Nadie mas que tu

Capítulo 32

Macarena's pov

Meses se passaram desde a última vez que vi Zulema, eu mudei muito de lá para cá. Nos primeiros dias eu não ia à escola, e mal tinha forças para levantar da cama, minha mãe me mandava mensagem o tempo todo querendo saber o que estava acontecendo comigo, para evitar o desgaste de ter que conversar com minha mãe decidi ir para a escola, mas mesmo assim não fazia nada, muitas vezes Kabila fazia os trabalhos para mim, o que me ajudava muito e evitava com que eu tomasse zero

Tudo mudou quando voltei a fazer terapia, me toquei não fazia sentido eu estar destruindo minha vida por causa de alguém que me faz tão mal, voltei a estudar e me tornei a pessoa que era para ter sido a muito tempo, afronto todos que me provocam e até saio na porrada se for preciso, claro que levei algumas advertências e suspensões por causa disso, mas pelo menos desconto minha raiva, além de socar pessoas, ficar sozinha em casa fumando me trás paz, sei que não me faz bem, mas me faz esquecer Zulema, e é isso que importa

Com o tempo as pessoas foram parando de me encher o saco e passaram a ter medo de mim, o que me fez sentir bem, o olhar de temor daqueles idiotas era uma motivação a ir para aquele inferno

Carlos e Fábio não mexem comigo desde a volta às aulas, primeiro que eles ficaram com medo de passar com eles o mesmo que passou com Zulema, segundo porque Carlos pediu demissão dias depois da diretora avisar que Fábio morreu após reagir a um assalto, isso realmente pode ter acontecido, mas nada tira da minha cabeça que Zahir esteja envolvida

Não gosto de pensar nisso, o único momentinho que me permito pensar na árabe é quando eu vou dormir e coloco a roupa dela que eu não devolvi, seu cheiro viciante é a única coisa que consegue me fazer dormir

Enfim chegou o dia que eu esperei desde o ensino fundamental, o dia da minha formatura, eu não fazia a menor questão de participar da colação de grau, mas minha mãe insistiu tanto por isso, mas fiz mais por Remy que fez questão de vir aqui só para me ver

Falando no francês, nesses últimos meses ele esteve tão presente na minha vida, depois de Kabila ele foi a pessoa que mais me ajudou nos meus momentos de crise, Remy me visitava algumas vezes, eu amava sua presença, ele me fazia esquecer Zulema, e mesmo que seja nítido o fato dele querer algo a mais, ele sempre respeitou meu espaço, e eu admiro isso nele

- Você vai para onde Maca? - Triana me pergunta com expectativa

- Vou para casa - Minto. Na verdade vou para uma balada do outro lado da cidade porque Rizos quer dar uns pegas na namorada dela e curtir ao mesmo tempo. Estamos oficialmente fora da escola, mas ainda sim Saray pode se prejudicar se virem ela com uma ex aluna

- Você não vai para nossa festa? Queria tanto que você fosse - A garota diz fazendo um carinho na minha mão com o polegar

Triana e eu ficávamos as vezes enquanto ela namorava Goya, eu fui a causa do termino das meninas, e saber que Goya ficou triste por semanas me fez ficar feliz, as vezes beijava Triana na frente da outra só para ver sua cara de raiva, eu sempre recebia olhares de desaprovação vindos de Kabila, mas não me importava, só estou me vingando de todo mal que essa vaca me proporcionou

- Desculpa Tri, não estou muito afim, mas boa festa - Digo dando um beijo em sua bochecha, ela abre um sorriso bobo, e se despede, as vezes eu acho que ela se ilude comigo, mas sempre deixei bem claro que o que temos é casual e não pretendo levar isso a diante, não sou tão escrota assim

- Filha, meus parabéns, estou tão orgulhosa de você cariño - Minha mãe me abraça e parabeniza pela milésima vez no dia, só que para melhorar ela começa a chorar

- Mãe chega - Digo me separando do abraço apertado, e limpando o beijo molhado que ela deixou em minha bochecha

A relação com minha mãe mudou muito desde o dia da briga, passamos a nos falar mais, no começo era difícil, fazer terapia me ajudou com meus bloqueios em relação a Encarna, mas estamos longe de sermos confidentes