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Escolher trabalhar em escola pública no Brasil, onde os professore são severamente desvalorizados, pode ser levada como uma escolha burra, mas eu amo o que faço e ao escolhe ser professora decidir levar meus conhecimentos para esses jovens cidadão...

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Escolher trabalhar em escola pública no Brasil, onde os professore são severamente desvalorizados, pode ser levada como uma escolha burra, mas eu amo o que faço e ao escolhe ser professora decidir levar meus conhecimentos para esses jovens cidadãos, para quem sabe assim mudarmos o rumo de nosso país, mas talvez essa não seja a grande questão aqui.

-- minha filha como você pode ser tão burra a esse ponto? eu sei que você ama sua profissão, uma profissão bem nobre alias, mas trabalha em uma escola no MORRO, no morro do ALEMÃO, ai já é demais -- minha mãe iria abrir um buraco no chão de tanto que anda de um lado para o outro.

-- minha linda mãezinha, se eu quero ajudar as crianças desse país, preciso começar com quem realmente precisa -- depois que falei para dona Luisa que iria trabalhar no morro do alemão ela esta fora de si.

-- eu sei, mas no morro? -- ela me olha com seu olhar de reprovação.

-- sim mãe no morro .

-- MARCOS SUA FILHA ESTA FICANDO LOUCA, EU FALEI PRA LEVA ESSA MENINA NO PSCICOLOGO NINGUÉM ME APOIOU -- ela sai gritando o meu pai que se encontrava na cozinha.

-- Luisa querida deixe a menina-- meu pai sempre compreensivo -- faça o que seu coração esta pedido minha filha .

-- você ainda apoia essa maluquice Marcos? OH MEU DEUS AONDE VAMOS PARAR? -- ela levanta as mãos para o céu.

-- imagina mãe, ela se envolver com o dono do morro e virar patroa? -- Caio entra na cozinha.

-- NÃO ME FAÇA TER UM ENFARTO AQUI MENINO -- ela joga um pano de prato em meu irmão.

Após a conversa familiar que tive com meus pais resolvi arrumar minhas coisas para o trabalho segunda, eu sou professora do terceiro ano do fundamental , escolher essa carreira foi bem difícil principalmente quando escolher me dedicar a colégio publico, sempre estudei em escolas publicas e queria cuidar desses alunos que são jogados para escanteio pelo governo.

Eu não moro em barril nobre, moro no asfalto, porem ainda é perto do morro do alemão por isso escolhi trabalhar lá. Meus pais se conheceram na escola do morro da Mare e dessa relação nasceu meu irmão Caio quando minha mãe tinha seus 19 anos, dona Luisa como seu Marcos tiveram que lutar muito para cuidar do Caio e de mim 3 anos depois que esse nojento nasceu. Caio esta com 27 anos e age como um garoto de 17 anos, ele é um advogado muito talentoso, trabalha em casos de políticos. Já meus pais são donos de petshop no Leblon, quando mais nova sempre quis ser veterinária, mas com uma influencia da minha professora descobrir meu amor por ensinar.

Logo o domingo vai embora e a segunda chega, acordo cedo e vou me arruma para meu primeiro dia, visto uma saia lápis preta e uma blusa social branca, coloco poucos acessórios já que vou lidar com crianças e pego minha bolsa e minha pasta com tudo que preciso para o primeiro dia , após um café reforçado e boa sorte desejados vou para o morro. Logo na entrada posso ver alguns homens com armas do tamanho de suas pernas, desço o vidro do meu carro quando sou parada por um.

-- posso saber para onde a princesa vai ? -- o cara era moreno tinha um cabelo cacheado e um bigode fino.

-- vou para escola, sou a nova professora.

Ele olha para o amigo dele .

-- a escola ta com novos professores ?-- o cara com quem ele falou da de ombros.

-- sei não cara, isso ai é com o Xamã -- o menino responde sem da muita importância.

-- então vai chamar o Xamã, QUER QUE EU DESENHE CARALHO ?-- o menino levanta em um pulo.

Ainda bem que eu sair de casa mais cedo, já que isso parece demorar mais que o comum.

-- QUE CARANHO L7, NINGUÉM PODE COMER MAIS PUTA EM PAZ NÃO ? -- um moreno sai gritando de um beco.

Puta que pariu que cara gostoso, se controla Carol, pelo modo da conversa ele deve ser o dono disso daqui e você fica igual uma tarada.

-- oh Zé que historia e essa que a escola ta com professores novos? -- o tal L7 pergunta.

-- que professor ? -- L7 aponta para mim, reviro os olhos , isso já está tirando minha paciência -- oh patricinha tem como você sair dai, ou que que eu te tire?

Grosso!

-- não precisa se dá esse trabalho -- saio do carro e ele me olhou de cima a baixo -- já acabou de babar, querido? preciso dar aula.

-- gostosa desse jeito acho que os moleques vão nem presta atenção -- o menino que eu não sabia o nome falou quase me comendo como os olhos.

-- ninguém pediu sua opinião não querido, fica caladinho ai -- ele ri levantando as mãos para cima.

-- a gatinha tem língua afiada -- o tal Xamã fala.

-- e hora para chegar, tem como adiantar ai, Xamã ? -- minha voz sai debochado e meio rouca, ele morde o lábio inferior passando a mão no bigode.

-- TA ACHANDO QUE É QUEM? tu ta na minha quebrada, tem que respeitar -- ele chega bem perto de mim, falto poucos centímetros para ele me beijar.

-- eu só estou querendo ir para escola, será que eu posso, senhor ? -- olho bem nos fundos de seus olhos castanhos escuros.

-- eu poderia te matar aqui mesmo só pela arrogância -- engulo seco-- porém não tô afim de sumir com o corpo de ninguém, L7 leva a princesinha na escola -- ele fala tudo olhando nos meus olhos.

O tal L7 vem até nós resmungando, entro no meu carro novamente, mas com o homem ao meu lado. Chegamos na escola e digo obrigada a ele por me guiar até aqui.

-- sem problema morena, mas vou te passar uma ideia, procura problema com o Xamã não, ali é o próprio diabo na terra-- ele arruma o boné na cabeça.

-- se preocupa não, porque eu sou o próprio fogo do inferno-- pisco um olhos para ele que sai rindo.

-- TOMA CUIDADO PARA NÃO SE QUEIMAR COM SEU PROPRIO FOGO -- ele fala descendo o morro novamente.

Entro na escola e sou recebida pela diretora.

-- senhorita Silva que bom que chegou, espero não ter tido problemas para entrar no morro? -- ela me olha preocupada.

-- todos os problemas já foram resolvidos -- digo a acalmando.

-- graças a Deus, estávamos precisando de uma professora para o terceiro ano-- ela vai me guiando pela escola.

Após saber onde ficava cada coisa, vou para minha sala que é bem colorida e cheio de murais com desenhos das crianças , ao bater o sinal as crianças vão se instalando na sala.

-- bom dia queridos, eu sou a professora Carolina e estarei com vocês esse ano -- dou o meu sorriso mais amável para as crianças.

-- pró isso é pra você -- um menininho que parecia mais um indiozinho vem até mim com um pedaço de papel -- é um cartão de boas vindas.

-- obrigada querido-- dou um beijo em sua cabeça ele volta contente para seu lugar -- agora vocês podem ser apresentar para a pró ? adoraria saber seus nomes.

Dono do Morro XamãOnde histórias criam vida. Descubra agora