P.O.V Draco
Acordo com as janelas sendo abertas por minha mãe, ela parece cansada e seus olhos estão fundos sob a mancha de suas olheiras e tenho a certeza de que ela não dormiu a noite inteira, não a culpo, depois que Bellatrix veio para cá junto com Voldemort tem sido insuportável ficar em casa, é insuportável até mesmo dormir.
Ela me olha preocupada e sinto seu olhar recair sobre meu braço esquerdo onde a marca foi feita, ainda estava recente e vez ou outra ardia como o inferno, minha doença não ajudava muito também, ela era a única que sabia, decidimos esconder dos demais, aquilo seria visto como fraqueza, afinal eu era um Malfoy, eu não podia ter sentimentos ou fraquezas.
– Bom dia – resolvo dizer forçando um sorriso, preciso fingir que estou bem, principalmente para ela, de todas as pessoas ela é a que mais me preocupo, ver ela ferida ou triste é a pior coisa que existe para mim, sempre foi assim, desde pequeno, sempre fomos eu e ela contra o mundo e acredito que ver o seu único filho se tornando comensal da morte e sido designado a matar Dumbledore não tenha sido motivo de muita alegria para seu coração, ao contrário de minha tia que diz de cinco em cinco minutos que ela deveria se sentir honrada por seu filho ter se tornado um comensal
– Bom dia! Animado para voltar? – Ela diz sorrindo, mas seu sorriso não chega aos seus olhos cansados, dou um suspiro profundo e afirmo com a cabeça, vai ser um ano difícil. Minha mãe sai de meu quarto me dando espaço para me arrumar, minhas coisas já estão no malão e pela ausência dele no quarto suponho que os elfos já o levaram para baixo, desço as escadas e vou até a cozinha, desde que Ele está aqui não tomo mais minhas refeições na sala de jantar.
Assim que me vê Twink vem ao meu encontro me cumprimentar, ela é uma elfo esperta e dócil, seus olhos grandes são gentis mesmo tendo passado por tanta humilhação
– Bom dia mestre Draco! Twink preparou o café da manhã do senhor
– Muito obrigado, Twink! Vou sentir sua falta em Hogwarts– sorrio
– Não está sabendo, mestre Draco? Twink vai com o senhor para Hogwarts, a mãe do senhor pediu para que eu fosse para cuidar do senhor!– ela fala animada, dou outro sorriso a ela, fico agradecido pela minha mãe por ter esse cuidado, irei agradecê-la depois.
Termino de comer e vou para sala onde meu pai e minha mãe estão me esperando para aparatarmos na plataforma, a diferença entre os dois é gritante, enquanto minha mãe parece destruída, mesmo com seus cabelos perfeitamente arrumados e sua roupa perfeitamente alinhada, meu pai emana puro orgulho, seus cabelos devidamente penteados para trás e suas roupas sob medida lhe dão um ar de superioridade, e é assim que ele se sente, superior, superior por ter o Lorde das trevas em sua residência, ele me da nojo, direciono um sorriso forçado a ele e seguro em seu braço de um lado e minha mãe o segura do outro. Aparatamos e logo a sala da mansão Malfoy é trocada pela paisagem da plataforma 9 ¾, a plataforma está abarrotada de bruxos indo para lá e para cá com seus filhos, a mistura de vozes, de choro de criança e risadas de alunos me traz um sentimento reconfortante, até que o vejo.
Ele está acompanhado pelos Weasley's, parece perdido e um pouco triste, mas parece estar melhor desde a última vez em que o vi, ainda usa roupas trouxas com o número estupidamente maior que o dele, seus cabelos estão maiores mas continuam bagunçados, é incrível como que em poucos meses ele conseguiu ficar ainda mais bonito. Sinto uma pontada em meu estômago e solto um riso sem humor, "aqui não, por favor" imploro para meu corpo que já começou a produzir as borboletas em meu estômago, Merlin, como eu as odeio.
Desvio minha atenção do moreno e começo a procurar meus amigos, os acho perto de um vagão, me despeço de meu pai e minha mãe, pego minhas coisas e vou em direção a eles.
Pansy e Blaise estão conversando, já devem ter guardado suas coisas em uma cabine já que não as vejo perto deles
– Que gracinha, vocês estavam me esperando? – Digo com um sorriso irônico no rosto, Pansy me olha e sorri em deboche
– É claro que estávamos, como poderemos viver sem você, nossa razão de viver? – É Zanbini quem fala de forma dramática e soco seu ombro de leve
– Onde está Luna? – Pergunto olhando em volta para ver se acho a pequena figura loira
– Vi ela indo com algumas pessoas da Corvinal – Pansy responde – Vamos logo guardar suas coisas, o trem já vai partir – fala me abraçando e logo depois enlaçando o braço no meu, olho para trás e meus pais não estão mais no lugar onde estavam, ao invés de encontrá-los encontro um par de olhos verdes me encarando, a cena faz com que eu me lembre do sonho e olho para frente o mais rápido possível evitando com que uma nova sessão de vômitos aconteça, subo no trem e caminho até a cabine para guardar minhas coisas
– Sou monitor este ano, pediram para que eu fosse para o primeiro vagão para receber algumas instruções, volto daqui a pouco – Aviso e os dois assentem em sinal positivo já se acomodando, saio da cabine e vou direto ao vagão do monitores, depois, do que parece ter sido horas, ando em direção a cabine em que estou e acabo trombando de cara com a última pessoa que eu gostaria de me encontrar.
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Doença das Flores - DRARRY (hiatus)
FanficHanahaki Byou: Uma doença de um amor não correspondido faz com que a pessoa vomite flores inteiras ou até mesmo buquês da flor preferida da pessoa amada. "Morrer de amor, para mim, é uma das formas mais irônicas de se morrer, mas uma das mais dolori...