Horrível, Terrível e Nefasta

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Notas Iniciais:

Capítulo com referência direta ao capítulo "Tornando um dia especial" de EVD.
Boa leitura!

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Talvez fosse uma ideia horrível, terrível e nefasta, mas enviou o mesmo bilhete ao menino. As mesmas palavras, mas dessa vez escritos em um dos seus papéis caros ao invés de uma folha rasurada.

Um pouco atrasado, é claro, mas meus parabéns vão chegar em breve! Vou te roubar o fim de semana, então já avise a fera.

Você é incrível, não deixe a maioridade apagar seu brilho.

P.S.: Sinta-se a vontade para trazer algumas roupas. Nada sério. Podemos comprar outras no caminho também.

T.S.

Ele o enviou com uma caixa, contendo algumas goluseimas e besteiras favoritas de Peter junto com o bilhete. Sabia que qualquer presente seria agradecido e devolvido, então envolver algo perecível dificultava a recusa. Ele sabia como Peter adorava aquelas jujubas ácidas e aquelas bala de ursinhos, além dos melhores chocolates suíços que pode encomendar com os sabores que pediu para criarem especialmente para Peter.

Já passava das três da manhã quando seu robô voltou, uma gravação clara de como sua missão foi bem sucedida. Como imaginava, depois da "bebedeira" com Ned mais cedo naquela sexta, o garoto estava completamente apagado, seu robô lançando um breve olhar das câmeras para ele antes de deixar a caixa e o bilhete sobre a escrivaninha e sair.

Ele podia ir pessoalmente. Ele queria ir pessoalmente. Mas não podia. Ele ia ficar ali até o amanhecer, porque ver Peter dormir provavelmente o lembraria da época em que precisava vigiar seu sono. e ele não conseguiria não fazê-lo outra vez, se certificando de que ele estava bem e seguro até que acordasse pacificamente com o amanhecer.

Agora era tirar um cochilo para a manhã seguinte. Ter em mente que precisava estar minimamente descansado para dirigir quase quatro horas com segurança ajudava a chegar até a cama. Ter em mente que Peter estaria no carro e por isso precisava dirigir com segurança o fez cair no sono, dessa vez sem os pesadelos de costume.

Três horas de sono vazio e uma parada em uma padaria fina antecederam sua chegada na frente do prédio no Queens. Uma ligação depois e Peter estava na janela.

O celular em uma mão e o bilhete em outra. Como na memória. Além do sorriso gigante e empolgado.

Ele desceu em tempo recorde, com uma pequena mochila nas costas e um sorriso que mal cabia nos lábios, empolgação vibrando em cada célula que Tony via. Um sorriso tão grande quanto marcou o rosto do Tony enquanto Peter o saudou e vestiu o cinto, quase saltitando no banco enquanto perguntava efusivamente sobre o destino.

-- Primeiro coma. Depois a gente conversa como foi sua noite e então, somente então, sobre hoje. -- Tony pegou a caixa no banco de trás, já que optou por um modelo mais discreto e dispensou seus modelos esportivos. Croissants dessa vez, e não muffins. Café expresso duplo para ele e Caramel Macchiato com calda de chocolate amargo para Peter, o amargo do chocolate quebrando o excesso de açúcar como ele sabia que o garoto preferia.

O menino pegou um deles, o partindo ao meio e vendo o vapor subir, recheado com creme inglês e geleia de frutas vermelhas. Peter ofereceu a outra metade à ele, e Tony quase recusou antes de se lembrar que precisava dar o exemplo, terminando seu pedaço em duas mordidas, enquanto Peter mordiscou pequenos pedaços do seu, se demorando nele. Por sorte a caixa permaneceu fechada e a embalagem os manteria quentes por mais tempo.

Conte-me seus sonhos, anjoOnde histórias criam vida. Descubra agora