada.
Ando pelo quarto aflita com o celular na mão, estou tão nervosa que sinto que estou lá com ele, eu necessito urgentemente me preparar para o pior, se as coisas estão difíceis do outro lado da "cerca" significa que o apocalipse está perto, minha cidade é muito perto do limite. Me sento na cama rindo comigo mesma frustrada.
— Tony!— grito o nome do meu irmão que corre em direção ao meu quarto.— Precisamos nos preparar...— ele me interrompe.
— Papai ligou, parece que temos que estar em um hotel em uma hora, algo muito grande está por vir.— diz ele tremendo.
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DEAD CITY
Mystery / ThrillerSam um jovem no qual está em meio a um apocalipse encontra um celular, neste aparelho está o seu número como favorito. Em um lado da cerca as coisas estão normais até certo ponto, ja do outro lado está um tremendo caos apocalíptico, desta forma você...