As Lágrimas das Nuvens

14- Eles voltaram

maratona(4/5)

Sakura

"Eu estou a beira de um abismo, prestes a pular mas assim que olho para frente, posso ver meus amigos me esperando do outro lado, isso me ilumina e a escuridão do abismo se dissipa, deixando apenas o belo rio exposto e me mostrando onde a ponte está para assim atravessar por lá, o caminho mais longo e assustador. Mas se a morte viesse para mim no caminho mais fácil, como protegeria quem amo dos mesmos monstros que me atacaram?."

Uma voz desconhecida por mim cantava a mesma canção que minha mãe costumava cantar para mim quando eu era criança. Um vasto e longo corredor se estende à minha frente e a voz cantante vem de lá, do fundo do corredor onde tem uma porta. A voz vem de trás daquela porta cujo a cor era amarronzada pois provavelmente é feita de madeira, consigo ver claramente. Ando lentamente pelo corredor e a cada passo a voz vai se encorpando e tomando uma altitude maior, é muito bonita.

Agora, de frente para a porta o chão de baixo de mim some e todo o corredor também. Estou no meio de uma sala branca infinita e apenas a porta de madeira permanece a minha frente. Está tudo muito estranho. Extremamente estranho.

Minha mão sobe involuntariamente e toca a maçaneta, respiro fundo e a pressiono devagar. A brecha escura vai se espalhando e a luz da sala vai iluminando a parte de dentro do possível quarto, revelando um lugar vazio porém familiar. Quero dar alguns passos para dentro pois por algum motivo, eu preciso entrar neste quarto, mesmo contra a minha vontade, é como se fosse uma questão de vida ou morte. Assim que entro neste quarto, a porta atrás de mim se fecha e fico no completo breu, a completa escuridão e o barulho da porta se fechando me faz virar de supetão para ver o ocorrido, um puro ato de susto e reflexo e então a música cessa. Neste momento minha mente apita perigo, medo, angústia, é quando uma luz fraca se acende atrás de mim e quando me viro a vejo. Vejo o que eu temia. Vejo um banquinho e acima dele uma corda amarrada em algo muito alto que não consigo identificar o quê. Vejo minha mãe. Ela está subindo no banquinho e eu já sei o resto. Eu já sei e dessa vez posso impedir. Preciso impedir.

Tento correr até a cena mas ela começa a se afastar, fica cada vez mais longe e quanto mais eu tento alcança-lá mais a cena se distancia e com ela a fraca luz também. Angustia e profunda tristeza, decepção e raiva tomam conta de mim, só consigo gritar".

- NÃÃÃÃÃOO!!!!- acordo assustada.- não... de novo não...- lágrimas enchem meus olhos, ameaçando cair a qualquer momento.

Neste momento a porta de meu quarto é aberta. Droga! Eu esqueci que ele estava em casa!

- Filha?! Você está bem?! O que aconteceu?!- meu pai atropelava as perguntas. Eu não quero ver ele agora, ele é a última pessoa que eu gostaria que estivesse aqui neste momento.

- N-não foi nada..- suspiro, suprimindo as lágrimas que escorreriam. Não posso deixar ele as ver, isso renderiam perguntas e perguntas precisariam de respostas, e respostas não é algo que estou disposta a dar à ele.

- Eu sou seu pai! É seu dever me contar o que houve! Esse grito não foi dado atoa.- apenas o olho. Estou cansada, somente isso.- Ok.. Me chama se precisar de alguma coisa.- até parece que chamaria.

Ele se virou e foi embora, e eu fiquei em silêncio por longos minutos, chorando baixinho hora ou outra, depois que meu pai fechou a porta. Quando eu fui conseguir voltar a dormir, o que demorou muito por conta do medo que eu estava de ter outro pesadelo, o sol ja estava começando a aparecer e isso me estressou. Ainda assim resolvi dormir pelo menos uma horinha para eu não ficar tão "morta" na aula.

Quebra de tempo

Hoje decidi que não vou para a escola. Sendo sincera acho que nem tenho mais essa opção, levando em conta que acordei agora e estou trinta minutos atrasada. Também dormi muito mal e vou usar isso como desculpa quando a Ino vir me lotar de mensagem perguntando se eu morri. Ela sempre faz drama quando eu não vou à aula e nem sequer aviso antes. Me pergunto se o Sasuke e o Naruto vão perceber minha ausência também.