O Vale dos Anjos - O Torneio dos Céus (Livro 1) - FINALIZADO!!!!!!!!!!!!!

(21) - είκοσι ένα - Fuga

Para esse vigésimo primeiro capítulo vamos com uma música de tensão e perseguição

Desespero.

Foi o que Dimítris sentiu na presença daquele idoso maltrapilho. A maneira como ele o olhava era muito pior do que o encontro com os anjos carcerários no Japão. Ele sorria passando a língua entre os dentes, parecendo um caçador prestes a abater a caça.

No momento em que Dimítris olhou para Anne, o velho correu na direção dos dois. Dimítris estava assustado não sabendo como reagir. Foi quando uma mão lhe empurrou derrubando-o no chão. Era Anne, que em uma atitude desesperada, colocou-se à sua frente. No momento seguinte ela correu, tendo o velho em seu encalço.

— Anne, voe, voe! — Dimítris levantou-se tentando alcançá-la. Não entendia o que ela pretendia com aquela fuga a pé.

— Não consigo! Fiquei sem poderes quando os emprestei a você!

Dimítris tinha dificuldade em acompanhar a velocidade da amiga. Queria voar, porém também não estava com energia suficiente. Lembrou-se de quando desmaiou após usar os poderes de Obelisco, logo deduziu que com Anne o efeito deveria ser o mesmo.

Eles correram por algumas ruas descendo ladeiras enquanto a distância entre Anne o velho diminuía a cada metro. Após a série de ladeiras, chegaram a uma grande avenida e Anne parecia buscar um local de grande concentração, porém, no desespero, a cupido escorregou sendo agarrada pelo velho maltrapilho. Curiosamente, várias pessoas passavam por ali ouvindo suas músicas, conversando e dando risadas, aproveitando a correria do dia. Nem sequer imaginavam o quão próximos estavam de uma cena arrebatadora.

— Anne!

Dimítris se aproximou dos dois, mas não sabia o que fazer. Anne gritava, enquanto o mendigo aproximava sua cabeça do rosto dela e em uma atitude mórbida lambia o rosto da cupido. No momento seguinte, o velho encostou o corpo junto do de Anne em meio aos gritos dela. Naquele momento, Dimítris percebeu a cena que sucedia.

O velho maltrapilho estava para invadir o corpo de Anne, igual ao que havia feito com a Xamã Paola em Atenas.

— Largue-a, largue-a! — Em um acesso de raiva, Dimítris lembrou-se do treinamento de Ramirez. Aproveitando-se disso, empurrou sua mão para frente buscando liberar o poder que possuía. No momento seguinte, uma rajada de vento atingiu o velho, que de costas, não conseguiu se defender sendo lançado a uma distância considerável do corpo de Anne.

Dimítris deu a mão à amiga para que ela se levantasse.

— Dimítris, você não pode usar seus poderes aqui, está maluco? Se fizer alguma coisa vão descobrir.

— Afaste-se!

Os olhos de Anne se arregalaram. Dimítris jamais demonstrara tamanha irritação. No momento seguinte ela se afastou. Ele não conseguia explicar, mas sentia um grande calor no corpo e ao olhar para os braços percebeu que uma energia luminosa saia dele. Tal energia era completamente diferente de tudo o que havia visto. O que seria aquilo?

No momento seguinte o mendigo se levantou e para surpresa de Dimítris, sorria com maior intensidade, fazendo com sua língua passasse entre os dentes com maior velocidade do que antes.

— Que bom que se apresentou, rapaz sagaz! Agora sei qual corpo possuirei! — o velho ria em alto volume, transformando o riso em um ataque histérico — realmente, invadir o corpo de uma mulher não seria vantajoso. Agora você é meu! — sem ao menos piscar, o velho correu na direção de Dimítris. Ele agora não teria ninguém para lhe proteger. Estava por conta própria. Anne gritava desesperadamente para ele fugir, mas não o fez. Não sabia por que, mas não queria fugir. Não queria ser uma presa indefesa. Queria lutar!