Amor, perdão e tantas coisas - Supercorp

3. Mulheres de negócios em ação!

Kara se conhecia o suficiente para saber que costumava surtar com certa facilidade. Mas ela não se lembra de ter estado tão surtada em alguma ocasião desde sua chegada à Terra. Por fora estava congelada, fazendo Lena se perguntar se ela estava passando mal. Será que deveria chamar Alex? Afinal, não é qualquer médico que sabe lidar com a fisiologia kriptoniana. Por dentro Kara tinha a sensação de que seu cérebro estava entre explodir e derreter, não conseguia distinguir, tamanha era a velocidade com que os pensamentos passavam por sua cabeça. Mas percebeu que precisava esboçar alguma reação quando viu o rosto preocupado de Lena, que tinha se levantado, servido um copo de água que lhe oferecia agora.

L: Kara... Kara, tudo bem?

Kara pega o copo da mão da mulher a sua frente, se concentrando para não quebra-lo, e observa a morena se escorar na própria mesa.

K: Si-sim Lena. Eu, hã... O que você disse? Não sei se entendi direito...

L: Pela sua reação eu imagino que você entendeu perfeitamente bem... - Lena fala enquanto se dirige de volta a sua cadeira depois de se assegurar que não tinha dado uma pane em Kara.

K: Eu fico muito lisonjeada com a confiança, mas eu não sou capacitada pra isso Lee. Não tenho experiência com administração e toda essa coisa corporativa. É muita responsabilidade! Eu recém comecei a carreira de repórter. Por Rao! Esse posto, esse escritório foi de Cat Grant, eu nunca estaria à altura dela!

Lena ouvia a verborragia de Kara recostada em sua cadeira, com os braços cruzados e a sobrancelha arqueada. Felizmente conhecia a heroína o suficiente para saber que aquela enxurrada de desculpas viria e foi muito perspicaz ao se preparar pra essa conversa.

"Aposto que as pessoas não imaginam que uma Super possa ser tão insegura quando não está vestindo a capa..."

Riu internamente com o próprio pensamento e percebeu que precisaria interromper o fluxo daquele monólogo:

L: Kara, me escute, por favor. - a loira tem sua atenção chamada pela voz calma e familiar. Quando vira o olhar para a Luthor e lê sua postura, percebe que ela não tinha comprado seus argumentos, e essa discussão estava apenas começando. - Para as questões corporativas eu estarei aqui, não pretendo te abandonar jogada aos tubarões. Assim como você vai me ajudar com a parte do jornalismo em si, e pretendo que nós aprendamos juntas. Você pode se achar inexperiente, mas é talvez a pessoa mais inteligente e perspicaz que eu conheço. Lembrando que eu sou mais nova que você e assumi o comando de um império com quase zero experiência prática no mundo dos negócios. Meu interesse maior sempre foram as pesquisas, o laboratório, mas tive que aprender e aqui estou. Estou certa de que você é perfeitamente capaz e vai aprender muito rápido também. Quanto à Cat, não se preocupe, eu conversei com ela sobre a compra e meus planos para a CatCo e você. Ela não só concorda como lhe deu sua bênção e disse que não havia pessoa melhor para esse cargo. Parece que ela está acompanhando o seu trabalho de longe. Pediu que eu te dissesse que está muito orgulhosa do seu progresso Kiera, seja lá o que isso se significa. Seria uma pena se eu tivesse que ligar pra ela pra avisar que você não aceitou o cargo que foi dela... - Lena solta sua última cartada com uma ponta de chantagem emocional. Observa Kara e acha melhor dar a ela alguns minutos para juntar o próprio queixo caído. Não pode deixar de achar a cena engraçada e rir de canto.

Kara parece aterrissar na realidade aos poucos novamente.

K: Você tá falando sério Lee, você falou mesmo com Cat?

L: De tudo que eu falei foi isso que te chamou atenção?! - Ela se diverte com ironia. - Falei Kara, não trabalho com mentiras, você sabe. - Lena se amaldiçoa mentalmente pela escolha de palavras, não queria dar esse peso à conversa e acabar assustando Kara.