12 de julho de 2021
Leonardo
Acordei às três da manhã, com o despertador gritando, e fui direto para o banheiro, esbarrando nas paredes durante o trajeto. Tomei um banho bem quente e me troquei, vestindo um conjunto de moletom cinza e calçando um par de botas pretas.
Ouvi batidas na porta e fui atender. Era Rafaela. Ela vestia a mesma coisa que eu.
– A gente combinou? – ela riu e me abraçou. – Tá pronto?
– Tô, só me deixa pegar uma maçã.
Peguei uma maçã na fruteira e saí, seguindo Rafaela. Enquanto ela tagarelava sobre a garota de quem ela gostava, eu apreciava minha fruta e pensava sobre o garoto de quem eu gostava. Se tudo desse certo hoje, eu finalmente tentaria algo com Marcos.
Chegando à estação meteorológica, encontrei Núbia, Dandara, Porã, Matheus e Luana. Eles estavam em silêncio e aparentavam estar com muito sono.
– Trouxeram as coisas? – Rafaela perguntou.
– Aqui – disse Luana ao entregar duas mochilas para nós. – Tem comida, remédios, panelas e armas. A Adelaide fez umas marmitas bem recheadas.
– Obrigado – agradeci ao abrir a mochila e ver que estava tudo em ordem. – Cadê o resto do pessoal? E o Marcos?
– A Natália e a Letícia estão terminando de combinar tudo com a Simone – disse Matheus. – Sei lá onde o cabeçudo do Marcos tá.
Após alguns minutos, ouvi barulho de galope e olhei para o lado. Letícia, Natália e Marcos vinham montados em cavalos, trazendo outros sete com eles.
– Nossa conversa me deu uma ideia – disse Letícia, se direcionando a Núbia. – Vamos de cavalo.
– Amei! – Núbia exclamou ao acariciar um cavalo preto. – Que coisinha mais linda!
– Certo – disse Natália. – Vamos logo, antes que comece a amanhecer.
Cada um montou num animal e seguimos em direção à saída da cidade. Miguel e Cayetana, que estavam cuidando dos portões, foram os únicos a nos verem.
Seguimos cavalgando pela estrada, com apenas a lua e nossas lanternas iluminando o caminho. Estávamos atentos a qualquer tipo de movimentação que viesse da floresta.
Cavalgamos por cerca de duas horas sem nenhum problema, até que percebi uma movimentação no mato e empunhei minha lança de metal. Fiz meu cavalo parar, o que fez com que os outros também parassem.
– O que foi? – perguntou Rafaela.
– Shhh – levei o dedo à boca ao sussurrar. – Acho que vi algo se mexendo ali.
Todos se concentraram em observar o lugar para onde apontei a lanterna. Após alguns segundos, vimos uma onça sair correndo. Eu já estava quase me tranquilizando, até que vi um zumbi correr atrás do animal e mordê-lo.
– Caralho – xinguei. – Vamos embora daqui. Vai, cavalo!
Dei um tapa forte no traseiro do animal, o que o fez correr depressa. Galopamos por mais algumas horas, até o sol finalmente dar as caras.
– Vamos parar um pouco – sugeriu Núbia. – Os cavalos devem estar exaustos.
– É, boa ideia – disse Matheus. – Eu também tô morrendo de fome.
– Você sempre tá morrendo de fome – Luana riu.
Saímos da estrada e entramos na mata. Amarramos os cavalos nas árvores e sentamos no chão, enquanto eles comiam mato. Na mochila, peguei duas bananas, um pedaço de pão e uma garrafa com vitamina de abacate. Comi tudo rapidamente e fiquei de pé. Peguei uma maçã, entreguei a meu cavalo e acariciei sua cabeça.
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Inverno dos Mortos
AventuraNesta continuação de Verão dos Mortos, Núbia e seus amigos saem de Peruíbe, numa tentativa de retornar ao Oliveirinha e derrotar Jorge. Só que o caminho está mais perigoso ainda, com zumbis mais rápidos que nunca.