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Ficamos mais um pouco na praça e depois Xamã resolveu leva a gente para comer na dona Marta, segundo ele " a melhor cozinheira do morro" lá até rola musica ao vivo, o que chamou muito a minha atenção, então fomos com a promessa de que ele que pagaria

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Ficamos mais um pouco na praça e depois Xamã resolveu leva a gente para comer na dona Marta, segundo ele " a melhor cozinheira do morro" lá até rola musica ao vivo, o que chamou muito a minha atenção, então fomos com a promessa de que ele que pagaria. Na mesa ficou Xamã ao meu lado direito, Diego no meu lado esquerdo e Lorena na minha frente e Ret de frente pra Xamã.

-- papai, eu posso comer batata frita, purê de batata e muuuuuito macarrão?-- Diego pergunta animado.

-- tu come viu pai -- Ret abusa o pequeno que da língua a ele.

-- pode comer carinha, só não morre depois-- Xamã ri.

Dona Marta nos serve uma comida mais que deliciosa, minha mãe que não escute, mas é a melhor comida que já comi, parece comida de avó.

-- então professora, como tu veio para no alemão?-- Ret curioso.

-- de carro -- Xamã só faltou cair de cadeira de tanto ri.

-- jura, achei que tu veio de ônibus -- ele revira os olhos.

-- para mata sua curiosidade, eu vim para cá por quê de alguma maneira eu queria ajudar o meu povo e nada melhor do que ensinar a esses pequenos, afinal, ninguém pode tirar seu conhecimento-- digo com sinceridade, a educação pode sim mudar o mundo, só basta saber usar.

-- belas palavras professora, belas palavras -- ele balança a latinha de cerveja que estava em sua mão.

-- por que você me chama de professora ?-- Xamã, Lorena e Diego permaneciam calados, concentrados na comida.

-- porque eu respeito sua profissão, sei que sou vagabundo, sou traficante, mas tudo que sei foi minha mãe que me ensinou, ela também era professora-- o orgulho em dizer que sua mãe era uma educadora é nítido em sua fala.

Eu fico conversando mais um pouco com ele, até que começa o show ao vivo, nessa hora o homem que estava no palco improvisado chama Jason para cantar, mas ele fica fazendo cu doce, depois de Lorena quase apontar uma arma na cabeça dele, ele foi.

-- E O CHEFE VAI CANTAR PARA NÓS, SENHORAS E SENHORES-- o cara grita e as pessoas que estavam ali presentes batem palma.

-- e você me surpreendeu mais uma vez, primeiro foi o ovo e agora sabe cantar, isso sim que é ser multiuso -- digo para ele que sai rindo.

-- eu canto, mas só se for nossa musica ?-- ele diz para cara.

-- só se for agora chefia-- ele diz e logo uma melodia começa a toca-- Aí, se não for pedir muito, pega um copo de café e um maço de cigarro, pra eu ficar daqui só viajando, olhando você pelada dando uns tragos.

Sua voz era suave, mas tinha um tom malicioso que deixava a musica bem gostosinha de ouvir, mas tudo muda quando Xamã começa a cantar, sua parte era uma mistura de rap e samba.

--Eu quero ter você, menina, cé minha dor de cabeça, eu sou sua aspirina, fico no Baixo Méier, você vem por cima, se me vê, se empina, Xamã te dando ideia paradão na esquina-- ele canta olhando nos meus olhos-- quando vê, me beija, a sua perna fraqueja, a trouxe flow roubado e uma garrafa de cerveja, Por aqui tá rap, cê tá Sexta Sertaneja, cheirosa de cereja-- ele pisca para mim.

Eles continuam cantando e Lorena me chama para sambar com ela, eu realmente amei a musica, Xamã deveria ter tentar ser cantor, porém para um garoto dessa realidade periférica, ser artista praticamente não existe. Quando a música chega ao fim todos batem palma e Geizon vem até a gente batendo na mão de algumas pessoas.

-- eai, gostou?-- ele vem até mim.

-- gostei sim, sua voz é muito bonita e grossa-- digo.

-- não é só a voz que é grossa não-- ele sorri malicioso.

-- nada a declarar em relação a isso-- cruzo meus braços na altura dos meus seios.

-- oportunidade não vai faltar para você tirar suas conclusões professora-- ele sussurra em meu ouvido.

-- Xamã vai ter baile hoje?-- Lore pergunta.

-- demais-- ela abre um sorriso de gato da Alice.

-- ei Carol, bem que você poderia vim ne?-- ela mostra os olhos de gatos pidão.

-- não sei, amanhã tem aula -- sei que se eu for para esse baile eu vou voltar tarde.

-- oh pretinha, eu te levo quando você quiser-- Xamã fala.

-- isso, isso-- Lorena pula animada.

-- ai, tá bom, mas você tem que ficar perto de mim, porque não conheço ninguém e você vai ter que me leva quando eu quiser, mesmo que tu esteja trepando na hora-- eles concordam.

-- agora eu quero vê a cara daquela puta-- Lorena fala baixo, mas como estou do próxima a ela consegui escutar, não entendi nada, mas nem perguntei também.

-- aonde eu fui me mete Ret? -- ele da de ombros e sai fumando um beck.

Esse também não ajuda em nada

Ficamos mais um pouco por ali, mas logo fui para casa me arruma para o baile, após toma um banho relaxante fui ate meu guarda roupa para vê uma roupa boa para ir. Depois de trocar de roupa umas mil vezes eu coloquei usa sai de pano preta bem colada ao meu corpo, um cropped entrelaçado preto junto com um salto preto também, coloquei alguns acessórios e deixei o cabelo solto mesmo. Peguei meu celular, cartei e as chaves e fui para o morro de uber, o cara não quis entrar por medo, por sorte L7 estava na barreira e me deu uma carona.

-- você uma hora dessas aqui?-- ele para a moto perto da quadra onde rolava o baile.

-- invenção de dona Lorena-- digo rindo.

-- aquela ali é um perigo, sai de perto-- ele diz rindo -- vou resolver uns OB ali e já volto para te socorre desse povo.

-- venha me socorre mesmo, por favor-- junto minhas mãos-- você é a única pessoa normal aqui.

-- acho que você pode sobreviver sem mim e eu sou realmente a única pessoa normal aqui -- nego com a cabeça.

Lennon vai embora e eu fico ali com cara de trouxa, enfim é toma coragem e entrar, que Deus me ajude.

Dono do Morro XamãOnde histórias criam vida. Descubra agora