1. Senhor Charles

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Jhonny acorda em mais uma segunda feira, o alarme do seu pai indicava que estava na hora de ir pra aula. Ele levanta devagar, com uma expressão neutra. Jhonny ouve a TV da sala ligada, então vai até lá. Seu pai está bêbado no chão, o cheiro de álcool não deixa dúvidas. Se aproxima devagar e desliga a TV. Após escovar seus dentes e se vestir, ele vai á caminho da escola de bicicleta.
Chegando lá, ele encontra seu amigo Michael e Beatrice. Ele se aproxima dos dois sorrindo, eles eram os únicos que estavam mantendo ele de pé nesses últimos dias.
----- Oi, como você tá? - Pergunta Beatrice olhando pra Jhonny, enquanto abraça ele.
----- Tô bem... Vamos entrar? - Diz Jhonny saindo do abraço e cumprimentando Michael com um aperto de mão.
Eles entram pra aula, era a aula de história, professor Charles. Jhonny estava estava com muito sono, na noite anterior havia pegado dois turnos na lanchonete que trabalhava de garçom. Então ele sem perceber, abaixa sua cabeça lentamente até encostar na mesa. Ele fecha seus olhos e logo adormece. Alguns minutos depois, é acordado por uma batida na mesa, ele levanta sua cabeça rapidamente e olha pra frente, era o Professor Charles.
----- Isso explica suas notas baixas, não está no horário de dormir. Acha que tem futuro? Enquanto seus colegas estudam, você dorme. Faça me o favor - Diz o professor diante de toda a turma, que encara Johnny.
----- Não vai se repetir, senhor. - Jhonny diz com a boca seca, enquanto observa os olhares de julgamento de seus colegas de classe. Suas mãos começam a suar. O professor retoma a aula.
Na hora da saída, Beatrice alcança Jhonny antes dele pegar seu ônibus para ir ao trabalho, ela toca no ombro dele chamando atenção do rapaz.
----- Não liga pro Charles, ele é um velho rabugento! - Sorri - Jhon, não gostaria de sair comigo na sexta? - Diz sorrindo gentilmente, chamando o garoto de Jhon, apelido que ela o deu.
----- Claro, pode ser. - Sorri, ela sai andando pra ir embora e logo me dou conta que não teria dinheiro para um encontro, meu salário não sairia até lá. Mesmo assim, tento esquecer isso. Meu ônibus chega, entro. O caminho todo vou sentado ouvindo música, pensando sobre aquela cena em frente a toda a sala...
Após o trabalho, Jhonny chega em sua casa as 22 horas, cansado e com sono. Ele passava pela sala em silêncio até que ouve a voz de seu pai.
----- Jhonny? - Diz Richard, sóbrio. Sentado em sua poltrona.
----- Ah, oi pai. Tô chegando do trabalho. - Diz Jhonny indo até frente dele, percebendo que ele não está bêbado.
----- Seu professor me ligou, ele fez várias reclamações suas e disse que conversando com outros colegas, soube que você estava trabalhando. Ele ameaçou de chamar uma assistente social pra mim... - Diz se levantando e bravo. - Você tem idéia do problema que pode me causar moleque?! Hein?!
----- Pai, eu não tive culpa. Oque quer que eu faça? Se eu não trabalhar, morremos de fome! - Responde a altura no mesmo tom que o pai. Derrepente Richard dá um tapa na cara do menino. Jhonny põe a mão no rosto e olha para o pai sem entender...
----- Não grite comigo. - Ele fala baixo, senta novamente em sua poltrona e ignora Jhonny.
Jhonny sai andando rápido e vai até seu quarto, tranca a porta e se encosta na parede, ele pensava sobre aquilo e lágrimas escorriam de seu rosto enquanto ele sentava no chão. "Eu não fiz nada de errado, tudo que eu faço é pra manter essa casa!", ele chorava desejando que sua mãe voltasse, "ela sim me ajudaria, me daria apoio."

I never felt so aloneOnde histórias criam vida. Descubra agora