A Bienal e Seus Tomates - Chaelisa

┊ 𝟬𝟯. Apenas uma Casa

"Era uma raposa igual a cem mil outras.
Mas eu fiz dela uma amiga. Ela é agora única no mundo."

VOCÊ JÁ DEVE IMAGINAR O QUE ACONTECEU APÓS ESSE DIA. O que podemos garantir é que existiram mais encontros como estes, repetiram o capuccino, trocaram livros, fizeram ligações e definitivamente se beijaram mais vezes e mais intensamente a cada beijo.

Quando se deram conta, um ano havia se passado e agora eram mais do que amigas, eram namoradas. Definitivamente, naquele dia chuvoso, Rosé não imaginava que iria encontrar o amor da sua vida em uma livraria em meio aos livros que ela tanto amava. E as coisas foram tão naturais, tão gostosas de se sentir. Quando perceberam, dormir e acordar sem a outra parecia algo realmente muito difícil. Não era o suficiente para se verem apenas nos fins de semana. Precisavam e queriam de um lugar apenas duas. Entre uma conversa e outra, surgia o assunto de viverem juntas.

Amar alguém é muito mais do que gostar deste, é colocar-se no lugar do outro, ser fiel, confiar e poder ser o porto seguro mantendo um relacionamento de bom grado para ambos os lados. Alguns casais precisam de um encontro extremamente caro em um restaurante mais caro ainda com uma comida que custa um estádio de futebol, mas outros, como Rosé, só precisam da companhia uma da outra para estarem felizes.

Morar com quem você ama, compartilhar seus maiores medos e segredos com alguém, se entregar por completo... Tudo isso é amor, mas o amor pode ser cruel com as pessoas, pois quando você ama, você deseja que aquilo dure para sempre, mas este não é imortal, posto que é chama.

— Se é assim então, que seja infinito enquanto dure. — Esta era Lisa em uma tarde calorosa enquanto lia mais uma poesia de amor, daquela vez, um soneto, seu preferido.

A asiática precisava ler aquelas coisas para pensar em uma linda declaração de amor, esta seria feita a Rosé mais tarde, mas diferente das outras vezes, um simples eu te amo não bastariam para demonstrar seu amor, ela precisava de mais. Afinal, um pedido de casamento não se faria sozinho.

Esse seria um dia especial, Rosé havia se esforçado para cozinhar a comida favorita de sua namorada, já era noite e fariam um jantar romântico como comemoração. Haviam velas e vinho e é claro, sentia-se profundamente apaixonada, cada dia tinha mais certeza possível sobre seus sentimentos em relação a Lisa.

Arrumou a mesa e acendeu as velas quando a comida ficou pronta, Lisa amava strogonoff com batata palha, Rosé também. A mais velha foi até o quarto à procura da namorada que havia sumido por um tempo.

— Amor, cadê você? — Entrou no quarto já a encontrando ali. Três anos de relacionamento, dois morando juntas e ainda é capaz de ficar sem fôlego ao vê-la. Lisa era muito mais do que só bonita, tudo nela era encantador para Rosé, das qualidades aos defeitos.

A cena que a ruiva encontrara era de sua namorada sentada com as costas na cabeceira da cama lendo mais uma vez, como sempre fazia quando concentrada, a garota mordia o lábio inferior deixando-o vermelho o suficiente para que Rosé quisesse marcar ali, os olhos percorrendo as páginas das escrituras do país de seu pai e as pernas cruzadas, o cabelo amarrado para trás e alguns fios perdidos na lateral de seu rosto. Perfeita.

— Tá tudo pronto, bebê, vamos? — Foi até a amada lhe dando um selar e notando a carinha de quem estava aprontando, os olhos da leitora se desvincularam das letras e foram até a ruiva. Bem, Lisa não era a única com segredos, Rosé também tinha um e o dela a fazia estremecer de medo.

Inocente com o que a sua namorada lhe contaria na hora do jantar, deixou um bico em seus lábios esperando o que ela chamava de "beijo de verdade", fazendo com que Rosé revirasse seus olhos com um sorriso em seus lábios.

— O que a minha neném quer? — Sentou-se na cama de frente para ela, recebendo um abraço de urso e ficando embaixo da garota, agora, completamente deitada em cima da cama.

— Um beijo de verdade. — Passou seu nariz pelo pescoço da ruiva causando um pequeno arrepio ali, dando selares em uma trilha até o nariz da namorada, terminando as carícias com um beijo de esquimó.

— Hum... Deixe-me pensar se você merece. — A estagiária colocou a mão no peito como se fosse a maior ofensa do planeta para ela. — Boba! — Riu antes de puxar sua namorada pela nuca, explorando cada canto da boca de Lisa.

Assim que fechou seus olhos, a mão que antes estava no peito agora se permitia explorar o corpo da mais velha, enquanto as línguas trabalhavam ela arranhava levemente o pescoço da ruiva, deixando que a outra mão levantasse as pernas da namorada, colocando-as em volta de seu quadril, roçando os seios cobertos pelo tecido uma da outra por estarem tão próximas.

A mão livre de Rosé entrou na blusa da estagiária deixando um aperto nas dobras marcadas pelo mapa de estrias que tanto amava de sua namorada, trocando o local do aperto e agora maltratando sua cintura. A acastanhada chupou a língua de Rosé antes de se afastar deixando beijos castrados e molhados pelo queixo e pescoço da amada, mas quando ela ameaçou desabotoar a blusa da ruiva, a garota saiu de seu transe impedindo o ato. 

҂ 𝑏𝑖𝑒𝑛𝑎𝑙𝑑𝑎𝑐h𝑎𝑒𝑙𝑖𝑠𝑎︕ ꒱

𝐍𝐀𝐎 𝐒𝐄 𝐄𝐒𝐐𝐔𝐄𝐂𝐀 𝐃𝐄 𝐕𝐎𝐓𝐀𝐑!
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