CAPÍTULO VII DÊ AO CACHORRO UM BOM NOME

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O que é que você faz quando o homem que vinha se mostrando um bom
funcionário começa a relaxar no trabalho? Você pode despedi-lo, mas isso não
adiantará muito. Pode chamar a sua atenção, mas isso com frequência causará
ressentimento. Henry Henke, encarregado do serviço de uma grande vendedora
de caminhões em Lowell, Indiana, tinha um mecânico cujo trabalho vinha
decaindo em qualidade a ponto de se tornar insatisfatório.
Em lugar de chamar-lhe a atenção ou ameaçá-lo, o Sr. Henke chamou-o ao
escritório e conversou com ele francamente.
“Bill”, disse, “você é ótimo mecânico. Tem trabalhado nesse ramo há muitos
anos. já consertou muitos veículos e recebeu até elogios dos clientes. De fato, nós
só podemos elogiar o seu trabalho em todos esses anos. Ultimamente, porém,
você tem demorado mais tempo para terminar um determinado trabalho e a
qualidade, comparada à sua experiência anterior, deixa a desejar. Como, no
passado, você se destacou entre os demais mecânicos, eu pensei que gostaria de
saber o que penso da atual situação, e talvez juntos possamos encontrar uma
maneira de corrigir esse problema.”
Bill respondeu que não tinha percebido essa queda de qualidade; afirmou que o
trabalho que vinha fazendo não estava além das suas capacidades, e que, no
futuro, procuraria melhorar.
Foi o que ele fez? Naturalmente que sim. De novo tornou-se o melhor mecânico
da firma. Com a reputação prestigiada pelo senhor Henke, que outra coisa faria
ele senão manter um nível de qualidade semelhante ao do passado?
“O homem médio”, dizia Samuel Vauclain, então presidente da Baldwin
Locomotive Works, “pode ser dirigido prontamente se merecer consideração, e
se você demonstrar que o considera devido a alguma espécie de habilidade”.
Em suma, se você quer aumentar a capacidade de uma pessoa num determinado
ponto, aja como se este traço particular fosse já uma das suas características
marcantes. Shakespeare disse: “Finja uma virtude, se não a tiver”. E pode ser
bom fingir e declarar abertamente que a outra parte tem a virtude que você
deseja ver desenvolvida nela. Crie-lhe uma fina reputação para zelar, e ela fará
esforços prodigiosos para não o ver desiludido a seu respeito.
Georgette Leblanc, no seu livro Souvenirs, My Life with Maeterlinck, descreve a
rápida transformação de uma humilde Cinderela belga.
“Certa empregadinha de um hotel da vizinhança trazia-me as refeições”, escreve ela. “Ela era chamada “Maria, a Lavadeira de Pratos” porque havia iniciado sua carreira como ajudante do lavador de louças da cozinha. Era uma espécie de monstro, vesga, cambaia, pobre de corpo e de alma.
“Um dia, enquanto segurava meu prato de macarrão com suas mãos
avermelhadas, disse-lhe diretamente:
“Maria, você não sabe que tesouro existe dentro de você!”
“Habituada a reprimir suas emoções, Maria esperou alguns momentos, não
ousando arriscar o menor gesto pelo receio de uma catástrofe”. Pôs então o prato
sobre a mesa e disse ingenuamente:
“Madame, nunca acreditaria nisto”. Ela não duvidava, não fez uma pergunta.
Simplesmente voltou para a cozinha e repetiu o que eu dissera, e tal foi a força de
sua fé que ninguém se riu dela. Deste dia em diante, mereceu mesmo uma certa
consideração. A mais curiosa mudança ocorreu com a própria humilde Maria.
Acreditando que era um tabernáculo de desconhecidas maravilhas, começou a
cuidar de sua fisionomia com tanto desvelo, que ela, que mendigava jovialidade,
parecia cheia de viço, e, modestamente, escondia sua simplicidade.
“Dois meses mais, tarde, comunicou-me seu próximo casamento com o sobrinho
do chefe.” “Vou tornar-me uma senhora”, disse e agradeceu-me Uma simples
frase mudou-lhe inteiramente a vida”.
Georgette Leblanc deu a “Maria, a Lavadeira de Pratos” uma reputação para
zelar, e esta reputação a transformou.
Bill Parker, representante de vendas de uma companhia alimentícia de Daytona
Beach, Flórida, estava muito entusiasmado com a nova linha de produtos
recentemente introduzida no mercado; mas também bastante contrariado, porque
o gerente de um importante supermercado tinha desistido de comprar esses
produtos. Bill ruminou durante o dia inteiro sobre a recusa e decidiu, antes de ir
para casa, voltar ao supermercado e tentar de novo convencer o gerente.
“Jack”, começou, “depois que conversei com você, hoje pela manhã, dei-me
conta de que não, lhe apresentei todo o quadro da nossa nova linha de produtos.
Gostaria de lhe falar sobre alguns pontos que esqueci de mencionar. Respeito o
fato de vocês estarem sempre dispostos a nos dar atenção e serem bastante fortes
e capazes de mudar de idéia quando os fatos justificam uma mudança.”
Você acha que Jack negou-se a ouvi-lo? Não, porque havia aquela reputação para
manter viva.
Certa manhã, o Dr. Martin Fitzhugh, dentista de Dublim, Irlanda, ficou chocado
com uma cliente quando esta lhe disse que o porta-copos de metal que ela usava
para lavar a boca não estava limpo. Com efeito, a paciente usava o copo de
papel, não o porta-copos, mas certamente não era profissional manter um
equipamento embaçado e sujo.
Quando a cliente se foi, o Dr. Fitzhugh entrou no escritório e escreveu um bilhete
a Bridgit, a mulher da limpeza que trabalhava no consultório duas vezes por
semana. Ele escreveu o seguinte:
“Minha cara Bridgit, Vejo-a tão pouco, que decidi parar um instante e agradecer-lhe pelo excelente serviço de limpeza que vem fazendo. A propósito, penso que
duas horas de serviço, duas vezes por semana, são um tempo insuficiente; desse
modo, se quiser fazer uma meia hora extra de vez em quando, esteja à vontade,
principalmente se achar necessidade de limpar pequenas coisas, como por
exemplo polir o porta-copos e assim por diante. Naturalmente eu a pagarei por
essa meia hora extra.
“No dia seguinte, quando cheguei ao consultório”, relatou o Dr. Fitzhugh, “minha
escrivaninha estava brilhando, minha cadeira estava brilhando, a ponto de quase
escorregar ao sentar-me nela. O próprio porta-copos de metal brilhava como
nunca.
Eu havia dado à mulher da limpeza uma reputação que ela precisava manter, e,
devido a esse pequeno gesto, ela acentuou todos os seus esforços passados.
Quanto tempo mais ela em pregou para faze-lo? Exatamente: nenhum.”
Há um antigo provérbio: “Dê a um cachorro um mau nome e aprecie as tristes
consequências”. Dê-lhe, porém, um bom nome e veja o que acontece!
A Sra. Ruth Hopkins, uma professora do quarto ano colegial no Brooklyn, Nova
York, no primeiro dia de aula olhou a lista de alunos, cheia de alegria e de
entusiasmo por iniciar um novo período letivo. Mas subitamente começou a ficar
apreensiva: ela teria como aluno um garoto chamado Tommy T., tido como o
pior aluno da escola.
O professor do terceiro ano sempre reclamara de Tommy para os colegas, para
o diretor e quem quer que o escutasse. O garoto não era apenas traquinas; criava
sérios problemas de disciplina. dentro da classe, provocando os meninos,
mexendo com as meninas, folgando com o professor, e quanto mais crescia, pior
ficava. Seu único traço compensador estava em que aprendia muito depressa e
dominava as matérias com extrema facilidade.
A Sra. Hopkins resolveu enfrentar o “problema Tommy”.
Cumprimentou os novos alunos e fez alguns comentários sobre eles: “Rose, que
vestido bonito você está usando”. “Alice, ouvi”

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