VIII- 'Cause I let my guard down, right now I'm completely defenseless

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P.O.V Draco

Se passa uma semana desde que eu decido que a melhor forma de ficar mais próximo de Potter é o irritando ao extremo o mandando bilhetes o elogiando ou flertando com ele, no fim ele sempre me puxava para um corredor vazio querendo tirar satisfação dos bilhetes.
Estou saindo do banheiro quando vejo uma coruja parada no peitoral da janela, meu coração para, a coruja grande e majestosa me olha com indiferença enquanto eu abro a janela e pego o pedaço de pergaminho que estava amarrado a sua perna, assim que o desamarro a coruja levanta voo e se afasta, respiro fundo e desenrolo o pedaço de pergaminho

"Seu pai está irado, o Lorde também e ele exige que seu pai vá falar com você, eu sei que você não gosta disso, mas Draco, por favor não irrite mais seu pai. Converse com ele e tente convence-lo de que está sim fazendo algo.
E se mesmo assim não quiser, por favor filho, arranje abrigo. Eu não posso perder você, sempre que precisar de mim, escreva, mas não mande cartas pela sua coruja!
                                     Eu te amo
   
                                  – Mamãe"

Leio e re-leio a carta de minha mãe várias vezes, sento em minha cama e relembro os acontecimentos das férias,  Voldemort me obrigou a ser um Comensal para demonstrar lealdade, eu não queria, mas eu sei que se eu não fizesse isso eu morreria.
Meu pai chegaria na escola para "falar" comigo em breve e o meu maior medo é não saber o que ele vai fazer.

— Dray, tá tudo bem? — Sinto a mão de Balise em meu ombro me tirando dos meus pensamentos, o olho por um minuto para entender o que ele disse.

— Tá sim, só estava pensando. — Lhe lanço um sorriso para tentar disfarçar.

— Tudo bem, termine de se arrumar para tomarmos café, já vou descendo para a comunal ok? – ele diz e eu apenas aceno com a cabeça, me levanto da minha cama e termino de me vestir ajeitando minha gravata e colocando minha capa, arrumo meu cabelo, tomo um gole da poção e vou para a comunal onde Blaise e Pansy me esperam, e em todo o caminho, das masmorras até o Salões Principal, eu só consigo lembrar da carta de minha mãe, a guardei em meu bolso e ela parece queimar, tomamos nossos lugares na mesa e começamos a tomar café
— Draco? Draco está me ouvindo? – ouço Pansy me chamar
– Oi? Ah não, desculpa, estou meio aéreo hoje – respondi
– Percebi mesmo, enfim, estava dizendo que farei dupla com Blaise nas aulas de poções, ok?
– Tudo bem – respondi, não havia problema em fazer dupla com outro sonserino, de qualquer maneira.
Terminamos de comer e vamos para a sala de poções, me sento em uma bancada vazia ao lado dos meus amigos e a sala aos poucos vai se  enchendo
— Tá de brincadeira. — Ouço um resmungo e me viro para ver quem é. É Harry e ele puxa a cadeira ao meu lado para se sentar.
— Potter... — Digo abrindo um sorriso de um jeito malicioso.
— Não começa, Malfoy. — Fala emburrado
— Sabia que não conseguiria ficar muito tempo longe de mim. — Falo e ele emburra, antes de me responder Snape entra na sala, ele vai até sua mesa e seu olhar recai sobre mim e Potter. Vejo confusão passar pelo seu rosto, mas logo sua feição volta a ser carrancuda de sempre.
— Hoje faremos Amortentia. Alguém, que não seja a senhorita Granger, sabe o que é Amortentia? — Snape pergunta e eu levanto minha mão. — Senhor Malfoy...
— É a poção do amor. Não vai gerar o amor propriamente dito, apenas uma sensação parecida, causa uma forte paixonite ou obsessão, se pode identifica-lá pela cor madre pérola e a fumaça sobe em espirais características e tem um cheiro diferente para cada pessoa. — Falo
— Está correto! 20 pontos para a Sonserina. Vocês irão preparar essa poção e depois me dizer o cheiro que vocês sentiram, é uma poção difícil de se fazer, então, não espero que todos se saiam bem. — Ele fala essa última frase olhando de soslaio para Neville e se virando para mostrar os ingredientes e a forma de se fazer no quadro. Eu e Potter fazemos a poção em silêncio.
— Por Merlin, Potter, você precisa pilar essas pérolas no sentido anti-horário, está escrito no quadro — Tomo o pilão de suas mãos e nossos dedos acabam se tocando, esse pequeno toque é capaz de causar uma corrente elétrica pelo meu corpo, tusso de leve e felizmente não sai nada. Ele apenas bufa e dá um sorriso mínimo.
Todos terminam a poção e Snape vai de bancada em bancada avaliando as poções e perguntando o cheiro de cada uma, assim que chega em nossa mesa ele olha a poção
– Parece aceitável –  comenta – qual o cheiro dela para você, senhor Malfoy? – mas antes que eu fale qualquer coisa a porta da sala se abre e Filch aparece
– Professor Snape, desculpe interromper mas preciso levar Malfoy para a sala de Dumbledore, o diretor quer falar com ele – Snape revira os olhos e faz um gesto com a mão para eu sair
– Já que Malfoy não vai estar aqui, Potter qual o cheiro da poção? – não consigo ouvir a resposta de Harry, uma vez que quando ele vai se pronunciar já estou fora da sala.
Por que Dumbledore queria falar comigo? O que eu fiz? As respostas de minhas perguntas são respondidas quando entro na sala do diretor e vejo a figura de meu pai, ele olha pra mim com um olhar frio e sinto um calafrio na espinha, olho Dumbledore que sorri ao me ver
- Senhor Malfoy, obrigado por vir tão rapidamente, desculpe tira-lo de sua aula, mas seu pai pediu para falar com o senhor e eu cedi alguns minutos, espero que não se importe – Dumbledore fala, eu não confio na minha voz nesse momento então apenas confirmo com a cabeça
– Se não se importa, Dumbledore, gostaria de dar uma volta pelo castelo enquanto converso com Draco – meu pai se pronuncia
– Não vejo problemas nisso – o mais velho fala e se despede de nós com um sorriso, meu pai se posiciona do meu lado e coloca sua mão em minhas costas me guiando para fora da sala do diretor, andamos até chegarmos em um banheiro, meu pai me empurra para dentro do banheiro e o mesmo se encontra, aparentemente, vazio
– Você sabe por que eu vim aqui? – Lucius pergunta com uma raiva crescente em sua voz
– Para falar a verdade, não – digo empurrando a lembrança da carta de minha mãe para o fundo de minha mente com medo de que ele use legimência para ver algo
– Talvez a aparência saudável de Dumbledore lhe diga algo – diz impaciente – era para ele estar morto uma hora dessas, Draco, mas não, ele está por ai esbanjando saúde, não sei se você se lembra, mas foi mandado que você o matasse
– Eu não vou mata-lo – falo e meu pai me olha com olhar de descrença
– Você vai mata-lo, Draco, isso não está em discussão
– Eu não vou mata-lo, eu não quero fazer isso
– Não há opção de querer o não querer, você vai fazer – sua voz se altera um pouco, mas ainda mantém um tom não muito alarmante, não sei de onde tiro coragem, mas solto um riso sem humor
– Acho que o senhor não entendeu, eu não irei fazer, não estou pedindo permissão ou algo do tipo
– Deixe de ser insolente e de querer ser um rebelde a esta altura do campeonato, me obedeça, mate logo aquele velho e quem sabe sua punição por estar resistindo e não seguir regras diretas não seja tão agressiva
– Você me daria aos leões, então? – pergunto com medo da resposta
– Se me fosse ordenado e necessário, sim – ele responde sem excitar
– Então saiba, pai, que não irei obedece-lo, nem obedecerei o Lorde das Trevas e nem nenhum comensal – digo e sinto o ódio queimar em seu olhar
– Bom, talvez isso faça com que você se coloque em seu lugar, então – sempre odiei que gritassem comigo, mas naquele momento gostaria de que Lucius Malfoy estivesse gritando, mas sua voz era baixa e a raiva contida nela era quase palpável, ele pega sua varinha e a aponta para mim e antes que eu possa pegar a minha ele fala -  Sectumsempra! – sinto todo o meu corpo ser cortado, a dor é agonizante e grito, sinto o sangue escorrer e começo a chorar, Lucius se aproxima de mim e coloca o pé em meu peito, sufoco um grito
– Sempre soube que você era fraco, mas não imaginei que fosse tanto, a partir de agora você não é mais meu filho, não pise nunca mais em minha casa, esqueça de onde veio, não quero mais olhar para seu rosto e acho melhor você procurar um abrigo, porque quando você por seus pés para fora de Hogwarts Ele virá atrás de você e eu não farei nada para impedir, seu traidorzinho do sangue – ele fala e cospe em meu rosto, se afasta e vai embora, "vou morrer" penso, me sinto fraco e minha visão está turva, não sei se é efeito do choro ou da dor mas é difícil respirar, ouço passos apressados e penso "ótimo, ele voltou para terminar o serviço de uma vez", mas sinto mãos desesperadas tocarem o meu rosto e ouço uma respiração ofegante
- Draco, por favor, abra os olhos – só após ele falar que percebo que estava de olhos fechados, abro eles e vejo o rosto de Potter, ele estava chorando? Seus olhos verdes me encaram e vejo alívio passar por eles, sinto meu estômago revirar "por favor aqui não, já estou fodido o suficiente" penso, sinto pontadas por todo o meu corpo e a dor se intensifica
- Vou leva-lo a enfermaria, ok? – ele fala fungando -  por favor, mantenha seus olhos abertos – me implora, me pergunto como ele vai fazer isso sendo mais baixo e, mesmo jogando quadribol, um pouco menos musculoso que eu, mas pelo visto subestimo sua força pois ele me carrega sem dificuldade, ouço ele fungar ao longo do caminho e vez ou outra sinto uma lágrima escorrer em meu rosto, não sei diferenciar se são as minhas ou as dele, ele corre o mais rápido que pode e assim que chegamos a enfermaria sou colocado em uma das camas, olho para Harry e seus olhos estão vermelhos e inchados, fecho meus olhos, ouço a voz de alguém me chamar ao fundo mas a única coisa que consigo ver são os olhos verde esmeralda me olhando intensamente.

Doença das Flores - DRARRY (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora