Want ⚘ Jikook

⚘ Two: Dis-ease

Dois dias depois, à tarde, o comboio chegou às muralhas da cidade de Gyeongju, capital de Silla. Jimin ficou apavorado quando um general empurrou os ômegas até encontrá-lo.

— Você. Park Jimin. Venha comigo.

Eles passaram pelo grande número de soldados até chegarem bem na frente. Era como um desfile e Jimin engoliu em seco quando percebeu que Yoonji e ele eram a captura principal que era exibida por aí, bem atrás do príncipe herdeiro e rodeado por seus quatro maiores generais.

Foi um pequeno alívio por um segundo quando Yoonji o abraçou brevemente, mas então ela olhou para ele com preocupação. Sua mão alcançou a testa de Jimin enquanto pronunciava:

— Jimin, você está bem? Você está queimando.

Ele balançou a cabeça, experimentando um sorriso fraco.

— Não se preocupe, é só um resfriado.

Na verdade, estava sendo um grande esforço levantar os cantos dos lábios e manter-se de pé, em vez de desmoronar no chão. Dormir ao ar livre, no chão e com roupas frágeis, não agradou seu corpo mimado, então uma febre e uma tosse tomaram seu corpo como refém. Suas bochechas queimavam e havia uma dor latejante atrás de seus olhos, tornando difícil ver a luz do sol ofuscante que parecia muito quente em um momento e muito fria no seguinte.

— Você está uma merda. — Uma voz penosa se fez presente, e Jimin tirou os olhos do rosto preocupado de sua meia-irmã.

— P-por que estou aqui na frente? Eu pensei que era apenas um concubino bastardo. — Jimin rangeu os dentes, balançando em seus pés com uma onda de raiva e febre.

O príncipe herdeiro riu. Foi uma risada curta, seca e de fazer borbulhar o sangue. Ele se aproximou.

— Acho que nosso povo está curioso para ver o passarinho bonito que estava escondido no fundo do palácio, por causa de seu pai. Não posso negar a eles este simples desejo. Eles querem ver a princesa ir para a masmorra e você para a casa gisaeng. Esse será o fim histórico de Gaya.

Jimin pegou Yoonji encarando Taehyung com olhos estreitos, atirando adagas. Sua mente confusa não conseguia realizar várias tarefas ao mesmo tempo, então ele se preocupou com sua meia-irmã em vez de consigo mesmo.

— Eu vou buscar você... — ele sussurrou, os lábios perto de seu ouvido.

Mas ela bufou:

— Eu irei buscá-lo primeiro. Eles não podem me manter prisioneira. Sou Min Yoonji, de Gaya.

O cérebro de Jimin não tinha certeza se ela estava falando sério ou brincando... ou se sua febre o fez alucinar, porque tudo parecia muito rápido e nebuloso para ser real. Certo. Isso não podia ser real. Devia ser um pesadelo e ele iria acordar em sua cama confortável, com Hoseok fazendo chá para acalmar seus nervos.

Lentamente, ele colocou um pé na frente do outro, andando atrás de Yoonji e flanqueado pelos generais com suas espadas brilhando ao sol. Era um sonho extenuante, porque realmente requeria toda a sua força e concentração para não tropeçar e cair. Cada um de seus músculos estava dolorido, e tudo o que ele queria fazer era deitar e dormir.

Os olhos de Jimin doíam com a febre e os olhares enfadonhos das pessoas que lotavam a rua a torto e a direito de seu desfile. Os olhares pesavam em seus ombros, deixando seus joelhos bambos. Ele sentiu uma mão em seu cotovelo firmá-lo. O geral assobiou:

— Controle-se, ômega.

Ele manteve os olhos grudados no chão, a vergonha colorindo suas bochechas em chamas ainda mais. A mão do soldado, apertando e puxando seu braço, o fez tropeçar e ainda antes de esbarrar acidentalmente em Yoonji, a caminhada parou.