Conte-me seus sonhos, anjo

Eu Amo

Notas Iniciais:

Estou de volta!
Boa leitura!


(E vistam os coletes, capacetes e demais EPIs)

(Esse é o cap mais longo até agora, mais de 2700 palavras!!! -- Não sei porque, mas no Spirit deu um pouco menos...)

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Se sentou outra vez na cama, vendo o garoto abraçando os joelhos sob o cobertor, o acompanhando com os olhos conforme se cobria também. Uma das colheres permanecia sobre a escrivaninha, caso Peter se opusesse, quando pegou uma quantidade generosa do mousse e a levou aos lábios dele.

Peter o encarou com a expressão confusa, os olhos se desviando de Tony para a colher estendida repetidas vezes, até que ele se aproximou e abriu um pouco a boca. Não foi o suficiente, já que a sobremesa sujou sua boca, o homem admirando como o garoto lambeu os lábios envergonhado, antes de pegar uma colherada para si.

-- Como vão as coisas? -- Perguntou quando terminou de engolir, pegando uma quantidade mais rasa para o garoto dessa vez. -- Sua escola começou o ano letivo mais cedo e o estenderá até mais tarde para compensar os meses letivos roubado pelo despertar do blip, então posso supor que as coisas estão corridas para você, certo?

-- Um pouco mais que o normal, mas não chega a ser algo negativo. -- O garoto deu de ombros, a língua passando pelos lábios outra vez. Tony só podia imaginar como o gosto do maracujá devia estar persistindo naquela boca. -- Devo imaginar que o blip deve estra afetando os negócios do senhor também.

-- Metade da população mundial voltou do nada. -- Tony fez uma pausa para comer, descansando a concavidade da colher na língua antes de tirá-la e continuar. -- Pessoas desabrigadas, os movimentos radicalistas na Europa, tudo isso pesa.

-- Eu posso imaginar. -- Peter disse com pesar, a expressão entristecida. Tony não podia deixar o assunto cair em assuntos tristes, não agora.

-- Mudando de assunto totalmente, me fale um pouco sobre você. -- Tony pediu, se lembrando de como o garoto sempre desviava o assunto para ele quando o faziam, nunca falando muito sobre si mesmo.

-- Sobre mim? -- Ele perguntou com descrença, enquanto Tony aproveitava a pausa para lhe servir mais um pouco, vendo o garoto demorar para engolir enquanto pensava. -- Não tem nada de novo. Tem uma viagem à Europa daqui duas semanas, mas fora isso nada de novo.

Tony congelou, a colher parada a meio caminho para sua boca.

Já se passara uma semana do aniversário do garoto. Era ali onde May morria em suas memórias, mas não aconteceu. Isso podia indicar que as coisas podiam mudar, mas a menção à viagem o deixou alerta. O garoto parecia alheio enquanto isso, não parecendo desconfortável com a ideia, alimentando a hipótese de que não se lembrava.

-- É ótimo saber que vocês vão ter um momento de descontração depois de toda essa confusão. -- Tony disse, pegando o restinho do mousse e o reunindo na colher, esperando o término daquele tópico antes de dá-lo ao garoto. -- Mas talvez seja melhor esperar, não? Sequer sabemos se é seguro com seu estado de saúde e tudo. Se você quiser, podemos pegar um dos meus jatinhos e darmos um tour pela Europa inteira, no seu tempo e visitando todos os lugares que quiser.

-- Você não precisa fazer isso, senhor Stark. -- Peter desconversou, corando adoravelmente e olhando para baixo. O encarando sob os cílios perfeitos. Esse garoto será minha morte. Certeza. -- Já fez o bastante por mim, não precisa disso.

-- Qual a vantagem de ter dinheiro se não for para dar às minhas pessoas favoritas o mundo que elas merecem? -- Tony piscou para ele, levando a colher aos lábios incertos que se mantinham fechados. -- O céu é pouco para você, meu anjo. Mimá-lo é o mínimo que posso fazer, e nem isso você permite. Parece até que não quer me ver feliz.