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Pov Sadie

Millie quis ir para casa hoje, então ela passou na minha casa, pegou as coisas dela e foi embora.

Pego minha roupa e vou para o banho. Hoje fez um dia quente, minha pele está um pouco oleosa, apesar de não ser. Ligo o chuveiro, deixo a temperatura no morno e só sinto a água caindo sobre mim.

Fecho meus olhos e começo a me lembrar de alguns momentos de hoje. Nós tiramos algumas fotos, para termos recordações desse momento. Mas as melhores lembranças, são as que ficam na nossa memória.

Porque, cá entre nós, a probabilidade de que eu e Millie vamos passar o resto das nossas vidas juntas é minúscula, quase invisível. Afinal, somos adolescentes e vivemos tudo com muita intensidade. Então, acaba que para alguns de nós, o amor é uma coisa pequena e insignificante. Porque acaba muito rápido.

E se você for reparar de uma forma geral, é verdade. Porque quando nós amamos muito uma pessoa, nós ficamos contando quanto tempo falta para a gente se ver hoje, quanto tempo falta para a gente se ver todo dia, quanto tempo quanta para a gente se ver dia sim e dia não, quanto tempo falta para a gente se ver cada vez menos, quanto tempo falta para a gente não querer se ver, quanto tempo falta para a gente se ver e fingir que não se viu, quanto tempo falta para a gente se ver e não se reconhecer, quanto tempo falta para a gente se ver e nem nem lembrar que um dia a gente realmente se conheceu.

Não que eu acha que isso vá acontecer comigo e com a Millie, estou falando de uma forma geral. Mas eu logo tiro esse pensamento da minha cabeça e começo a me lembrar do que realmente me traz felicidade. Começo a me lembrar de como Millie, mesmo estando triste com tudo que está acontecendo com a vida dela, se esforçou para que o dia fosse muito legal hoje. E realmente foi.

Depois de alguns minutos, saio do banho, cuido da minha pele, coloco minha roupa e vou para a cozinha pegar um copo de água.

Desço as escadas e vejo meu pai sentado vendo televisão.

— Oi, filha.

— Oi, pai.

— Chegou há muito tempo?

— Mais ou menos, você estava dormindo quando cheguei.

— Ah, sim. E Millie? Está aqui?

— Não, ela quis ir para casa hoje.

— Ah, entendi. -ele diz e sorri.

Vou até a cozinha e pego a água. Bebo uns dois copos e depois encho a minha garrafinha.

— Filha, está tudo bem com você? -meu pai pergunta quando eu volto para a sala.

— Sim, pai... estou ótima. -falo e sorrio.

— Então tá bom. Tem falado com seus irmãos? Tess, Sophie? -ele fala e eu me lembro que Tess me pediu para ligar para ela ontem, anteontem... nem em lembro mais.

— Merda... eles me mandaram mensagem e eu esqueci de responder. Vou falar com eles agora, obrigada por me lembrar, pai. -digo e subo as escadas correndo.

Pego meu celular e vejo pela barra de notificação as mesmas mensagens de antes. Mando um oi para a Tess e pergunto se podemos fazer facetime.

Vou ligando meu notebook enquanto espero a mesma responder. Enquanto isso, mando uma mensagem para o Mitchell. São 21:30, ele pode ter saído ou alguma coisa do tipo, ele não sossega em casa mesmo.

Meu celular apita e eu vejo uma mensagem da Tess.

Tess: Oi, Sads.
Posso sim, calma aí.
Só vou ligar o notebook.

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