Sunshine ** CASHTON

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"Te amar é como voltar pra casa depois de um dia exaustivo, é um lugar seguro e confortável, é avassalador, porem o sentimento mais genuíno que senti em toda minha vida, por mais que talvez nunca me ame de volta eu me sinto feliz por ter o privilégio de sentir algo tão bom assim por alguém como você, alguém bom como você."

Era o que tinha escrito em um pedaço de papel que Calum encontrou por entre suas correspondências pela manhã, era apenas um pequeno pedaço de papel, cortado de forma desajeitada, a letra quase inelegível, porém o suficiente para o levar pra fora da sua órbita por cerca de meia hora, Hood só ficou encarando o pequeno pedaço de papel em suas mãos. Como alguém poderia o amar tão profundamente? Quer dizer, supondo que aquele bilhete realmente fosse pra ele e algum abobalhado não tenha errado o endereço, supondo que que aquilo seja sério.

Calum não é o tipo de romântico incurável que acredita no amor, na realidade sempre achou que o amor não passa de uma baboseira sentimental pra preencher o vazio dentro das pessoas, um tipo de ilusão cômoda,  como uma invenção pra substituir algo que te falta, como alguém poderia amar outra pessoa tão intensamente? Ultrapassar limites, sentir algo tão profundamente?Como alguém poderia sentir qualquer coisa por ele? Calum sempre fora um homem recluso, desde a adolescência, costumava fazer parte de um grupo de quatro amigos, bom, dos quatro apenas um restou, Ashton Irwin, seu fiel companheiro, o único capaz de aguentar suas reflexões nada sentimentais e epifanias durante a madrugada, inclusive Calum só foi puxado de volta a realidade pela campainha sendo tocada pelo mesmo.

- Eu to te ligando a uns vinte minutos. - Ashton resmungou ajeitando sua toca na cabeça invadindo a casa feito um furacão tentando escapar do frio que fazia do lado de fora, o aquecedor ligado lhe fez soltar um suspiro satisfeito, a casa de Calum é mais confortável e quentinha que seu apartamento. - Eu ia te chamar pra tomar café comigo, mas pela sua cara sei que mal acordou ainda.

- É que encontrei isso junto com as correspondências, devem ter entregue no endereço errado. - Ashton passou rapidamente os olhos pelo pedaço de papel, soltando um riso baixo ao entregar de volta para Calum.

- Realmente, quem o maluco que tentaria conquistar Calum Hood com atos românticos? Seria mais fácil com sei lá, um calculo matemático, talvez uma reflexão sobre o universo...

- Eu não sou tão ruim assim. - Calum fingiu um tom ofendido voltando a sentar no sofá e olhar suas correspondências tentando não dar importância a aquele bilhete em especifico.

- Não disse que é ruim, só disse que tem uma pedra no lugar do seu coração, o que não é necessariamente ruim. - Ashton não está errado no geral.

Calum praticamente se forçou a um relacionamento de cinco meses com uma das meninas da sua turma do colegial durante a adolescência, o que foi definitivamente uma péssima ideia e um completo desastre, já que Hood se descobriu gay poucos anos depois e não tão sociável assim, na época só achou que seria uma boa ideia, sabe, experiências, porem se mostrou na verdade um homem que prefere casualidades.

- Já você parece que tem cinco corações espalhados pelo corpo.

- Eu sou um poeta meu caro amigo, você é incapaz de me compreender. Na realidade nem sei porque ainda sou seu amigo, sou um homem paciência. - Ashton resmungou se jogando ao seu lado no sofá, não estava bravo ou desconfortável, só é um assunto exaustivo as vezes, principalmente quando Calum não se esforça pra entender o emaranhado de sentimentos inconstantes e incontroláveis que seu melhor amigo é. - Vai trabalhar hoje?

- Nada em mente. - Calum resmungou.

Calum Hood é um recém formado advogado, sempre atendendo a pequenas causas, trabalha de forma autônoma, as vezes como apoio jurídico para empresas, mas de forma geral prefere prestar seus serviços a pessoas físicas, quanto menos pessoa precisar interagir, melhor.

Ashton faz um pouco de tudo, formado em letras é um poeta, também um professor particular, também revisor de textos, como diz o ditado, pagando bem que mal tem? Gosta de trabalhar dessa forma, não consegue se ver engravatado preso dentro de um escritório.

É uma amizade um tanto quanto controversa, porem que tem funcionado até então, vamos ver até quando.

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Oioi, minha segunda Cashton, espero que gostem.