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--Arya, eu tenho certeza que se ele estivesse aqui ele diria que a culpa não foi tua...e realmente não foi.

--Mas ele morreu por minha causa. Por causa dessa individualidade estúpida!

--Não digas isso, a tua individualidade é incrível.

--Mas ainda nem a viste.

--Se a U.A te queria, é porque é....

--Eles me queriam poe conta do meu Q.I.

Ela ri nervosa e eu riu com sinceridade.

--Isso já passou, não deverias remoer tanto isso.

--É, eu sei. Ele próprio me disse isso antes de morrer.

--Então se ele te disse, se anima! Eu sei que não é fácil...eu perdi meu irmão mais velho faz 4 anos, mas eu aprendi a viver com isso. Afinal, ele não iria querer que eu parasse a minha vida por conta da sua partida.

Mina é uma mulher forte.

Ela tem razão.

Eu tenho que parar de me remoer com tudo isso.

--Eu...para ser sincera...eu já nem consigo chorar fácil. Eu sinto dor mas...chorar após coisas que me ferem eu não consigo. Eu...sofri tanto antes de ser adotada que....se eu chorar novamente eu....sei que me vou lembrar. Todas as vezes que eu chorei, foram em ataques de ansiedade, e antes quando eu pesava em tudo o que aconteceu, tudo mesmo, mas agora...mesmo pensando no que eu fiz e no que me fizeram....eu não consigo chorar mais....sei lá porquê,só sei que é estranho e...doloroso.

Ela suspira sem saber o que dizer.

O que lhe contei, nem chega aos pés do que eu sofri e quando me despi por completo e tirei as bandagens ela quase teve um infarto.

--O que é isso menina?

--Meu passado, resumido no meu corpo.

Ela chega perto e fica vendo todas as cicatrizes.

--Não olha assim...--eu fico vermelha e a mesma se desculpa.

--Te sentes confortável se me disseres o que aconteceu?--eu olho para o lado e abano a cabeça negativamente.--Tudo bem, eu não fico zangada, tá?--ela faz carinho no meu rosto e me puxa para a enorme banheira em forma de quadrado cheia de espuma.

--Mas eu prometo que....qualquer dia eu te conto.

--Já contaste isso a alguém?

--Não.--ela compreende então porque eu não me sinto confortável em lhe dizer.

--E a outra coisa?--ela se refere ao episódio do meu pai.

--Sim, foi por conta dessa pessoa que eu aceitei a minha individualidade e a comecei a usar. Não faz muito tempo.

Ela sorri.

--Tem mais uma coisa....--ela quase pula da banheira de alegria.--Que gostaria de....desabafar se possível.

--Claro, claro, claro! Desafa tudo o que quiseres comigo!

--Eu e....argg isso é tão constrangedor!--eu tapo o meu rosto com minhas mãos.

Ela se aproxima.

--Constrangedor? Amiga, nós estamos nuas, tomando banho na mesma banheira.--ela ri e eu a olho séria.

Suspiro.

--Tem uma coisa que tem me perturbado esses últimos dias....

--Conta tudo, gata.

--Eu e...Tsuki eramos melhores amigos...

--Tsuki?

--Bakugou.

--O QUÊ?

--É hehehe *riso nervoso* ╮(─▽─;)╭

--Na verdade, eu meio que suspeitava que havia algo entre vocês dois.

--Algo entre nós dois?--eu sinto meu rosto começar a esquentar de baixo para cima e ficar vermelho.--Não, não não é nada disso. Nós só somos amigos, mais nada, não há algo entre nós dois. A nossa relação é só amizade. É claro que eu já foi a casa dele e ele à minha, incontáveis vezes, e até já dormimos um monte de vezes juntos, mas só somos amigos.....
espera,..NÓS NÃO DORMIMOS NESSE SENTIDO! Apenas só dorminos juntos.

--Na mesma cama?

--Sim?...Arggg mas só dormir, eu jurooo.--eu estava quase tendo um ataque de nervosismo.--Eu ainda sou virgem.

Ela ri.

--Calma, eu estava tirando uma contigo.

Eu não tenho coragem de a encarar, então a mesma vem até mim e faz eu erguer a cabeça, com seu pulegar.

--Me conta o que aconteceu.

Eu lhe conto tudo.

Tirando as partes desnecessárias da Shiketsu.

Só as partes que soube que ele tinha tik tok, e ele mudou bastante, ele me ingorava todos os dias que mandava mensagem ou lhe ligava.

As vezes que eu ia a casa dele e ele nunca me atendia.

E daquilo que ele me disse quando cheguei aqui.

Tudo.

--Eu juro que vou matar aquele desgraçado!Como ele pode te fazer isso????--nós estavamos nos vestindo e ela vai em direção à porta, ainda de roupa íntima.

--Mina não!--eu corro até ela, a parando no meio do caminho.--Por favor não fala com ele. Se falares com ele a nossa amizade vai piorar, eu não vou ter coragem de o olhar nos olhos e...minha ansiedade vai piorar.

--Está bem.

Ficamos ali em silêncio e eu estava só de roupas íntimas e pego as bandagens começando a por elas envolta das minhas pernas.

Mina estava sentada no chão, encostada na parede, eu faço o mesmo, enquanto continuo enfaixando todas as cicatrizes.

--Algumas são recentes...--ela diz passando a mão num corte do meu braço.

Eu estremesso e me encolho.

Ela se apercebeu de tudo.

Ligando os pontos não era difícil adivinhar o que aconteceu às recentes.

--Eu...sinto muito.--ela diz olhando para mim.

--Tudo bem, eu já me habituei a elas.....No fundo, Katsuki não é uma má pessoa. Eu sei que não. Afinal, de certa forma, foi ele que estava lá me acalmando quando eu estava tendo um dos meus ataques de ansiedade, até vídeochamada ele fazia comigo, a minha mãe de certa forma convencia ele, já que ela própria sabia o quão importante ele é para mim *ela sorri maliciosamente e eu reviro os olhos*, mas...ouve algumas vezes que eu estava realmente mal e ele mesmo fez vídeochamada comigo sem nem insistência e...houve uma vez em especifico que....eu estava passando bem mal, a minha primeira depressão e eu estava em casa sozinha...me cortando e....pensando seriamente em tirar a minha vida,...eu lhe mandei mensagens carente e...ele agiu como se não estivesse suspeitando e....ele....parou o videogame que ele estava jogando para me....ajudar. Ele literalmente veio a correr de sua casa à minha, porque sabia que se eu ficasse muito mais tempo sozinha eu....tiraria a minba vida. A minha mãe nunca gostou que eu ficasse sozinha em casa, quando meu irmão estava na universidade e não conseguia passar a noite comigo e ela sempre me dizia para chamar Katsuki. Mas naquele dia...eu não o chamei porque sabia que ele descobriria os meus cortes...mas ele acabou descobrindo e....me apoiou de forma monstruosa. Ou seja do jeitinho dele.--Ela ri.--O que foi?

Ela estava sorrindo de uma forma pura.

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