Capítulo 4.

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              Eram quatro horas da manhã e eu não tinha conseguido pregar o olho por um segundo sequer

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              Eram quatro horas da manhã e eu não tinha conseguido pregar o olho por um segundo sequer. Tanta coisa se passava em minha cabeça, tantas perguntas como:

             "O que aquele príncipe alien quer aqui na Terra, ou melhor, com meus pais?"

             "Será que os aliens estavam planejando invadir nosso planeta e mandaram ele antes para estudar o local?"

             "Ele é mesmo um príncipe e filho da rainha Déa e Mayen?"

            "Quem eram os outros astronautas que faziam parte da historia do papai, eles existiram mesmo? Eu os conheço?"

          "Existem vida em outros planetas também?"

         "Será que tudo que está escrito no livro do papai é verdade? Isso quer dizer... Sobre a mamãe também?"

           E para nenhuma dessas perguntas eu conseguia encontrar uma resposta. Estava pensando se deveria ligar para mamãe e papai logo de manhã, pedir para virem correndo porque tinha um alien dormindo no nosso sofá. Acreditariam em mim?

           Desisto de tentar dormir, me levanto da cama e vou em direção a minha mesinha. Seria loucura estudar as quatro horas da manhã e com milhares de outros pensamentos na cabeça? Com certeza! Mas preciso me distrair com algo que me faça pensar. Abro a gaveta ao meu lado e retiro de lá meu livro de física da escola e acendo a minha luminária. Boxe era meu sonho, sem duvidas nenhuma, mas para conseguir uma boa carreira na qual eu consiga me sustentar, é preciso dedicação e digamos que muita sorte, algo que talvez eu não venha a ter... Então tenho minha segunda alternativa de carreira, quero me tornar astronauta igual meus pais foram um dia, quem sabe conhecer Marte também? Agora que vi um alien pessoalmente, meu coração se dividiu ainda mais entre esses meus dois sonhos. Existe vida fora da Terra! Dá pra acreditar nisso?

          Fecho meu caderno de exercícios quando vejo uma brecha de luz entrar pela janela. Seis horas. Respiro fundo, me alongo no meio do quarto e depois vou para o banheiro trocar de roupa e lavar o rosto. Desço as escadas, hoje sem me preocupar muito com a cama desarrumada, pois tinha preocupações maiores. Assim que piso no ultimo degrau vejo o sofá vazio, a coberta dobrada e as roupas que deixei ali ontem substituídas por outras. Onde será que aquele doido se meteu? Vou em direção à cozinha nas pontas dos pés.

         — O que está acontecendo aqui? — Ali na minha frente estava mais uma cena na qual nunca me esqueceria. Orfeu estava parado ao lado da mesa, com o guardanapo no ombro e tinha um leve sorriso de satisfação no rosto. Mais bizarro que isso era a mesa posta por ele: Dois pratos e dentro deles dois ovos CRUS! Um pedaço de bacon sobre uma tabua e um macarrão aberto e cru em um tupperware.

         — Bom dia — Ele foi até uma das cadeiras e a afastou. Queria que eu me sentasse ali? Não me movi, ainda estava muito pasmada com a cena em minha frente. Ele pigarreou — Bom, acordei cedo e pensei que seria educado da minha parte lhe preparar o café da manhã para agradecer por me hospedar em sua humilde casa e cuidar de mim enquanto eu dormia — Sinto meu rosto quente.

O PRIMOGÊNITO DE MARTE (vol.2 da duologia)Onde histórias criam vida. Descubra agora