Capítulo 5

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Macarena’s pov

 
     Acordo me sentido um pouco estranha, depois do ocorrido de ontem eu fiquei parada por alguns segundos digerindo o que acabara de acontecer, estava com um misto de sentimentos, tristeza, culpa, raiva, vazio... Não sei descrever com exatidão

     Desbloqueio o celular e vejo que são 10h Acordei mais tarde que o normal, mas também, depois de uma noite mal dormida seria impossível acordar cedo. Zulema me deixou excitada de uma forma que Fábio nunca havia deixado, mas é claro que eu não sou lésbica, uma “quase foda" não dita a sexualidade de ninguém, né?

       Por falar no homem, ele me manda algumas mensagens, que são ignoradas com sucesso, ao invés de responde-lo mandando mensagem para Kabila pedindo passar aqui antes da gente ir à escola

       Saio do meu quarto e percebo que a casa está vazia, faço minha higiene matinal e procuro algo para comer, abro a geladeira e tem suco de laranja e uma tigela com salada de frutas, que não estavam lá na noite anterior

      “Se quiser pode comer"

    Tem um papel escrito em baixo da tigela, com o que parece ser sua letra. Se isso foi um plano para me deixar mais culpada pelo que eu fiz, está dando certo, pego o suco e a salada de frutas e faço minha refeição em pé na cozinha mesmo, recebo uma notificação no meu celular de Kabila, ela diz que já está vindo, termino de comer e vou tomar banho

     Mal saio do banheiro e já escuto a campainha tocando, pedi pra o porteiro Castillo liberar Kabila sempre que viesse, já que ela era moradora não oficial da minha casa

     - E aí gostosa tá bem? – A morena fala e me abraça – Pelada de novo Macarena? Não é só Porque a prof já te viu assim significa que você tem que andar pelada o tempo todo – ela diz após se separar do abraço

     - Fala mais alto que eu acho que os vizinhos não escutam – falo revirando os olhos - A culpa não é minha que você vem mais rápido que o The Flash- Estefânia se senta no sofá e liga a TV, eu vou para meu quadro e termino de me trocar

     ...

     - MACARENA SAPATONA – Kabila grita depois deu contar o que aconteceu entre Zahir e eu – pera vocês transaram nesse sofá eca – ela faz cara de nojo e eu dou um soco em seu braço

     - Primeiro que não foi uma transa, foi uma preliminar e segundo, para de ser tapada eu não sou nada disso aí

      - Ai amiga, vem pro vale, sai desse Armário

      - Eu gosto de Homem Rizos, HO-MEM, HOMBRE, e vamos logo para não nos atrasados, eu quero almoçar – Falo me levantado e pegando minha mochila

      - Você quer ir logo para ver a professora que eu sei – Apenas mosto o dedo para ela e destaco a porta – Falando nela, onde ela tá?

      - Sei lá, eu acordei e não tinha nem sinal dela - Entramos no elevador e aperto o Térreo

      - Olá meninas, boa tarde, como estão? – Carlos nosso professor de biologia nos cumprimenta

      - Bom dia, estamos bem, até a escola – Digo andando rápido, odeio esse homem asqueroso, nunca gostei dele, ainda mais que ele sabe sobre mim e Fábio, já que ele é meu vizinho e um dia me viu entrando no prédio com meu professor, mas ele nunca abriu o bico, acho que é por ter medo do Fábio

      Chegamos na escola e fomos direto para o refeitório, no meio do caminho vejo Helena com a professora Zahir, não sei sobre o que elas falam, mas Zulema da uma risada alta tão gostosa que eu fico hipnotizada

     - Fecha a boca que a baba está escorrendo – Kabila me tira do meu transe – Vamos comer que o sinal já vai bater, você tem a sua casa para ficar secando a professora

     - Você é tão inconveniente, como eu posso ser sua amiga?

      - Simples, você me ama – Rimos e entramos no refeitório

    Hoje não temos aula de árabe, então não veria Zulema hoje, pelo menos não na escola, mas por que eu quero ver ela? Eu estou chateada? Mas por quê? Ela quem começou! Essa mulher entrou ontem na minha vida e já está me deixando maluca

      O dia passou tão rápido que nem me toquei que já era 19h40 e estavam todos se preparando para ir embora, Kabila e eu sempre somos as últimas últimas a sair, mas ela teve que sair correndo porque tinha um compromisso

     Saio quando o corredor já está praticamente vazio – Macarena podemos conversar? – Escuto a voz de Fábio atrás de mim, entramos na minha sala e ele começa – O que aconteceu? Não respondeu minhas mensagens, está seca desde ontem, isso tudo porque eu... – ele para de falar quando repara o chupão que Zulema deixou no meu pescoço – O que é isso? Quem fez isso em você? É por isso que você está seca comigo? Tem outro cara na sua vida? – Fábio começa a metralhar perguntas em cima de mim

      - Fábio não surta, eu estava jogando verdade ou desafio com Kabila, e desafiaram ela a me dar esse chupão, estou com ele desde sábado – Não sei de onde surgiu meu espírito roteirista, mas parece funcionar, pois seu semblante muda de raiva para aliviado

     - Ah sim linda, desculpa, não confiar em você, quer fazer algo final de semana?

     - Não sei, vamos nos falando – Digo e saio da sala, deixando Fábio para traz, talvez eu devesse tomar mais cuidado com a forma que eu trato ele, Fábio tem cara de ser aquele tipo de Homem que quando é rejeitado faz a vida da mulher um inferno, eu só preciso aguentar mais esse ano

    Chego em casa e vejo Zulema sentada no sofá assistindo TV, ela já está com roupas de ficar em casa, isso significa que ela chegou bem antes de mim

    - Boa noite – Digo mas não obtenho resposta – Ah, e obrigada pelo suco e pela salada de frutas de manhã

      Ela ainda não me responde, vou para meu quarto e Pego minhas roupas para tomar banho, dessa vez vou me trocar no banheiro mesmo

     Quando saio do banheiro vejo Zulema colocando o macarrão já quente de volta para o recipiente que estava na geladeira, Ela realmente me esperou para comer? Me questiono olhando a mulher que está de costas pra mim, quando ela se vira leva um susto ao me ver

       - Que susto porra – A morena fala com a mão no peito – Para de ficar me observando igual um fantasma – Zahir se vira novamente para pegar a comida – O jantar está pronto

      - Você me esperou para jantar? – Falo com um sorriso bobo dando espaço para ela passar

      - Esperei, a casa é sua, estou só sendo educada, não pense que eu sou sua amiga ou algo do tipo, agora vai pegar os pratos e talheres – Ela fala de forma totalmente autoritária

      Nós jantamos em silêncio novamente, e por algum motivo dessa vez eu estava mais incomodada do que ontem

      - Vi você falando com Helena hoje mais cedo, você estava rindo, sobre o que falaram? -Tento ser agradável e puxar assunto

     - Macarena, que parte do “Eu não sou sua amiga" você não entendeu? – Ela fala de forma ríspida, me deixando  sem jeito

      - Vo... você pretende falar para alguém sobre mim e Fábio? – Digo, mas sem olhar para ela

     - Não vou contar para ninguém sobre seu caso com ele, eu caguei pro seu romance adolescente – não aguentei e sai da mesa, quem ela pensa que é para falar assim comigo? Eu errei? Sim, mas eu tô tentando concertar a cagada que eu fiz, eu entendo ela estar brava comigo, mas precisa ser uma puta?

      Agora quero que se foda, ela não quer que eu fale com ela então eu não falo, foda-se. Deito em minha cama e adormeço na força do ódio

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Vocês acham que a Zulema pegou pesado com a Maca? Pelo menos ela não vai contar nada né?

E o Kur murcho do Carlos que mora no mesmo prédio da Loirinha, o que será que vem aí?

Nadie mas que tuOnde histórias criam vida. Descubra agora