Capítulo 09 - Groovelands, a Primeira Vez Numa Boate Gay

261 45 2
                                    

Assim que Eduardo apertou a campainha, Rodrigo abriu a porta. Parecia até que estivera de vigília no patamar interno do hall de entrada, espiando pelo olho mágico. Estava lindo.

Usava calça de risca de giz e blusa de lã gola alta, ambas pretas. Seu cabelo arrumado de jeito casual, jogado para trás, lhe dava um ar de menininho. Sua pele firme e corada contribuía para este aspecto se firmar.

O seu perfume invadiu Eduardo de tal modo que o rapaz mal podia pensar.

Eddie tentou evitar e disfarçar o máximo que pôde, mas não conseguiu, sorriu de imediato e seus olhos brilharam.

- Oi Edú! – Rodrigo cumprimentou – Oi mãe e pai do Edú! Entrem por favor.

Eduardo também estava bem arrumado e sua beleza natural era reforçada pela sobriedade da calça social e camisa polo que usava.

Entraram todos e depois das apresentações serem feitas, reuniram-se na sala de jantar da casa do começo da rua.

Os Braschi de um lado e os Toledo de outro.

A conversa estava animada.

As mães de Eduardo e Rodrigo se deram muito bem. Foram com a cara uma da outra logo do princípio. Mesma coisa com seu Antônio e Dr. Luís, só que sem a empolgação feminina. Estavam engajados em conversa séria: crise, tempos modernos, "no nosso tempo as coisas eram diferentes...".

A mesa da sala de jantar estava muito bem servida e bonita. Os talheres de prata brilhavam com a luz amarelada do imponente lustre de cristal que pendia do teto exatamente em cima da mesa. Havia dois tipos de vinho no baldinho de com água gelada.

Rodrigo bebia largamente e soltava risadas enquanto se infiltrava na "conversa dos adultos", dando palpite aqui, palpite ali.

Eduardo permanecia mudo, mal tocara no prato de comida.

Ficava apenas olhando para Rodrigo, que estava sentado bem à sua frente. Reparava como o amigo era belo. Reparava no sorriso perfeito. Reparava em cada gesto. No jeito com que o rapaz tocava os talheres, segurava o copo de vinho tinto e o levava até a boca, sorvendo o belo líquido que deixava seus lábios mais rubros e molhados. Prestava atenção no modo com que passava a mão pelo cabelo.

O jeito que sorria e eventualmente olhava para ele, com aqueles olhos matreiros e sedutores.

Rodrigo fazia toda aquela pose para Eduardo.

E Eduardo sabia disso.

Era um jogo de sedução e Rodrigo estava ganhando.

- Então crianças, para onde vão hoje? – Sílvia, a mãe Rodrigo perguntou.

- A gente nem sabe, vamos rodar um pouco, né Ed? – Digo olhou para o rapaz e deu uma piscada e um sorriso de canto de boca.

- É! – tratou logo de concordar.

- E vão acabar parando em alguma danceteria eu aposto!!! – comentou Luís. O pai de Rodrigo já sabia muito bem quais eram as intenções do filho para com Eduardo.

- É pai, acho que sim – disse o garoto levando a taça de vinho à boca e tomando um belo gole – vamos sair para dançar um pouco.

- Imagina só! Esses dois rapazes tão bonitos soltos por aí! Vão é quebrar os corações das pobres garotas! – dona Sônia falava admirando a beleza do par de amigos. Rodrigo e Eduardo formavam uma bela dupla.

A Casa do Começo da Rua (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora