𝟎𝟑

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Estava desesperada

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Estava desesperada. Meu limiar de dor já havia sido ultrapassado há tempos. Minha pele doía e minha cabeça girava, me sentia tonta. Outra vez o homem agarrou meus cabelos, afundando minha cabeça na água gelada. Gritei com todas as minhas forças, me afogando no processo. Voltei a superfície, respirando de forma descompassada à procura de ar enquanto tossia, em uma falha tentativa de eliminar a água que inundava meu corpo.

-Confesse de uma vez menina, já está chato.- O olhei raivosa, rosnando para o mesmo em uma tentativa falha de me soltar, outra vez.

-Eu não sou a raposa de Tokyo!

***

Acordei assustada, meu corpo suado e minha respiração descompassada. Havia tido um pesadelo. Odiava quando minha mente me traía e memórias passadas vinham à tona, odiava mais ainda reviver acontecimentos passados. Olhei para o relógio ao lado da cama vendo que o mesmo marcava três da manhã. Encarei o teto, percebendo que não conseguiria voltar à dormir.

Levantei em um impulso. Caminhando até o closet, onde troquei de roupa rapidamente. Pus uma calça jeans, regata branca e jaqueta de couro preta. Calcei minhas botas igualmente pretas e sai do quarto. Desci até a garagem, subindo na moto que havia usado mais cedo e arrancando para fora de casa. As ruas estavam quase vazias, e era ali que morava o perigo. A verdade é que não estavam vazias, mas as pessoas que deveriam estar por ali estavam escondidas, essa era a verdade das noites.

Cheguei ao prédio no centro da cidade, subindo as rampas e vendo vários carros por ali, o local estava cheio mesmo que fosse segunda feira, na verdade já era terça. Vários corredores prontos para ganhar muito dinheiro ou perder muito dinheiro. Deixei a moto ali, caminhando até o bar que ficava no local, me sentando em uma banqueta e agradecendo ao garçom que colocou uma garrafa de whisky em minha frente. Enchi o copo, com certeza colocando mais do que o recomendado e virando metade do copo, contorcendo meu rosto em uma careta ao sentir o líquido descer esquentando minha garganta e meu peito.

-Estou começando a achar que você está me evitando.- Minha pele se arrepiou com a voz que alcançou meus ouvidos.

-Kou...- Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios, mas ele não chegava aos meus olhos.- Temo que seja impressão sua.

-Seja sincera, Maya.- Pediu, as orbes amareladas não sorriam como sempre, o que partia meu coração. Bokuto não era assim.

-As vezes você me lembra demais ela.- Respirei fundo, sentindo uma pressão estranha em meu peito, fazendo com que eu balançasse a cabeça em negação e virasse o resto do copo de uma vez.

-Deveria voltar para casa.- Sugeriu, mudando rapidamente de assunto.- Vamos, eu lhe levo.

-Espere!- Me pus de pé prontamente, arqueando as sobrancelhas e me aproximando do maior.- O que você fazia aqui à essa hora?

 𝐌𝐢𝐲𝐚 - 𝐒𝐮𝐧𝐚 𝐑𝐢𝐧𝐭𝐚𝐫𝐨𝐮Onde histórias criam vida. Descubra agora