Segredo.

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Zyan LeBlanc.

Meu pai me escreveu recentemente.
Me fez muitas perguntas.

"Fez a entrega?"
"Como foi negociar?"
"Verificou se o Dragão estava saudável,  certo?"
...
"Tenho mais tarefas para você. Em breve entrarei em contato."

Muitas perguntas. Algumas ordens.

E entre nenhuma delas, eu estava incluso. Pelo menos não como apenas um negociante de tráfico.

Não que eu me incomode, claro. Tenho 13 anos, até essa altura do campeonato já me acostumei.

O que me impressiona de fato, foi que, aparentemente, ele não faz a mínima ideia do último ocorrido.
O Dragão não ter sido entregue, além de eu ter desafiado uns caras da pesada, não chegou aos ouvidos do meu pai.

E o por quê? Eu não sei. Só sinto que tive sorte. Pelo menos dessa vez.

Prometi à mim mesmo que nunca, nunca mesmo, levaria a tal de Althea comigo num negócio desse.
E sinceramente? Eu não sei o que me deu da última vez pra inventar de levá-la comigo.

Porém, a existência do Dragão, pelo menos a de um deles, ela sabia. E me fez prometer que iria carregar ela junto comigo sempre que eu fosse cuidar dele.

E sim, como ela o "roubou", não vi outra alternativa a não ser dar um jeito de cuidar dele, pelo menos até um dos contatos que arranjei, levá-lo a um lugar mais propício.

Então, o deixei em uma parte da floresta negra, bem escondido, e vou ao seu encontro todas às noites, quando é dada a hora do toque de recolher.

Eu, e a Althea.

Eu sei. Prometi não envolver ela nessas coisas mais.
E não vou mesmo!
Mas com essa história de "Katla",  ela encucou. Então não tive muita escolha.
E eu preciso que ela fique de bico calado.

-Buh!-Ela tenta me dar um leve susto. O que não foi bem sucedido.

Estamos próximos do Salgueiro Lutador, que é o nosso local de encontro, todas as noites.

Reviro os olhos.

-Santo Mal-Humor, Z.-Ela diz.

-Só fica próxima e vê se não me arranja encrenca, combinado?-Digo e ela balança a cabeça positivamente, logo em seguida, entrelaça seus braços aos meus.

Recuo um pouco, porém ela me segura mais firmemente. Então eu deixo.

Seguimos em direção à floresta, tomando cuidado para que Hagrid não nos escute, já que sua cabana é próxima.

E enfim, adentramos a mata.

-Queria que você pudesse me falar mais sobre o que é que você pretendia fazer com o Katla.-Ela quebra o silêncio.

-E eu já falei pra não me fazer perguntas. Acho que nem sempre temos o que queremos, né?-Afirmo e ela bufa.

-Detesto o jeito elegante que você tem na voz quando me dá um fora. É confuso.-Ela diz e eu não me seguro, dando uma leve risada.

-Jeito elegante?-Pergunto.

-É. Você tem uma certa classe com as palavras. É super rude, mas faz isso como se fosse um mauricinho engomado.-Ela afirma e dou mais uma risada, com a forma que ela tenta imitar minha voz.

-Não falo assim.-Digo e ela me encara, com deboche no olhar.

-Com certeza fala, sim.

Fizemos uns 30min de caminhada dentro da floresta, até chegarmos ao local em que o Dragão se encontra. Althea finalmente solta meu braço.

𝔗𝔥𝔢 𝔡𝔯𝔞𝔤𝔬𝔫 𝔴𝔦𝔱𝔥𝔦𝔫 𝔶𝔬𝔲| 𝔸𝕝𝕥𝕙𝕖𝕒 𝔹𝕝𝕒𝕔𝕜 Onde histórias criam vida. Descubra agora