2 - The beginning

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Katsuki estava com a toalha na cintura após o banho quando ouviu uma batida agressiva na sua porta. Não fazia ideia de quem era, não se lembrava de ter irritado alguém ultimamente. A batida se repetiu, agora mais forte do que antes. Queria se vestir antes de ir atender, mas bufou e foi de toalha mesmo.

Andou até a porta e a abriu, dando de cara com Uraraka. Ela parecia furiosa. Entrou no apartamento pisando forte, vendo o loiro fechar a porta atrás deles.

- Você não pretendia me contar da sua promoção?!

- Eu ia contar hoje, estressadinha. - Arqueou as sobrancelhas. - E como você soube?

- O chefe mandou um email! Você sabe como é humilhante saber que você foi promovido por um email e não por você? Eu to realmente ofendida e acho que você- - Ela pareceu finalmente notar o tronco desnudo do outro. O olhou de cima abaixo, vendo as gotas de água que escorriam no seu peitoral e a toalha branca na sua cintura. Sentiu seu rosto esquentar, virando de costas pra ele imediatamente. - Eu ainda to brava, só pra sua informação. E você vai me dar uma carona, por que eu andei até aqui.

- Você é louca.

- Talvez. Mas ainda sou sua melhor amiga, você gostando ou não disso. - Ela se virou novamente pra ele, agora sorrindo. - Você é representante administrativo!

- É. Com o Deku. - Murmurou, indo pro seu quarto. Ela foi atrás dele.

- E dai? Você vai ter que aprender a trabalhar com ele.

- Ele me provoca!

- Para com isso! Nem é pra tanto, vai. - Bakugou a encarou com ódio, e ela apenas riu dele.

- Vou me vestir. Vai ficar ai?

- Eu posso? - Perguntou esperançosa com um tom brincalhão.

- Acho que ainda não temos intimidade o suficiente pra você ver meu pau. - Ela riu enquanto era empurrada pra fora do quarto.

Se conheciam desde que começaram a trabalhar na empresa de Toshinori, a quatro anos. No começo, Bakugou era muito difícil de lidar. Isso não mudou realmente, a morena apenas passou a não se importar. Sempre brincava com ele sobre qualquer coisa, mesmo que ele ficasse bravo. No fundo ele gostava, mas nunca admitiria.

- Um dia você supera isso, Katsuki! É muito pequeno, por isso não quer que eu veja? - Ele fechou a porta, sabendo que ela ficaria ali o esperando.

- Aham, isso mesmo. - Respondeu simplesmente.

- Sabe o que eu tava pensando?

- Você pensa? - Bakugou se vestia enquanto conversavam através da porta.

- Mais do que você. - Ela fez uma pausa antes de voltar a falar. - Enfim, talvez você seja minha alma gêmea.

- É tão apaixonada assim por mim? Não pensei que chegasse a esse ponto.

- Alma gêmea não é só no sentido romântico da coisa.

- Não acredito nem um pouco no conceito alma gêmea. Cada um faz o próprio destino.

- Eu concordo que cada um faz o próprio destino, mas isso não significa nada. Você pode moldar o seu destino e nunca conhecer sua alma gêmea, ou talvez conheça. Não tem como saber. - Katsuki terminou de se vestir, mas esperou ela terminar de falar antes de abrir a porta. - Deve ser tão horrível ficar com alguém e ter essa dúvida. Tipo, amar a pessoa, mas não saber se é pra ser ela, entende? Se sua alma gêmea não está solta por ai e é outra pessoa.

- O que você quer dizer com isso, Ura? - Abriu a porta, entregando sua gravata pra ela. Ela se aproximou e a colocou nele.

- O que eu quero dizer é que você tem sorte por me ter, já que eu sou sua alma gêmea. Bom, provavelmente sou. - Ela sorriu ao terminar de arrumá-lo. - Você precisa aprender a colocar a gravata.

- Pra que, se minha alma gêmea pode colocar pra mim? - Disse com um tom irônico. - Odeio o conceito almas gêmeas, de verdade. Acho uma porra ridícula. Agora vamos?

- Vamos sim. Você não pode se atrasar, chefinho.

- Se continuar me chamando assim eu mato você. - Murmurou enquanto seguiam pro estacionamento. Durante o trajeto, Ochako não parou de tagarelar. Ele não se importava de ouvir - normalmente se irritaria (caso fosse qualquer outra pessoa), mas não com ela.

- Finalmente vou me livrar de você. - Disse quando ela saiu do elevador no seu andar. Recebeu como resposta um beijinho no ar, que respondeu com o dedo do meio.

Quando chegou no seu andar, foi recebido por Izuku, infelizmente.

- Então, hoje nós vamos-

- Não me dê ordens.

- Não to te dando ordens, Kacchan. - Segurou Bakugou pelo braço, o impedindo de sair dali. - Só tô passando a informação.

- Fala logo.

- Hoje nós temos uma reunião. O conselho quer avaliar as escolhas do chefe. Tá preparado ou quer que eu te ajude pra saber o que falar e não pisar na bola? Acho que é meio difícil pra você não fazer merda.

- Eu te odeio tanto. - Respirou fundo para não gritar. - Que horas?

- Oito e meia. Depois vamos fazer alguns planejamentos juntos. Espero que goste da minha companhia, por que vai ter o prazer de disfrutar muuuuito dela. - Soltou o braço do outro, indo pra sua própria mesa.

Ainda irritado, Katsuki fez o mesmo, indo pra sua.

A reunião foi ótima. Bakugou sentiu que havia conseguido mostrar seu valor, discutiram algumas ideias e Midoriya não o irritou tanto quanto esperava que fosse. Foi estritamente profissional.

Até que saíram da sala de reuniões e foram pro elevador. Nossa, como odiava elevadores.

- Se saiu bem hoje, Kacchan. Mas não espere que eles gostem de você pra sempre. Eles gostam de gente inovadora. - O olhou de cima a baixo. - Você não muda. É interessante no começo, mas depois.. é só uma vadia irritante.

- Seu lixo imundo. Vou acabar com você com todo meu profissionalismo e te fazer se arrepender de ter mexido comigo, seu merda. - Odiava o jeito que o esverdeado o irritava com as palavras. Não queria que ele tivesse esse poder sobre si. - E só então você vai perceber que eu sou e sempre fui melhor que você. Vou amar ver sua cara nesse momento.

- Vou te mostrar que você é um ser inferior. E vou sentir muito prazer com isso, Kacchan.

O elevador abriu e foram pras suas mesas. Mas antes que Katsuki pudesse relaxar, Midoriya se dirigiu até ele.

- Temos alguns planejamentos a fazer. - Puxou sua cadeira consigo e sentou ao lado do loiro. Mantiveram o profissionalismo 90% do tempo em que trabalhavam juntos. Levavam o trabalho a sério.

- Hora de ir pra casa. - Bakugou se levantou ao ver que tinha dado o horário de sair. Tinha passado praticamente o dia todo com aquele idiota irritante. - Não aguento mais ouvir sua voz.

- Se quer dividir esse cargo, vai ter que começar a se acostumar com o som da minha linda voz. Ou pode desistir. Eu não ficaria surpreso.

- Já disse que odeio você hoje?

- Deve ter dito. Não prestei muita atenção, sendo sincero. Tenha uma boa noite, Kacchan. Eu diria que te vejo amanhã, mas graças a Deus amanhã é sábado e não tenho que ver essa sua cara feia.

- Vai se fuder. - Disse, finalmente indo embora.

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