01. Não me dou bem com mudanças

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(foto ilustrativa dos pais do Tomás e do Bruno acima)

Tomás •

Chegamos sexta-feira em São Paulo, o fim de semana foi resumido apenas em desencaixotar os móveis e roupas da mudança que não era pouca coisa. E já que não sou bobo, tentei dar uma desculpinha pra minha mãe que isso me cansou demais e não tinha ânimo pra ir no primeiro dia de aula, é.... mas ela não caiu nenhum pouco.

- Bom dia meu amor! - ela beijou minha testa enquanto eu ainda estava sonolento andando pela cozinha - Melhora essa cara vai, hoje é seu primeiro dia de aula.

- Seu intuito é me animar com isso?! Porque se for, tá indo no caminho errado. - bufei

- Até agora tentando fazer a mamãe te deixar faltar aula maninho? - falou meu irmão Bruno entrando na cozinha me dando um tapa na cabeça já com a mochila nas costas

- Viu?! Por que não faz igual ao seu irmão que já tá pronto? Falta meia hora pra sua aula mocinho.

- Tá falando isso como se ele fosse um aluno exemplar e que não morasse na diretoria. - sai revirando os olhos comendo um pão com mortadela

Todo mundo acha que minha família é igual aquelas de comercial de margarina em que tá tudo certo, estamos sempre felizes e somos unidos (pelo menos é o que meus pais tentam transparecer). Mas não é bem assim (principalmente nos últimos anos).

Minha mãe é italiana, e meu pai conheceu ela durante uma excursão escolar de 15 dias pra Itália. Eles trocaram número de celular, conversaram por meses através de mensagens e chamadas de vídeo e assim que meu pai formou no ensino médio, ele teve um ataque de loucura e resolveu testar a sorte gastando o pouco de dinheiro que tinha se mudando pra Itália. E deu certo! Meu pai se tornou um empresário bem sucedido no país e minha mãe abriu o considerado atual mais bem renomado restaurante de Veneza.

Eles se casaram na Itália e apesar de eu e meu irmão nascermos lá, morei apenas até meus 5 anos. Depois disso viemos pro Brasil. Mesmo eu odiando e não me adaptando nenhum pouco a mudanças, morei no Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e agora cá estou em São Paulo. Só vejo meu pai nas poucas vezes que ele vem pro Brasil já que ele tá sempre na Itália, o Bruno que tem mais contato com ele já que sempre lhe visita. No caso da minha mãe, ela vive em um bate e volta sem fim entre lá e cá.

- CARALHO TOMÁS, A GENTE JÁ TÁ ATRASADO! ANDA LOGO PORRA - gritou meu irmão da sala enquanto eu terminava de escovar os dentes

- Tu é chato pra caramba tio, que merda! - desci puto indo com ele até o carro dando partida rumo a escola.

Eu e Bruno frequentamos os melhores colégios porque meu pai sempre fez questão de garantir uma boa educação pra gente. Por isso, sempre lidamos com uns puxa saco só porque nossos pais são ricos e outros que se acham superiores só por ter dinheiro.

- E como ficou sua situação com a Sarah mano? - perguntei

- Bloqueei ela em tudo.

- Que?! Por que véi?? Cê tá ficando louco das ideia?

- Porra Tomás! Não tinha como eu ficar tranquilo vendo a mina que eu gosto curtindo a vida dela de boas sem mim, tá ligado?!

- Mais tinha necessidade de tudo isso?

- Ah eu não sei tio, isso só o tempo vai dizer mas por enquanto, é o melhor pra mim. - falou enquanto respirava fundo parado em um sinal vermelho

Vocês devem estar se perguntando quem é Sarah. E vamos de mais throwback!

Moramos por 5 anos em Belo Horizonte, assim que nos mudamos meu irmão se encantou pela Sarah, menina loira baixinha que estudava na mesma sala que ele. Em menos de um ano, os dois já estavam namorando! Apesar de no começo ter sido contra nos mudarmos pra São Paulo, Bruno sempre puxou muito saco da minha mãe e tenta olhar pelo lado dela. Ele contou sobre a mudança pra Sarah, que no começo digeriu bem a ideia dos dois namorarem a distância. Pois isso foi tudo por água abaixo um dia antes de virmos pra cá, Sarah mandou mensagem terminando com meu irmão dizendo que não aguentaria esse negócio a distância. Bruno não é de se apegar as pessoas (pelo menos é isso que ele tenta), mas passou a viagem inteira chorando vendo fotos dos dois juntos.

Chegamos no colégio, que se eu não soubesse, confundiria com uma mansão de tão grande e chique que o lugar é. Assim que entramos, eu e Bruno atraímos muitos olhares dos alunos que já andavam pelo corredor da escola. Respira fundo Tomás, que a montanha russa vai começar!

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Oi gente, esse capítulo foi mais focado pra contar como era a vida do Tomás e da família dele. Espero que tenham gostado! ❤️ Não esqueçam sempre de comentar, favoritar e avaliar pra eu ter um feedback de vcs

Por mais dias assimOnde histórias criam vida. Descubra agora