Amore mio

Capítulo 1

Oii, como estão?
Desculpem a demora. Tenho estado com o meu dia a dia muito corrido e como sabem, ou se não sabem, eu escrevo nas minhas noites de insónia e felizmente, ou talvez não, não as tenho tido. :)
Tentarei atualizar mais vezes. ;)

Boa leitura
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— Senhorita Gonzaga? Licença, só vim informar que aterrámos em 15 minutos. Deseja alguma coisa?

— Não, obrigada.

Minhas mãos estão suadas, sinto-me zonza depois de ouvir o que uma das acompanhantes de bordo veio informar. Só 15 minutos, exatos 15 minutos para encarar o meu passado, passado esse que me atormentou por anos e me fez ser a mulher que sou hoje. Tomo coragem quando olho pela janela do jatinho e mais uma vez sinto meu estômago embrulhar ao contemplar a vista da minha cidade natal. Pois é, estou de volta depois de 7 anos, depois de deixar tudo e todos para trás e decidir dar um tempo de tudo o que me fazia mal. Esconder-me para o resto da vida seria o que a antiga Arianna faria mas me tornei na melhor versão de mim mesma e é exatamente isso que vim provar pra todos que duvidaram que eu não conseguiria. A menina inocente e iludida de antes morreu à precisamente 7 anos atrás quando entrou neste mesmo jatinho em busca do seu propósito.

Saio dos meus pensamentos quando o jatinho aterra na pista privada que o meu pai fez questão de mandar construir quando ainda estava na fase de conquistar o coração da minha mãe. Naquela altura o meu pai viajava constantemente para o Brasil atrás da sua amada até finalmente conseguir trazê-la para cá de vez, pelo menos é o que ouvi na minha infância toda. O típico amor clichê que todo adolescente sonha em viver um dia.

Pego os meus óculos de sol juntamente com a minha bolsa e desço finalmente entrando logo em seguida num dos carros que me aguarda pra me levar à minha casa. "Minha casa" sinto um gosto estranho na boca ao pensar nisso. Será que continua tudo igual? Será que a mamma ainda cuida do belo jardim? Será que o papà finalmente decidiu construir uma biblioteca no segundo andar? Será que ainda trabalha lá a dona Alda que fazia uns biscoitos deliciosos todas as tardes? Tanta pergunta que eu faço a mim mesma durante todo esse tempo e que estou prestes a descobrir as respostas.

Consigo ver os portões da mansão principal e os nervos voltam com tudo. Respiro fundo diversas vezes e repito comigo mesma que sou mais que isto e que consigo vencer qualquer obstáculo. Cada vez que o carro se aproximava eu conseguia ver tudo em câmara lenta. Após a autorização para entrar até à paragem em frente à grande mansão eu não pisquei uma vez sequer e entrei em transe.
Senti uma brisa bater no meu lado direito o que indicava que a motorista já abriu a porta para mim. É agora ou nunca. Mostrarei para o que vim e não deixarei que ninguém me rebaixe. Não mais!

Desço com todo o requinte que uma Gonzaga tem e dou de cara com as duas pessoas que mais amo nesta vida.

— Filha nem acredito que estás mesmo aqui. Eu esperei tanto por este momento. - minha mãe me abraça/esmaga enquanto fala completamente emocionada.

Como senti falta deste abraço e deste cheiro. A minha mãe é tudo para mim. Agora que a sinto nos meus braços penso se terá sido boa ideia afastar-me quase que por completo. Agora senti-me culpada por todas as vezes que não lhe atendi as chamadas ou inventei uma desculpa para que ela não me fosse visitar.

— Oh mamma eu estou mesmo aqui. Me desculpa por ser uma filha tão ingrata. Prometo que vou compensar por todos estes anos longe. Mamma eu te amo tanto mas tanto - eu chorava junto já perdendo toda a pose que coloquei minutos atrás quando saí daquele carro.

— Espero bem que sim minha filha, eu vou cobrar. Não imaginas a falta que nos fazes todos os dias meu tesouro. És a nossa caçula, a nossa menininha. - disse já se afastando e dando espaço para que o meu pai se aproximasse também.